6 de julho de 2025

Saúde

SUS: o gigante da saúde pública que inspira o mundo

Sistema brasileiro atende 215 milhões de pessoas e serve de modelo para outros países, apesar dos desafios que ainda enfrenta.

Imagem: Reprodução

Em um mundo onde o acesso à saúde ainda é privilégio de poucos, o Brasil construiu algo único: o maior sistema público de saúde do planeta. O Sistema Único de Saúde (SUS) representa uma conquista democrática que poucos países conseguiram alcançar, garantindo atendimento gratuito e universal a todos os brasileiros, independentemente de sua condição social ou econômica.

Criado em 1988 com a promulgação da Constituição Federal, o SUS revolucionou o conceito de saúde no país. Antes de sua implementação, apenas cerca de 30 milhões de trabalhadores vinculados à Previdência Social tinham acesso aos serviços de saúde, enquanto o restante da população dependia da caridade de entidades filantrópicas. A nova Constituição estabeleceu que “saúde é direito de todos e dever do Estado”, transformando radicalmente essa realidade.

A universalidade do SUS impressiona por sua amplitude. O sistema atende atualmente 215 milhões de brasileiros, realizando impressionantes 2,8 bilhões de atendimentos por ano. Cerca de 70% da população brasileira depende exclusivamente dos serviços públicos de saúde, e pesquisas mostram que 82,6% dos usuários avaliam o atendimento recebido como bom ou muito bom. Nenhum outro país no mundo possui um sistema público de saúde com essa dimensão e alcance.

Os números revelam a magnitude do SUS: desde procedimentos ambulatoriais simples, como verificação de pressão arterial, até cirurgias de alta complexidade e transplantes de órgãos. O sistema também promove campanhas de vacinação em massa e desenvolve ações de vigilância sanitária, fiscalizando alimentos e registrando medicamentos. Essa amplitude de serviços demonstra como o SUS vai muito além do simples tratamento de doenças.

A capilaridade do sistema é uma de suas características mais notáveis. O SUS consegue chegar aos lugares mais remotos do território nacional, levando saúde a comunidades que antes permaneciam desassistidas. Essa rede se estende por todos os quadrantes do país, organizando-se em níveis crescentes de complexidade e garantindo que cada brasileiro tenha acesso aos cuidados de que necessita, onde quer que esteja.

Internacional

Enchentes devastadoras no Texas deixam ao menos 51 mortos e dezenas de desaparecidos

Tragédia atinge acampamentos de verão e comunidades rurais em meio às celebrações do 4 de julho.

Imagem: Eric Vryn/Getty Images North America/Getty Images via AFP

Pelo menos 51 pessoas perderam a vida nas enchentes que assolaram o estado do Texas entre os dias 4 e 5 de julho, transformando o que deveria ser um fim de semana de celebração da independência americana em uma das piores tragédias naturais do ano nos Estados Unidos. O Rio Guadalupe, que corta a região montanhosa do Texas Hill Country, subiu de forma repentina de 2,1 metros para 8,8 metros em menos de duas horas, surpreendendo moradores e visitantes que se preparavam para as festividades do feriado nacional. As chuvas torrenciais que provocaram a tragédia foram mais intensas que o previsto, evidenciando a crescente imprevisibilidade de eventos climáticos extremos.

A tragédia ganhou contornos ainda mais dramáticos com o impacto nos acampamentos de verão da região. Quinze crianças estão entre as vítimas fatais, sendo que quatro delas frequentavam o Camp Mystic, um tradicional acampamento cristão fundado em 1926 às margens do Rio Guadalupe. As meninas Renee Smajstrla e Sarah Mars, ambas de 8 anos, Janet Hunt, de 9 anos, e Lila Bonner tiveram suas mortes confirmadas pelas famílias, enquanto mais de 20 jovens do mesmo acampamento permanecem desaparecidas. As águas subiram mais de seis metros em questão de horas, não dando tempo para evacuação adequada das instalações que funcionavam há quase um século na região.

O condado de Kerr concentra a maior parte das vítimas, com 43 mortos confirmados pelo xerife Larry Leitha, seguido pelos condados de Travis (4 mortos), Burnet (3 mortos) e Kendall (1 morto). Entre os desaparecidos está Michael Phillips, chefe dos Bombeiros Voluntários da Área de Marble Falls, que teria sido arrastado pela correnteza enquanto conduzia um veículo de emergência para atuar em um resgate. Jane Ragsdale, diretora do acampamento Heart O’ Hills, também perdeu a vida na tragédia, sendo descrita pela administração do local como o “coração e alma” da instituição. As operações de resgate mobilizaram mais de 850 pessoas que foram retiradas das áreas alagadas, enquanto milhares de residentes ficaram sem energia elétrica.

O governador Greg Abbott declarou situação de desastre em 20 condados e prometeu que as buscas continuarão “24 horas por dia” até que todos os desaparecidos sejam encontrados. O presidente Donald Trump classificou as enchentes como “chocantes” e garantiu apoio federal ao estado, trabalhando em conjunto com as autoridades locais. A primeira-dama Melania Trump prestou solidariedade às famílias das vítimas através das redes sociais. A resposta federal ocorre em um contexto em que a atual administração mantém posicionamento cético em relação às mudanças climáticas, tendo retirado os Estados Unidos do Acordo de Paris e revogado mais de 70 políticas climáticas implementadas pelo governo anterior.

A tragédia expõe a vulnerabilidade de comunidades rurais diante de eventos climáticos extremos e marca um dos episódios mais trágicos da temporada de tempestades nos Estados Unidos. Enquanto equipes de emergência mantêm as operações de busca e resgate, o desastre levanta questões sobre a preparação para fenômenos meteorológicos cada vez mais intensos e imprevisíveis. A região do Texas Hill Country, conhecida por suas cidades históricas e atrações turísticas, agora enfrenta o luto coletivo de famílias destroçadas e uma comunidade em estado de choque, buscando respostas em meio à devastação deixada pelas águas do Rio Guadalupe.

Internacional

Sob ameaças de Donald Trump, Elon Musk anuncia criação do “Partido América” nos Estados Unidos

Bilionário promete “devolver a liberdade” aos americanos após enquete no X mostrar apoio de 65% de internautas.

Imagem: Reprodução

O empresário Elon Musk surpreendeu – embora já houvesse sinalizado isso se o “Grande e Belo Projeto de Lei” de Trump fosse aprovado pelo congresso – o cenário político americano ao anunciar, neste sábado (5), a criação de um novo partido político nos Estados Unidos. Batizado de “Partido América”, a iniciativa foi revelada através de uma postagem na rede social X, de propriedade do próprio bilionário, e promete “devolver a liberdade” aos cidadãos americanos.

A decisão de Musk foi precedida por uma enquete publicada no dia 4 de julho, data que marca a independência dos Estados Unidos. Quando questionados sobre o interesse na criação de um novo partido, 65% de internautas votaram favoravelmente à sugestão, demonstrando um apoio significativo à ideia do empresário.

Em sua declaração oficial, Musk criticou duramente o sistema político atual, afirmando que “quando se trata de falir nosso país com desperdício e corrupção, vivemos em um sistema de partido único, e não uma democracia”. O empresário justificou a criação do partido como uma resposta necessária para combater o que considera uma falha estrutural do sistema bipartidário tradicional.

Questionado por internautas sobre o cronograma de lançamento do partido, se seria para as eleições intermediárias ou para as presidenciais de 2028, Musk foi direto em sua resposta: “no ano que vem”. A declaração indica que o Partido América pode estar presente já nas eleições de meio de mandato de 2026, que elegem membros do Congresso e governadores.

O anúncio ocorre em meio a uma nova fase de tensões entre Musk e o presidente Donald Trump. Recentemente, Trump chegou a sugerir que poderia “dar uma olhada” na possibilidade de deportação do empresário, em uma escalada das divergências que haviam sido temporariamente suspensas após conflitos públicos anteriores envolvendo projetos de lei do governo.

Histórias da Minha Vida

Histórias da Minha Vida – O Caminho – Tomo II

Quando éramos pequenos – a partir dos seis anos, idade que começavam os estudos, isso para as crianças cujos pais permitiam que seus filhos frequentassem a escola, graças a Deus foi o nosso caso – minha mãe dizia, filhos pisem no chão devagar pra não deixar rastros!

Eu ficava a imaginar, como podemos andar numa estrada de terra sem deixar rastros (nossa escola ficava a uma distância de três a quatro quilômetros, a depender do lugar que morava a família, sítio Caldeirãozinho ou Soares)?

Dona Eliza era uma pessoa que sequer frequentou escolas, mas transmitia aos seus “poucos” filhos, 12 dos 13 que teve com partos naturais, na zona rural, apenas assistida por dona Quitéria parteira, muita segurança e grandes lições.

Mãe não tinha frequentado a escola, mas aprendeu em casa o suficiente para se comunicar com os filhos, de dois em dois porque não tinha condições de ir mais, pois precisam trabalhar no roçado, arrancando caroá para a fábrica de seu Pinheiro em Sertânia e tantas outras atividades.

A partir dos 15/16 anos, começavam a traçar seus destinos, primeiro em busca de estudo na cidade, vez que no sítio só tínhamos um ano para a carta do ABC, um ano para a cartilha e mais quatro anos para o estudo primário, de forma que os homens logo conseguiram trabalho como telegrafistas da REFESA. E as mulheres, algumas se casaram com ferroviários, as mais velhas Raimundinha e Maria Anunciada.

Dona Eliza se gabava, “meus filhos todos deram pra gente”.

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