23 de junho de 2025

Economia

Receita Federal liberou consulta ao segundo lote de restituição do IR

Maior lote da história contempla 6,5 milhões de contribuintes com R$ 11 bilhões.

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A Receita Federal liberou hoje a consulta ao segundo lote de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de 2025. Este lote se destaca por ser o maior já registrado, tanto em número de contribuintes beneficiados quanto no valor total distribuído, marcando um momento significativo para milhões de brasileiros.

Ao todo, cerca de 6,5 milhões de contribuintes serão contemplados nesta rodada de restituições. O montante total liberado pela Receita Federal deverá alcançar a expressiva cifra de R$ 11 bilhões, um recorde que reflete a abrangência e o impacto desta liberação para a economia e para o bolso dos cidadãos.

Conforme informações do Fisco, a totalidade do valor será destinada a contribuintes que se enquadram nos critérios de prioridade. Entre os beneficiados, destacaram-se idosos com mais de 80 anos, pessoas entre 60 e 79 anos, contribuintes com alguma deficiência física ou mental, ou com doença grave, e aqueles cuja principal fonte de renda provém do magistério.

Uma novidade que garantiu prioridade neste ano foi a combinação da declaração pré-preenchida com a opção de recebimento da restituição via Pix. Essa medida beneficiará um grande número de contribuintes que utilizaram ambos os procedimentos, agilizando o processo de reembolso. Neste lote específico, não serão contemplados contribuintes sem prioridade.

Para verificar se foram incluídos neste lote, os contribuintes poderão acessar a página da Receita Federal na internet, na seção “Meu Imposto de Renda”, e clicar em “Consultar a Restituição”. A consulta também está disponível por meio do aplicativo oficial da Receita Federal, para tablets e smartphones. O crédito das restituições está previsto para ocorrer em 30 de junho.

Geral

STF promove acareação entre Mauro Cid e Braga Netto nesta terça-feira

Procedimento visa esclarecer contradições nos depoimentos sobre tentativa de golpe de 2022.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) realizará nesta terça-feira (24) dois procedimentos de acareação envolvendo réus e testemunha do processo que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. O primeiro confronto, marcado para as 10h, colocará frente a frente o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Souza Braga Netto, ambos réus na ação penal que apura a atuação do chamado “núcleo crucial” da organização criminosa voltada para a ruptura democrática.

Uma hora depois, às 11h, será a vez do ex-ministro Anderson Torres e do general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, se confrontarem em nova acareação. Torres integra o grupo de réus do “núcleo crucial” apontado pela Procuradoria-Geral da República, enquanto Freire Gomes atua como testemunha no processo. Ambos os procedimentos ocorrerão na sede do STF, em Brasília, e não serão transmitidos ao público.

As acareações foram solicitadas pelas defesas de Anderson Torres e Braga Netto durante a fase de diligências adicionais, logo após o interrogatório dos réus realizado entre os dias 9 e 10 de junho. Os advogados de Torres alegaram a necessidade de esclarecer contradições nas declarações apresentadas por Freire Gomes, afirmando que os pontos divergem frontalmente em aspectos centrais da ação.

Já a defesa de Braga Netto busca tratar das divergências entre as declarações do general e de Mauro Cid durante o interrogatório. O ministro Alexandre de Moraes autorizou ambos os procedimentos na terça-feira passada (17). Vale destacar que Cid possui um acordo de colaboração premiada firmado com a Polícia Federal, o que pode influenciar o confronto de versões.

O processo encontra-se atualmente na fase de diligências adicionais e, após sua conclusão, seguirá para as alegações finais, quando acusação e defesas apresentarão seus memoriais. Posteriormente, será marcada a data do julgamento, momento em que os ministros decidirão sobre a condenação ou absolvição dos oito réus acusados de liderar a organização criminosa que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, apesar da derrota nas urnas de 2022.

Internacional

Rússia oferece apoio ao Irã após escalada do conflito com Israel

Moscou se posiciona ao lado de Teerã dois dias depois da entrada dos Estados Unidos na guerra no Oriente Médio.

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A Rússia declarou nesta segunda-feira estar “pronta para ajudar” o Irã no confronto com Israel, marcando um novo capítulo na escalada do conflito no Oriente Médio. O posicionamento do Kremlin surge dois dias após os Estados Unidos entrarem diretamente na guerra, bombardeando três instalações nucleares iranianas em uma operação que durou cerca de meia hora.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a posição de apoio ao Irã é clara e que a Rússia já ofereceu ajuda para mediar o conflito. Segundo Peskov, a assistência ao país persa pode ser dada de “formas diversas” e “tudo depende do que o Irã precisa”. O oficial russo revelou ainda que o presidente Vladimir Putin discutiu a situação iraniana com Donald Trump em suas últimas conversas.

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araqchi, chegou a Moscou nesta segunda-feira para conversas com Putin e outros oficiais sobre a “situação regional e internacional após a agressão militar dos Estados Unidos”, conforme informou uma fonte à agência AFP. A Rússia condenou os ataques americanos ao Irã, classificando os bombardeios como “irresponsáveis”, reforçando a aliança estratégica entre Moscou e Teerã.

A entrada dos Estados Unidos no conflito ocorreu no sábado, quando Trump anunciou em pronunciamento televisionado o bombardeio de instalações nucleares iranianas. A operação utilizou aviões bombardeiros que partiram da base de Whiteman, nos EUA, à meia-noite de sábado e chegaram ao território iraniano às 18h, sem registrar confrontos na entrada ou saída, segundo o general Dan Caine.

O Irã respondeu no domingo com uma salva de mísseis contra Israel, incluindo a região da capital Tel Aviv, deixando 23 pessoas feridas de acordo com o serviço de resgate israelense. O chanceler iraniano Abbas Araghchi declarou que a “diplomacia não é mais uma opção”, afirmando que os Estados Unidos escolheram “lançar a diplomacia pelos ares” após a ofensiva. Trump havia ameaçado ataques ainda mais severos caso o Irã não “busque a paz”, declarando que “haverá paz ou haverá tragédia para o Irã”.

Cultura e Lazer

Das tradições pagãs europeias aos arraiás brasileiros: a origem das festas juninas

Celebrações que chegaram ao Brasil no século XVI ganharam características únicas com a mistura de culturas indígena, africana e portuguesa, tendo São João como principal protagonista.

Foto: São João de Caruaru/Divulgação

As festas juninas, uma das mais tradicionais celebrações brasileiras, têm suas raízes nas antigas festividades pagãs europeias realizadas durante o solstício de verão. Esses rituais, praticados por povos como celtas e nórdicos, eram uma forma de agradecer pela renovação da vida após o inverno e afastar maus espíritos que pudessem prejudicar a colheita. Com o avanço do cristianismo na Europa, a Igreja Católica incorporou essas comemorações ao calendário religioso, cristianizando as tradições pagãs e associando-as a santos populares.

A chegada das festas juninas ao Brasil ocorreu no século XVI, trazidas pelos colonizadores portugueses durante o período colonial. A primeira menção histórica dessas celebrações em território brasileiro foi feita pelo jesuíta Fernão Cardim, em seu “Tratado da Terra e da Gente do Brasil”, relatando que a festa de São João era uma das mais celebradas pelos povos indígenas das aldeias da Bahia. Inicialmente conhecidas como “festas joaninas”, em referência a São João Batista, as celebrações possuíam caráter estritamente religioso, sendo realizadas através de procissões, missas e comemorações populares.

São João Batista, figura central do Novo Testamento e primo de Jesus Cristo, tornou-se o principal protagonista dessas festividades. Filho de Isabel e Zacarias, João é considerado o precursor do Messias e aquele que realizou o batismo de Cristo no rio Jordão. A tradição católica conta que Isabel teria acendido uma fogueira para avisar Maria sobre o nascimento de João, origem do simbolismo das fogueiras juninas. Celebrado em 24 de junho, São João é associado à fertilidade da terra, à alegria da chegada do verão no hemisfério norte e ao senso de comunidade rural.

Com o tempo, as celebrações passaram a homenagear não apenas São João, mas também outros dois santos com datas comemorativas em junho: Santo Antônio (13 de junho) e São Pedro (29 de junho). Santo Antônio ficou conhecido como o santo casamenteiro, São João como o santo da terra e da colheita, e São Pedro como o padroeiro dos pescadores e guardião das chaves do céu. Essa ampliação levou à mudança do nome de “festas joaninas” para “festas juninas”, em referência ao mês em que ocorrem as celebrações.

No Brasil, as festas juninas sofreram uma profunda transformação cultural, incorporando elementos das tradições indígenas e africanas. A cultura indígena contribuiu com o uso de fogueiras e rituais relacionados à agricultura e fertilidade, enquanto a influência africana trouxe danças, músicas e instrumentos típicos como o tambor e a zabumba. Essa fusão entre catequese católica, cultura europeia, expressões indígenas e africanas deu origem aos primeiros elementos da música junina, que no século XVIII resultou no surgimento do baião, precursor do forró nordestino.

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