7 de junho de 2025

Economia

Em evento, banqueiros e grandes empresários defendem corte de benefícios sociais para ajuste fiscal

Elite econômica propõe medidas que afetam os menos favorecidos enquanto mantém privilégios tributários históricos.

Imagem: IanRassari/Fórum Esfera Brasil

Grandes empresários e banqueiros brasileiros intensificaram a defesa por ajustes fiscais que recaem principalmente sobre os menos favorecidos economicamente, durante seminário do Esfera Brasil realizado no Guarujá (SP). O evento, com a presença de ministros, governadores e autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário, transformou-se em palco para a defesa de cortes nos gastos públicos, especialmente em benefícios sociais.

Wesley Batista, dono da gigante da proteína animal JBS, defendeu abertamente a revisão do tamanho dos programas sociais do governo federal, alegando dificuldade para encontrar mão de obra para suas indústrias. “Precisamos apoiar programas sociais, mas faz sentido rever o tamanho. Estamos no interior do Brasil, o agro é uma economia pujante, mas não tem gente para trabalhar”, afirmou o empresário, sugerindo que os benefícios sociais estariam desestimulando a busca por emprego formal.

Na mesma linha, André Esteves, chairman do banco BTG Pactual, criticou duramente a indexação dos aumentos previdenciários ao salário mínimo, defendendo o desatrelamento entre os dois. “A gente decidiu dar um reajuste real para o salário mínimo, mas o problema é que isso está atrelado às contas da Previdência, o que faz com que o aposentado ganhe um reajuste de 15,5%”, argumentou o banqueiro, acrescentando que “o Brasil passa a ser o único país do mundo que dá um ganho de produtividade para quem não trabalha”.

O CEO do Itaú, Milton Maluhy, também presente no evento, defendeu um aumento do contingenciamento do Orçamento como alternativa ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). “O valor de R$ 50 bilhões de contingenciamento anunciado é importante. Mas, se tiver que ser um pouco mais, é melhor isso do que pesar na sociedade”, declarou, priorizando cortes em gastos públicos em vez de medidas que afetariam o setor financeiro.

O discurso dos empresários e banqueiros ocorre em um contexto de pressão contra o decreto que aumentou as alíquotas do IOF para operações de crédito, medida que visa arrecadar R$ 60 bilhões até 2026. Enquanto defendem cortes em benefícios sociais e o desatrelamento da Previdência do salário mínimo, os representantes do setor financeiro e empresarial não mencionaram a possibilidade de revisão dos R$ 700 bilhões em renúncias fiscais que beneficiam majoritariamente grandes corporações e indivíduos de alta renda.

Geral

Bebê de quatro meses é agredido após ser confundido com boneca reborn

Criança precisou de atendimento médico após levar tapa na cabeça em fila de food truck em Belo Horizonte.

Imagem: Reprodução/PupilasReborn

Um bebê de apenas quatro meses foi vítima de agressão na noite de quinta-feira (5) na região da Savassi, área nobre de Belo Horizonte, após ser confundido com uma boneca reborn. O agressor, um homem de 36 anos, deu um tapa na cabeça da criança enquanto ela estava no colo da mãe em uma fila de food truck.

Segundo relatos colhidos pela polícia, o agressor abordou o casal questionando se a criança era um boneco realista, tipo conhecido como “reborn” — bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos. Mesmo após os pais afirmarem que se tratava de um bebê de verdade, o homem desferiu o golpe contra a cabeça da criança.

Em depoimento, o suspeito alegou ter acreditado que o casal estaria usando um boneco para tentar obter preferência na fila da lanchonete móvel. Ele também informou às autoridades que sofre de transtornos mentais, o que teria contribuído para o equívoco.

A criança precisou ser levada a um hospital após a agressão, mas já recebeu alta.

A Polícia Civil de Minas Gerais registrou o caso como lesão corporal leve e o agressor foi inicialmente detido. Após audiência de custódia realizada neste sábado (7), a Justiça concedeu liberdade provisória ao acusado mediante pagamento de fiança e outras medidas cautelares.

Economia, Educação, Geral, Saúde

Deputada do PL apresenta projeto para derrubar decreto sobre alimentação saudável nas escolas

Proposta visa suspender medida que limita ultraprocessados na merenda escolar a 15% do total oferecido.

Imagem: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A deputada Roberta Roma (PL-BA) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que busca suspender o decreto do governo federal que estabelece diretrizes para alimentação saudável nas escolas brasileiras. O texto, que já está em análise na Câmara dos Deputados, tem como principal alvo a limitação de alimentos ultraprocessados na merenda escolar, medida que beneficiaria diretamente a indústria alimentícia em detrimento da saúde dos estudantes.

O decreto questionado pela parlamentar, esposa do ex-ministro João Roma, determina que alimentos como biscoitos recheados e refrigerantes formem apenas 15% de tudo o que é oferecido nas escolas, reduzindo o limite anterior que era de 20%. A medida visa combater a obesidade infantil e outros problemas de saúde relacionados ao consumo excessivo de ultraprocessados, que estudos científicos associam ao aumento do risco de morte prematura.

Caso seja aprovado, o projeto da deputada do partido de extrema direita permitiria maior presença de produtos industrializados nas cantinas e merendas escolares, favorecendo os interesses econômicos da indústria de ultraprocessados. Especialistas em nutrição e saúde pública alertam que a suspensão do decreto representaria um retrocesso nas políticas de alimentação saudável e poderia comprometer o desenvolvimento e bem-estar de crianças e adolescentes em fase escolar.

O projeto será analisado nas comissões de Educação, de Saúde, e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) antes de seguir para votação no Plenário da Câmara. Para derrubar efetivamente o decreto do governo, a proposta precisará ser aprovada tanto pela Câmara quanto pelo Senado Federal.

Economia, Internacional

Empresas francesas planejam investir R$ 100 bilhões no Brasil

Anúncio foi feito durante o Fórum Econômico França-Brasil, realizado em Paris nesta sexta-feira (6).

Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação PR

Um grupo de 14 empresas francesas planeja investir cerca de R$ 100 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos, conforme anunciado durante o Fórum Econômico França-Brasil, realizado em Paris. A cifra foi divulgada pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, que destacou o potencial de crescimento das relações econômicas entre os dois países.

Os investimentos devem se concentrar em setores estratégicos como infraestrutura, energia, transporte, desenvolvimento sustentável e indústria alimentícia. Entre as empresas que anunciaram planos de investimento está a ENGIE Brasil Energia SA, que já aportou R$ 32,3 bilhões no país entre 2016 e 2024, e a Total Energies, que planeja investir cerca de R$ 6 bilhões nos próximos cinco anos.

A França ocupa atualmente a terceira posição no ranking mundial de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil, sendo o segundo país europeu com maior presença, atrás apenas da Holanda. Segundo dados do Banco Central, o estoque de IED francês no Brasil alcançou US$ 78,4 bilhões em 2023, representando 6,2% do total de US$ 1,3 trilhão de investimentos estrangeiros no país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou do evento, defendeu o aumento do fluxo comercial entre Brasil e França, ressaltando a importância dos investimentos para o desenvolvimento econômico brasileiro. Embora os detalhes específicos sobre a distribuição dos R$ 100 bilhões entre as empresas não tenham sido completamente divulgados, a expectativa é que os aportes comecem a partir de 2026.

A ApexBrasil mantém atualmente 14 projetos setoriais com foco no mercado francês, abrangendo áreas como alimentos e bebidas, agronegócio e moda. Segundo Jorge Viana, a projeção de investimentos reflete a confiança dos empresários franceses no ambiente de negócios brasileiro e nas oportunidades de crescimento oferecidas pelo país.

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