maio 2025

Internacional

Presidência francesa comenta vídeo de suposto empurrão de Brigitte em Macron

Imagens que viralizaram mostram primeira-dama afastando rosto do presidente ao desembarcarem no Vietnã.

Imagem: Reprodução

Um vídeo mostrando um aparente gesto brusco entre o presidente francês Emmanuel Macron e a primeira-dama Brigitte Macron durante um desembarque no Vietnã gerou repercussão e levou a um posicionamento oficial do Palácio do Eliseu, sede da presidência da França. O episódio ocorreu no domingo (25), na chegada do casal a Hanói para uma turnê pelo Sudeste Asiático.

As imagens, divulgadas por agências de notícias e compartilhadas amplamente online, capturam o momento em que a porta do avião presidencial se abre. O presidente Macron parece recuar subitamente enquanto uma mão, identificada como a de Brigitte pelo terno vermelho que usava, aparenta empurrar ou afastar seu rosto.

Ao perceber que estava sendo filmado, Macron esboça um sorriso e faz um rápido aceno. O vídeo rapidamente se espalhou pelas redes sociais, gerando especulações e comentários sobre a interação do casal presidencial francês em um momento público.

Inicialmente, segundo a reportagem da RFI (Radio France Internationale), o Palácio do Eliseu teria negado o ocorrido. No entanto, posteriormente, a presidência francesa acabou confirmando a autenticidade do momento capturado no vídeo, embora sem detalhar a natureza exata do gesto ou o contexto completo da interação.

A situação, tratada por alguns veículos como uma “briguinha de casal”, chamou a atenção pela estranheza do gesto em um ambiente formal e protocolar como a chegada de um chefe de Estado em visita oficial a outro país. A confirmação pelo Eliseu encerrou as dúvidas sobre a veracidade das imagens.

Internacional

Ataque israelense a escola com deslocados em Gaza deixa dezenas de mortos

Bombardeio na Cidade de Gaza matou 33 pessoas abrigadas em instalação; número total de vítimas no território ultrapassa 53 mil.

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Ataques aéreos israelenses atingiram a Faixa de Gaza nesta segunda-feira (26), resultando na morte de mais de 50 pessoas, segundo informações da Defesa Civil do território palestino, controlado pelo Hamas. Um dos bombardeios atingiu a escola Fami Aljerjawi, no bairro de Daraj, na Cidade de Gaza, que abrigava pessoas deslocadas pelo conflito. Neste local, 33 vítimas fatais foram registradas, incluindo mulheres e crianças, de acordo com médicos locais.

Outro ataque, ocorrido em Jabalia, no sul de Gaza, atingiu a residência de uma família, onde equipes de resgate recuperaram 19 corpos, conforme relatou o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Bassal. O número total de mortos em Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023, já supera a marca de 53 mil, majoritariamente civis, segundo as autoridades palestinas. A situação humanitária no território continua crítica, agravada por bloqueios e pela intensificação dos combates.

O Exército de Israel confirmou o bombardeio à escola na Cidade de Gaza, alegando que “terroristas importantes” estavam no local e que foram tomadas medidas para mitigar danos a civis. As Forças de Defesa de Israel também informaram ter detectado o lançamento de três projéteis a partir de Gaza no mesmo dia. A ofensiva israelense foi desencadeada após o ataque do Hamas a comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas.

Geral

Fim da escala 6×1 ganha apoio além da base governista no Congresso

Pesquisa Painel do Poder revela que metade dos parlamentares concorda com proposta que extingue jornada de seis dias de trabalho por um de folga.

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A proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa extinguir a escala de trabalho 6×1, na qual o funcionário trabalha seis dias consecutivos para folgar apenas um, encontra um apoio significativo no Congresso Nacional que transcende as linhas partidárias governistas. Uma pesquisa recente do Painel do Poder, realizada pelo Congresso em Foco com deputados e senadores, indica que 50% dos parlamentares são favoráveis à mudança (44% concordam totalmente e 6% parcialmente).

Em contrapartida, 44% dos congressistas entrevistados manifestaram discordância (39% totalmente e 5% parcialmente), enquanto 6% se declararam indiferentes à proposta. Apesar da simpatia de metade do Congresso, a aprovação da PEC exige um quórum qualificado de três quintos dos votos tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal para que possa alterar a Constituição.

A análise dos dados por perfil ideológico confirma que o apoio à medida não se restringe à base aliada do governo Lula. Entre os governistas, o grau médio de apoio é de 4,29 (numa escala de 1 a 5), enquanto na oposição a média é de 1,58. No entanto, entre os parlamentares que se declaram independentes, a nota média de apoio alcança 3,09, posicionando-os mais próximos da base governista do que da oposição nesse tema específico.

A discussão sobre o fim da escala 6×1 ganhou força após a deputada Erika Hilton (Psol-SP) apresentar uma PEC sobre o assunto em 2024, recebendo posteriormente o apoio do governo federal, que incluiu o tema no pronunciamento presidencial do Dia do Trabalhador deste ano. A proposta, contudo, enfrenta resistência do setor empresarial. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o debate necessitará ouvir todos os lados envolvidos.

Paralelamente, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) também anunciou a intenção de apresentar um projeto semelhante no Senado, onde a proposta parece ter maior aceitação inicial, com mais da metade dos senadores entrevistados na pesquisa concordando totalmente com a medida. Apesar do apoio expressivo, apenas 21% dos parlamentares acreditam que a PEC tenha chance alta ou muito alta de aprovação nos próximos seis meses, enquanto 38% consideram as chances muito baixas.

Direito e Justiça

Motorista de ambulância que lavava uniforme contaminado será indenizado

TRT-3 reconhece violação de norma regulamentadora e condena empresa a pagar R$ 50 por mês trabalhado.

A 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Minas Gerais confirmou a condenação de uma empresa prestadora de serviços a unidades hospitalares por exigir que um motorista de ambulância arcasse com os custos de higienização do próprio uniforme. O colegiado reconheceu a violação à Norma Regulamentadora 32 (NR-32) e fixou uma indenização por danos materiais no valor de R$ 50 por mês trabalhado durante todo o período contratual.

O trabalhador alegou em sua reclamação que era obrigado a lavar seu uniforme em casa, mesmo quando este estava sujo com sangue e outras secreções de pacientes transportados. A empresa, em sua defesa inicial, negou as alegações, sustentando que as vestimentas utilizadas pelo motorista não eram contaminadas com material orgânico.

No entanto, o depoimento do próprio representante da empresa contradisse a defesa. Ele admitiu que o motorista auxiliava a equipe em manobras de ressuscitação cardiopulmonar e na imobilização de pacientes, situações com clara possibilidade de contato direto com sangue e outras secreções corporais. Além disso, um laudo pericial anexado aos autos confirmou que também cabia ao empregado a higienização do interior da ambulância.

Diante das provas, o juízo de primeira instância já havia condenado a empresa, reconhecendo a violação à NR-32, que estabelece diretrizes de segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, e determinando o pagamento de R$ 100 mensais. Ao analisar o recurso no TRT-3, a relatora, juíza convocada Érica Aparecida Pires Bessa, reforçou que, mesmo na função de motorista, o trabalhador integrava a equipe de atendimento e mantinha contato com pacientes e substâncias contaminantes.

A relatora destacou que a conduta da empresa de transferir ao profissional a responsabilidade pela higienização do uniforme configurou “evidente violação à NR-32”. Embora tenha considerado desnecessária a comprovação exata dos gastos com a lavagem para fins de indenização, a magistrada entendeu como mais razoável o valor de R$ 50 mensais. A decisão da 8ª Turma foi unânime em manter a condenação por danos materiais, apenas ajustando o valor da indenização.

Decisão foi tomada no processo 0010470-38.2024.5.03.0003.

Geral

No Dia Nacional da Adoção, sistema Busca Ativa do CNJ celebra mais de mil adoções

Iniciativa conecta pretendentes a crianças e adolescentes de perfis específicos, superando a marca de 1.100 adoções desde 2019.

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Neste domingo (25), Dia Nacional da Adoção, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) celebra um marco importante alcançado pelo sistema Busca Ativa: mais de 1.100 crianças e adolescentes encontraram um lar por meio da ferramenta desde sua implementação em 2019. A data reforça a importância do direito à convivência familiar, enquanto mais de 5,2 mil jovens ainda aguardam por uma família no Brasil. O Judiciário tem intensificado esforços para acelerar esses processos, especialmente nos casos considerados de “difícil colocação”, que envolvem grupos de irmãos, crianças maiores de 8 anos ou com alguma deficiência.

A Busca Ativa, gerenciada pelo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) e coordenada pelo CNJ, funciona como uma ponte essencial nesses casos. A plataforma permite que pretendentes habilitados acessem informações, fotos e vídeos de crianças e adolescentes disponíveis para adoção, após esgotadas as buscas no cadastro nacional, inclusive para pretendentes estrangeiros.

Atualmente, 1.427 perfis estão ativos no sistema, aguardando uma oportunidade de integração familiar.

O ingresso na ferramenta ocorre mediante decisão judicial, com base em laudo psicossocial e, sempre que possível, com a manifestação do próprio jovem.

Iniciativas complementares, como a plataforma A.Dot do Tribunal de Justiça do Paraná, que utiliza vídeos para ampliar a visibilidade dos perfis, também têm contribuído significativamente, resultando em 193 adoções formalizadas desde 2018. O desembargador Sergio Luiz Kreuz, do TJ/PR, ressalta a Busca Ativa como estratégia fundamental para garantir o direito à convivência familiar.

Casos recentes, como a adoção de três irmãs por uma família de São Paulo ou de uma adolescente de 15 anos que iniciou contato por videochamadas, demonstram o impacto positivo e transformador da ferramenta na construção de novas famílias.

Regional

Mulher causa polêmica ao usar fila preferencial com bebê reborn em lotérica de Serra Talhada

Episódio gerou discussão sobre direito à prioridade com boneca hiper-realista na cidade pernambucana.

Imagem: Reprodução/PupilasReborn

Um episódio inusitado ocorreu na manhã desta sexta-feira (23) em uma casa lotérica no Centro de Serra Talhada, Pernambuco. Uma mulher utilizou a fila de atendimento preferencial portando um bebê reborn, uma boneca hiper-realista que simula um recém-nascido, gerando surpresa e desconforto entre os demais clientes que aguardavam atendimento no local.

Apesar das reclamações pontuais e da estranheza da situação, a maioria dos presentes na fila optou por ceder a prioridade à mulher. No entanto, uma senhora, também na fila preferencial, manifestou indignação, questionando a validade da aplicação da lei de prioridade naquele caso específico.

Funcionários da lotérica relataram nunca ter presenciado fato semelhante.

Após ser atendida, a mulher deixou o estabelecimento.

Com informações da Rádio Vila Bela.

Geral

Parabéns, minha neta Marianna Patriota

Marianna Patriota

Mais uma de minhas muitas e maravilhosas netas, agora Marianna Patriota, encheu meu coração de felicidade e orgulho. Marianna acaba de concluir o curso de medicina, tendo ontem (22/5) defendido sua tese de conclusão de curso, feita conjuntamente com sua colega Rubia Helen Freire, cujo tema foi “Síndrome da Febre Periódica, Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite Cervical (PFAPA): Relato de Caso”, recebendo nota 10 da banca examinadora.

Marianna Patriota e Rubia Helen Freire

Abaixo, transcrevo o resumo da sua tese de conclusão de curso:

A síndrome de PFAPA é uma condição autoinflamatória rara que incide predominantemente na infância, embora também haja relatos em faixas etárias mais avançadas. É caracterizada por episódios febris recorrentes, estomatite aftosa, faringite e adenite cervical. Apesar do padrão sintomático relativamente bem definido, a sobreposição com outras patologias infecciosas, como faringoamigdalites, doenças autoimunes e malignas, contribui para o subdiagnóstico e a adoção de condutas terapêuticas inadequadas. No entanto, quando essas condutas são realizadas corretamente, o prognóstico costuma ser favorável, com redução progressiva na intensidade e frequência dos episódios, sem prejuízos significativos ao crescimento e desenvolvimento dos pacientes.

As crises geralmente seguem um padrão regular, surgindo a cada 3 a 8 semanas e durando de 3 a 6 dias. O diagnóstico é clínico e feito por exclusão, já que não há exames específicos que confirmem a síndrome.

O tratamento costuma ser desafiador, a febre costuma ser refratária aos tratamentos usuais, como o uso de anti-inflamatórios, antipiréticos e antibióticos.

A abordagem terapêutica mais utilizada atualmente envolve o uso de corticoides durante as crises, que costumam promover alívio rápido dos sintomas. Também se adota, em alguns casos, uma conduta cirúrgica. No entanto, ainda não existe um tratamento definitivo que assegure a remissão completa da síndrome com segurança a longo prazo.

A baixa prevalência da síndrome de PFAPA, associada à escassez de conhecimento sobre sua apresentação e manejo, ainda configura um desafio significativo na prática clínica de muitos profissionais. Sua semelhança com outras causas de febre recorrente, bem como com doenças comuns da infância, pode atrasar o diagnóstico e expor o paciente a investigações desnecessárias e intervenções inadequadas, além de aumentar o sofrimento físico e emocional do paciente e de seus cuidadores. Nesse cenário, o reconhecimento precoce do quadro clínico torna-se essencial para um manejo mais eficiente e menos invasivo.

Aproveito para parabenizar Lucianna, minha filha, pela irretocável criação de suas meninas, Marianna e Letícia.

Geral

Homem ameaçou explodir bomba em ministério com crianças presentes

Suspeito foi imobilizado pela PM após detonar artefato na entrada do Ministério do Desenvolvimento Social em Brasília.

Imagem: Reprodução

Um homem, acompanhado de uma mulher e duas crianças, ameaçou explodir uma bomba em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social, localizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na tarde de ontem. O suspeito detonou um artefato por volta das 16h, após ter sido impedido de entrar no prédio, segundo relatos de testemunhas. A explosão inicial levou à evacuação imediata do edifício e ao acionamento das autoridades policiais.

Após o primeiro incidente, o homem se recusou a se afastar da fachada do ministério e permaneceu no local portando outro pacote suspeito. Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal agiram rapidamente, conseguindo imobilizar e neutralizar o indivíduo. Durante a abordagem, os agentes encontraram apenas um isqueiro com o suspeito, embora ainda não tenha sido confirmado se o pacote que ele carregava continha de fato material explosivo.

O major Raphael Brooke, porta-voz da PM/DF, informou que a motivação para o ato poderia estar relacionada à negação de benefícios sociais ao suspeito. “Ele alegou ter tido benefícios negados pelo ministério”, declarou o oficial à imprensa. As crianças que acompanhavam o homem foram encaminhadas aos cuidados do Corpo de Bombeiros, enquanto o suspeito recebeu atendimento médico antes de ser levado à delegacia especializada em combate ao terrorismo.

O incidente ocorreu em um contexto de crescente preocupação com ataques a instituições públicas. Durante sessão do Supremo Tribunal Federal realizada na véspera, o ministro Flávio Dino havia mencionado a escalada de ameaças contra autoridades e órgãos governamentais. “O espírito do tempo é de cultivo de ódios e desvarios em uma escala criminosa, delituosa, porque isso ganha materialidade”, afirmou o magistrado, destacando que o regime de segurança necessário para agentes públicos atualmente é muito mais rigoroso do que era há uma ou duas décadas.

Oportunidade

Inscrições para concurso da PF encerrarão hoje às 18h

Candidatos terão até o final desta sexta-feira para se inscrever em 192 vagas de cargos administrativos com salários de até R$ 11 mil.

Imagem: PF/Divulgação

A Polícia Federal encerrará hoje, sexta-feira (23), às 18h no horário de Brasília, o prazo de inscrições para seu concurso público destinado ao preenchimento de 192 vagas em cargos administrativos de níveis médio e superior. Os interessados ainda poderão se cadastrar através do site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), banca examinadora do certame, e deverão efetuar o pagamento da taxa de inscrição, que custa R$ 110 para cargos de nível superior e R$ 90 para nível médio, impreterivelmente até o final do dia.

O processo seletivo oferecerá oportunidades para diversos cargos, incluindo 100 vagas para agente administrativo (nível médio) e 92 posições de nível superior distribuídas entre assistente social, contador, enfermeiro, médico, psicólogo, farmacêutico, nutricionista, estatístico, administrador, técnico em comunicação social e técnico em assuntos educacionais, com remunerações que podem chegar a R$ 11.070,93.

Além das inscrições, o prazo para envio da documentação exigida para solicitação de atendimento especializado também terminará hoje no mesmo horário, enquanto a aplicação das provas está agendada para 29 de junho, com divulgação do resultado final prevista para 5 de novembro deste ano.

Geral, Internacional

Lula determina reação diplomática firme contra ameaça de Trump a Moraes

Presidente orienta Itamaraty a responder por vias oficiais após secretário americano mencionar possibilidade de sanções ao ministro do STF.

Palácio do Itamaraty | Imagem: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o Itamaraty a reagir “com firmeza” à ameaça do governo de Donald Trump de aplicar sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, segundo fontes do Palácio do Planalto e da diplomacia brasileira. A determinação presidencial foi comunicada diretamente a Moraes por ministros do governo, que procuraram o magistrado na quarta-feira (21/5), após o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmar durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara que há “grande possibilidade” de os Estados Unidos aplicarem sanções ao ministro.

De acordo com ministros próximos a Lula, Moraes está “tranquilo” em relação à ameaça, embora outros integrantes do STF tenham reagido com indignação. “Moraes é vitalício. Trump não”, comentou à coluna um auxiliar presidencial, acrescentando que “esse negócio de EUA nunca foi a praia dele”. No Supremo Tribunal Federal, apesar da indignação, a estratégia adotada também é de não reagir publicamente às declarações do secretário americano.

A única manifestação pública até o momento partiu do ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias. Sem mencionar diretamente a fala de Rubio, o chefe da AGU escreveu nas redes sociais que a boa convivência entre os países “pressupõe reciprocidade” entre eles. “No Brasil, valorizamos e nos orgulhamos do princípio da separação dos Poderes. A magistratura nacional independente é um dos pilares fundamentais do Estado de Direito”, afirmou Messias.

A ameaça do governo Trump surgiu após questionamento de um deputado republicano sobre se a administração norte-americana planeja sancionar Alexandre de Moraes, acusado por lideranças bolsonaristas de promover “censura” no Brasil. “Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, respondeu Rubio ao deputado Cory Mills. O ministro Messias ainda destacou que a “histórica relação de parceria, amizade e benefícios mútuos entre países amigos e democráticos deve sempre servir como um farol, orientando as decisões tomadas pelas autoridades constituídas”.

A intervenção na Justiça brasileira, como vem noticiando a mídia há algum tempo, tem sido articulada por figuras da extrema direita como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que inclusive se licenciou do mandato para ir aos EUA manter contato com autoridades americanas alinhadas ideologicamente com seu grupo político, o que, segundo o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, em manifestação recente, pode configurar, em tese, ao menos dois crimes.

Direito e Justiça

TST condena advogados que inventaram jurisprudência em recursos

6ª Turma aplicou sanção pecuniária e enviará ofícios à OAB e ao Ministério Público para providências cabíveis.

Em julgamento realizado quarta-feira (21) na Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, o ministro Fabrício Gonçalves comunicou que dois advogados utilizaram jurisprudência inexistente da Corte em recursos para o tribunal. Eles ainda usaram o nome de um ministro e uma ministra do TST para amparar a admissibilidade dos recursos. “Há um dolo processual inequívoco pela parte de criar a fundamentação ficta e ainda utilizar, indevidamente, os nomes de ministros do TST”, disse o magistrado.

Decisões inventadas

O primeiro caso é um agravo de instrumento (AIRR-2744-41.2013.5.12.0005) oriundo de Santa Catarina em que a parte, para tentar viabilizar a admissão do recurso, apresentou duas decisões de ministros da Corte. Mas, conforme apurado pela Coordenadoria de Cadastro Processual do TST, os processos não constam de nenhum sistema da Justiça do Trabalho.

Jurisprudência fictícia

No segundo (AIRR-0000516-74.2023.5.11.0004), do Amazonas, o pedido se baseia “na Súmula 326 e na Orientação Jurisprudencial 463” do TST. “Todavia, tanto a súmula quanto a orientação jurisprudencial foram elaboradas pela própria parte”, afirmou o ministro. A OJ 463 nem mesmo existe, enquanto a Súmula 326 trata de tema diverso do texto inserido pelo advogado no recurso.

Segundo Gonçalves – que determinou a aplicação de sanção pecuniária de 1% sobre o valor atualizado de execução aos advogados -, o caso é muito grave. Além de desrespeitar os deveres de veracidade e lealdade, o expediente representa o uso abusivo do sistema recursal, conduta incompatível com o Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994).

O ministro, que ocupa vaga destinada à advocacia pelo quinto constitucional, informou que oficiará o caso ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), às Seccionais Santa Catarina e Amazonas da ordem e ao Ministério Público Federal para ciência e adoção das providências que entenderem cabíveis.

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho (TST)

Geral

CCJ do Senado aprova fim da reeleição para cargos do Executivo

PEC aumenta mandatos para cinco anos e unifica eleições.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição no Brasil para presidente, governadores e prefeitos foi aprovada, nesta quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A PEC 12/2002 ainda aumenta os mandatos do Executivo, dos deputados e dos vereadores para cinco anos.

Agora, o texto segue para análise do plenário do Senado.

A PEC previa o aumento do mandato dos senadores de oito para dez anos, mas a CCJ decidiu reduzir o tempo para cinco anos, igual período dos demais cargos. A proposta ainda unifica as eleições no Brasil para que todos os cargos sejam disputados de uma única vez, a partir de 2034, acabando com eleições a cada dois anos, como ocorre hoje.

A proposta prevê um período de transição para o fim da reeleição. Em 2026, as regras continuam as mesmas de hoje. Em 2028, os prefeitos candidatos poderão se reeleger pela última vez e os vencedores terão mandato estendido de seis anos. Isso para que todos os cargos coincidam na eleição de 2034.

Em 2030, será a última eleição com possibilidade de reeleição para os governadores eleitos em 2026. Em 2034, não será mais permitida qualquer reeleição e os mandatos passarão a ser de cinco anos.

Após críticas, o relator Marcelo Castro (MDB-PI) acatou a mudança sugerida para reduzir o mandato dos senadores.

Com isso, os senadores eleitos em 2030 terão mandato de nove anos para que, a partir de 2039, todos sejam eleitos para mandatos de cinco anos. A mudança também obriga os eleitores a elegerem os três senadores por estado de uma única vez. Atualmente, se elegem dois senadores em uma eleição e um senador no pleito seguinte.

Os parlamentares argumentaram que a reeleição não tem feito bem ao Brasil, assim como votações a cada dois anos. Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição.

O relator Marcelo Castro argumentou que o prefeito, governador ou presidente no cargo tem mais condições de concorrer, o que desequilibraria a disputa.

A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

Com informações da agência Brasil.

Direito e Justiça

Banco é condenado a indenizar advogada que teve risco de morte por aneurisma cerebral

Houve demora na autorização dos exames pelo plano de saúde às vésperas da cirurgia.

A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o recurso da Caixa Econômica Federal (CEF) contra a condenação ao pagamento de R$ 250 mil de indenização a uma advogada de Brasília (DF), empregada da instituição. Ela tinha aneurisma cerebral e precisava fazer uma cirurgia de urgência, mas a Caixa demorou a autorizar exames pelo plano de saúde. Para a maioria do colegiado, a conduta do empregador foi temerária diante de risco de morte.

Advogada disse que ficou em “limbo previdenciário”

Segundo o processo, a advogada se afastou do trabalho em outubro de 2019 para tratamento de quadro de ansiedade. Durante o afastamento, sofrendo de cefaleias progressivas e frequentes, fez diversos exames e foi diagnosticada com o aneurisma cerebral com risco de ruptura em cenários de estresse.

Em fevereiro do ano seguinte, ela pediu prorrogação da licença à previdência social, mas o pedido foi negado. Considerada apta pelo INSS para retornar ao serviço, ela se submeteu à avaliação da Caixa, que a considerou inapta para reassumir as funções. A situação a teria colocado no chamado “limbo previdenciário”, em que não há cobertura nem pelo INSS nem pela empresa, e só foi resolvida no ano seguinte.

Caixa demorou a autorizar exames para cirurgia

Também na ação, a advogada afirmou que a Caixa tentou colocá-la em férias no período de afastamento médico e realizou descontos salariais às vésperas da cirurgia, o que a levou a contratar empréstimo.

Contudo, o que lhe teria causado grande abalo emocional, segundo ela, foi a demora para autorizar exames pelo plano de saúde para a cirurgia. Ela disse ter enviado e-mail à central do Saúde Caixa em que pediu urgência na autorização, pois corria o risco de perder a vaga disponível para o procedimento.

Caso vai além do “limbo previdenciário”

A 4ª Vara do Trabalho de Brasília julgou improcedente o pedido de indenização, mas a sentença foi reformada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF/TO), que condenou a Caixa a pagar R$ 251 mil de indenização.

Considerando o valor “exorbitante e desproporcional”, a Caixa recorreu ao TST pedindo a redução da indenização. O argumento, porém, foi rechaçado pelo ministro Douglas Alencar, que votou para manter a condenação. Alencar, que classificou a conduta da empresa como temerária, disse que o valor atende aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.

Segundo o ministro, a situação foi muito além da questão do limbo previdenciário, diante da gravidade da doença e da urgência no atendimento médico para que o tratamento fosse bem sucedido. “Esse fato é capaz, por si só, de gerar consequências desastrosas ao patrimônio moral da empregada”, observou o magistrado.

Ficou vencido o ministro Breno Medeiros.

A decisão foi tomada no processo 0000451-77.2021.5.10.0004.

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho (TST)

Geral

Ex-comandante da FAB afirma que Bolsonaro sabia da inexistência de fraude eleitoral

Carlos de Almeida Baptista Júnior confirma reunião com teor golpista e pressão para adiar relatório sobre lisura das urnas.

Foto: Isac Nóbrega/PR

O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, afirmou nesta quarta-feira (21) em depoimento à Primeira Turma do STF que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento da inexistência de fraudes no processo eleitoral e pressionou pelo adiamento de um relatório que atestava a lisura das urnas eletrônicas. O brigadeiro, ouvido como testemunha de acusação da Procuradoria-Geral da República e de defesa dos réus Bolsonaro, Almir Garnier dos Santos e Paulo Sérgio Nogueira, confirmou que o ex-presidente foi informado sobre a ausência de indícios de fraudes pelo então ministro da Defesa.

Baptista Júnior também confirmou a realização de uma reunião com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, após o segundo turno das eleições de 2022, na qual foram debatidas “hipóteses de atentar contra o regime democrático” por meio de mecanismos como operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa ou Estado de Sítio. Segundo o depoente, nesse encontro realizado na primeira quinzena de novembro, o então comandante do Exército, general Freire Gomes, chegou a ameaçar prender Bolsonaro caso o plano fosse levado adiante.

O ex-comandante da FAB relatou ainda que, em 14 de dezembro, participou de outra reunião no Ministério da Defesa, onde Paulo Sérgio Nogueira apresentou uma minuta golpista aos comandantes das Forças Armadas. Baptista Júnior afirmou que se recusou a receber o documento ao confirmar que este previa impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Ele declarou que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, colocou suas tropas à disposição da trama golpista, e que as medidas não foram adiante porque não houve adesão “unânime” das Forças Armadas.

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