27 de abril de 2025

Direito e Justiça

Estudante de Direito não obtém reconhecimento de vínculo de emprego com escritório de advocacia da própria mãe

Juiz de primeiro grau entendeu que a relação foi de cooperação mútua entre familiares; o que foi ratificado, por unanimidade, no Tribunal

A 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) negou o vínculo de emprego de secretária postulado por uma filha em face do escritório de advocacia da mãe. Os desembargadores confirmaram, por unanimidade, a sentença do juiz Edenir Barbosa Domingos, da Vara do Trabalho de Alvorada.

Estudante de Direito, a autora requereu o reconhecimento do suposto vínculo em dois períodos, entre fevereiro de 2007 e junho de 2021, com o último salário de R$ 2 mil.

Na defesa oral, a mãe afirmou que a filha eventualmente comparecia ao escritório, de forma espontânea, e que jamais houve o pagamento de salário, mas apenas uma contribuição financeira para auxiliar na conclusão da faculdade.

Ambas confirmaram que, em diversas ocasiões, se revezavam nos cuidados com as crianças (filhos e netos das partes), que permaneciam no local durante o expediente. Mensagens de WhatsApp juntadas ao processo comprovaram que a mulher se apresentava como filha da advogada e não como secretária.

O juiz ressaltou que a mera existência de laço familiar entre as partes, por si só, não afasta o vínculo de emprego, cujo reconhecimento está condicionado à presença dos elementos caracterizadores previstos nos artigos 2º e 3º da CLT (subodinação, habitualidade, pessoalidade e onerosidade). A partir da prova oral, o magistrado concluiu que apenas foi confirmada a pessoalidade e a onerosidade.

“No caso dos autos, na verdade, havia uma relação de mera coordenação entre os membros do núcleo familiar. Entendo que houve cooperação mútua oriunda de laços familiares, contribuindo ambas as partes na execução das tarefas, e não propriamente de uma relação empregatícia”, afirmou.

A parte autora apresentou recurso ao TRT-RS. A relatora do acórdão, desembargadora Maria Cristina Schaan Ferreira, ratificou o entendimento de primeiro grau.

“A alegação de subordinação técnica inerente à atividade de secretária em escritório de advocacia não se sustenta diante das provas apresentadas. A reclamada se desincumbiu do ônus probatório de demonstrar a eventualidade do trabalho, não havendo provas suficientes para caracterizar a relação como empregatícia”, ressaltou a relatora.

Os desembargadores Fernando Luiz de Moura Cassal e Simone Maria Nunes também participaram do julgamento. As partes não apresentaram recurso.

Fonte: TRT4.

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Vereador de Alagoinha, Ezinho Construção é morto a tiros no Agreste

Ezinho Construção deixava o seu armazém, no centro de Alagoinha, quando foi alvejado

Foto: Reprodução/Redes sociais

O vereador de Alagoinha Ézio Galindo Cordeiro (Podemos), conhecido como Ezinho Construção, de 46 anos, foi morto a tiros na cidade, no Agreste de Pernambuco, na tarde deste sábado (26). O caso é investigado pela Polícia Civil.

Segundo informações preliminares, Ezinho Construção deixava o seu armazém, no centro de Alagoinha, quando foi alvejado no tórax, pescoço e no braço esquerdo.

O parlamentar chegou a ser levado ao Hospital Municipal de Alagoinha e transferido para o Hospital da Restauração, no Recife, mas não resistiu.

Ézio foi eleito em 2024 com 533 votos, sendo o quinto mais votado da cidade. Em nota, a Câmara Municipal de Alagoinha declarou luto oficial de três dias.

“Ézio construiu sua trajetória pública com dedicação, compromisso e respeito à nossa população, deixando um legado que jamais será esquecido”, completam no texto.

Nas redes sociais, o Podemos declarou que “Ezinho Construção, eleito com orgulho em 2024 para seu primeiro mandato como vereador em Alagoinha (PE), foi vítima de uma violência brutal que jamais aceitaremos”.

“É um dia triste para a política, para Alagoinha e para todos que amam o Brasil. Ezinho era esperança, trabalho e dedicação pelas pessoas. Seu legado de coragem e de luta viverá para sempre”, disse.

A Polícia Civil afirmou, por meio de nota, que instaurou inquérito policial, “seguindo em diligências com equipes da Divisão Especial de Apuração de Homicídios”.

Publicado originariamente no Diario de Pernambuco.

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Zema defende ‘caminhar junto’ com Ratinho e Caiado para vencer Lula em 2026

Ao lado de Ronaldo Caiado (União) e Ratinho Júnior (PSD), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu a união de governadores de direita para vencer Lula (PT) em 2026.

Foto: Reprodução/Instagram

Os três governadores participaram de evento em Uberaba ontem (26/4).

Zema, Caiado e Ratinho foram a 90ª Expozebu, tradicional feira do agronegócio em Minas Gerais.

Zema adotou tom eleitoral.

“No ano que vem, Caiado, Ratinho, tenho certeza que nós estaremos tirando esse governo que persegue quem produz, que persegue quem trabalha. O Brasil não merece. Nós estaremos caminhando juntos para um Brasil melhor”, disse.

Governadores querem ser alternativa da direita para a eleição de 2026.

Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), os três disputam o espólio político do ex-presidente. Caiado já lançou sua pré-candidatura a presidente no início de abril, em Salvador.

O presidente do PSD já disse que, se o partido tiver candidato próprio, será Ratinho Júnior.

No entanto, Gilberto Kassab é secretário do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também é cotado para disputar o Planalto em 2026.

O partido Novo quer lançar candidatura de Zema.

Mas no evento de hoje o governador indicou que os governadores podem se unir em torno de uma candidatura única contra Lula.

Zema voltou a defender seu vice, Mateus Simões, como sucessor em Minas.

“2026 está ali dobrando a esquina. Aqui em Minas, aquilo que está dando certo tem que continuar. Meu braço direito, Mateus Simões, tem sido uma peça fundamental e é quem tem condição de continuar esse trabalho em prol do agronegócio.”

Publicado originariamente no Portal UOL.

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Crise hídrica atinge mais de 90 municípios em Pernambuco e acende alerta no Agreste e Sertão

Mananciais em colapso representam 19,35% da capacidade hídrica do estado

Foto: Compesa

Com 18 reservatórios em situação de colapso, com volumes médios abaixo de 10% da capacidade total de armazenamento, a crise hídrica já afeta também o cotidiano de municípios do Agreste e do Sertão – regiões mais afetadas pelo problema. O mais símbolo dessa crise é o reservatório de Jucazinho, no Agreste, que opera hoje com apenas 3,47%, afetando diretamente o abastecimento de cidades como Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Surubim e Bezerros.

 De acordo com a Apac, os mananciais em colapso representam 19,35% da capacidade hídrica do estado. Outros 11,83% estão em situação crítica, com volumes entre 10% e 30%. “Quando o reservatório atinge menos de 10%, dizemos que ele está tecnicamente em colapso. Nesse estágio, a água disponível já não atende às demandas básicas da população, da agricultura e da pecuária”, explica Kássio Kramer, gerente de Monitoramento de Recursos Hídricos da Apac.

Em Bezerros, a rotina de Vitória Aguiar, moradora da zona urbana, gira em torno da chegada da água. “A água chega a cada 15 dias, o que é muito ruim. Precisamos armazenar, porque demora muito para chegar novamente e não sabemos como vai ser. A gente vai se adaptando, mas me preocupa porque a barragem está seca e não há previsão de chuva”, diz. Segundo ela, é comum vizinhos compartilharem baldes, para garantir o mínimo possível. “Tem dia que a água não dá nem para lavar roupa”

 Kássio Kramer reforça que, embora o Sertão concentre a maioria dos reservatórios em colapso, outras regiões também enfrentam riscos. “Temos cinco reservatórios nas regiões da Mata e Agreste que estão em situação crítica. Não é mais um problema apenas do Sertão. É uma crise hídrica estadual”, alerta. Um exemplo é o reservatório de Coité, em Paudalho, que opera com apenas 5,85% de sua capacidade.

A escassez de chuvas agrava o cenário. Até o dia 28 de março, 95 municípios pernambucanos tiveram situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Esse reconhecimento permite que as prefeituras solicitem apoio financeiro emergencial para ações como abastecimento por carros-pipa, recuperação de reservatórios, distribuição de cestas básicas e assistência humanitária.

 “Esse apoio federal é fundamental para mitigar os efeitos da estiagem, mas ele depende de planejamento. Os municípios precisam apresentar planos de trabalho detalhados, com informações sobre áreas afetadas, danos provocados e ações já realizadas”, ressalta Kramer. A liberação dos recursos ocorre após análise da Defesa Civil Nacional e publicação de portaria no Diário Oficial da União.

Sobre a infraestrutura dos reservatórios, Kramer explica que cada caso precisa ser avaliado individualmente. “Alguns açudes foram construídos há décadas, com materiais e técnicas menos avançadas, e hoje apresentam desgaste estrutural. Outros, mais recentes, como o de Serra Azul, têm maior resiliência. Existe uma política nacional de segurança de barragens que prevê inspeções regulares e intervenções emergenciais, se necessário.”

 Em relação à possibilidade de alívio pelas chuvas, Kramer é cauteloso. “O trimestre de maio a julho costuma trazer as maiores precipitações para as regiões Metropolitana, da Mata e do Agreste. A tendência é de alguma recarga, mas de forma muito irregular e localizada. A previsão climática aponta para chuvas dentro ou abaixo da média. Não teremos um inverno forte. E no Sertão, a estação chuvosa já se encerrou em janeiro, o que nos deixa sem expectativa de recarga por lá.”

 “Estamos falando de uma crise que vai além da água na torneira. A falta de água paralisa plantações, compromete a criação de animais e impacta o comércio, especialmente nos pequenos municípios. É uma cadeia de prejuízos que afeta todos os setores”, conclui Kramer.

A fala da moradora Vitória resume bem o sentimento de milhares de pernambucanos afetados: “A gente se adapta, mas vive com medo. O medo de não ter água amanhã.”

Publicado originariamente no Diario de Pernambuco.

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Com maioria formada pela prisão de Collor, Gilmar Mendes cancela destaque

Com a decisão, o plenário virtual será reaberto na próxima segunda-feira, 28, para continuidade do julgamento.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Após maioria do plenário do STF votar pela manutenção da prisão do ex-presidente Fernando Collor, ministro Gilmar Mendes cancelou pedido de destaque que levaria o julgamento ao plenário físico.

Urgência

Diante da urgência no caso, ministro Luís Roberto Barroso determinou a reinclusão do processo em sessão virtual para continuidade do julgamento.

O plenário virtual será reaberto na próxima segunda-feira, 28, às 11h, com término previsto para o mesmo dia, às 23h59.

Maioria formada

Com maioria, o placar já conta com os votos dos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Dias Toffoli, Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, e da ministra Cármen Lúcia, totalizando seis votos favoráveis à manutenção da prisão.

Faltam votar os ministros Gilmar Mendes, Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques.

Prisão

Fernando Collor permanece preso desde a madrugada de sexta-feira em Maceió/AL. Ele foi condenado a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com os autos, ele recebeu R$ 20 milhões para favorecer contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia, em troca de apoio político para nomeação e manutenção de diretores da estatal. Os fatos ocorreram durante seu mandato como senador.

A Polícia Federal realizou a prisão enquanto Collor se preparava para viajar a Brasília, onde pretendia se apresentar voluntariamente. Agora, ele deve ser transferido para a capital Federal, onde iniciará o cumprimento da pena.

A decisão de Moraes que ordenou a prisão também negou embargos infringentes apresentados pela defesa, que buscavam revisão da pena com base em votos divergentes no julgamento. Segundo o ministro, o recurso não é cabível, pois não houve o número mínimo de quatro votos absolutórios exigidos pelo regimento do STF. Ele classificou os recursos como “protelatórios” e autorizou o início imediato da execução penal.

Além de Collor, também tiveram recursos rejeitados Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, condenado a quatro anos e um mês de reclusão, em regime semiaberto, e Luís Pereira Duarte Amorim, que cumprirá penas restritivas de direitos.

Publicado originariamente no Portal Migalhas.

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