O ex-presidente e indiciado pela Polícia Federal por crimes contra o Estado, Jair Bolsonaro (PL), fez novos ataques à PF e ao ministro Alexandre de Moraes. O político ironizou o golpe e as investigações e as classificou como injustas. “Uma coisa absurda essa história do golpe”, destacou.
“Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas? Não fique botando chifre na cabeça de cavalo. Esses estão sendo presos injustamente, agora, de forma preventiva. Não encontra um só respaldo na lei que faz da preventiva prender esses quatro oficiais”, disse Bolsonaro.
Os comentários foram feitos durante uma live no início da tarde deste sábado, 23, transmitida pelo perfil do ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto. Enquanto fazia um corte de cabelo em uma barbearia em São Miguel dos Milagres, Alagoas, Bolsonaro respondeu a perguntas de internautas. Ao ser questionado sobre as acusações de golpe, ironizou que “golpe não se dá mais com tanque” e, sim, “de táxi”.
“Parece que o sequestro não saiu porque não tinha táxi na hora. É uma piada dessa PF de Alexandre de Moraes”, ironizou.
Ele destacou ainda que a direita irá voltar em 2026, mas que “pesa” eram as “covardias”, “as prisões”.
Inquérito sobre o golpe
A Polícia Federal indiciou nessa quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-integrantes do seu governo pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
De acordo com a PF, o relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal com o indiciamento de, ao todo, 37 pessoas pelos crimes. Também foram indiciados o general da reserva do Exército, Braga Netto, o general da reserva Augusto Heleno, o policial federal Alexandre Ramagem e Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), segundo informações divulgadas pelo jornalista César Tralli.
As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário.
Fonte: Terra