Há três anos, campeão inédito e histórico do interior. Um momento de glória inesquecível e muito comemorado. Agora, sem elenco e sem prazo sequer para montá-lo, a menos de um mês do início do campeonato estadual de 2024. É essa a realidade a que vive o Salgueiro e exposta pelo presidente José Guilherme
O dirigente recebeu a reportagem do ge nesta quarta-feira, na sede do clube e, em tom de lamento, revela temer pelo pior: montar um time – hoje sonho distante -, não conseguir honrar com salários e, por tabela, levar W.O no Pernambucano, o que ocasionaria rebaixamento imediato para a 3ª divisão estadual e uma multa de R$ 100 mil a ser paga.
“O atleta está num local e não tem alimentação. Se eu trouxer, vai ter salário, transporte, local de treino, se você não der isso, o clima fica ruim, o resultado não vem, e vai provocar atitude dos atletas, que é um direito deles. Se ele não está se alimentando vai jogar por que? Cria um ciclo e ocasiona que vai ter w.o obrigatório”, inicia.
— Eu não tenho prazo. Meu prazo é arranjar o dinheiro e começar. E hoje, não tenho nada. Eu preciso para dezembro uma faixa de R$ 200, R$ 250 mil para cumprir as despesas para ter tranquilidade para o resto do campeonato.
Não por falta de procura. José Guilherme conta ter batido em muitas portas, inclusive da Federação Pernambucana de Futebol, para pedir ajuda. E garante: a maioria, fechadas. Apenas os presidentes do Retrô, Laércio Guerra, e do Maguary, Ytalo Pontes, segundo o mandatário, se dispuseram a emprestar atletas, sem custos, ao Carcará.
Inclusive, em uma das “loucuras” para captar recursos, como assim classificou, o dirigente revela ter oferecido o Salgueiro para administração de terceiros. Também sem sucesso. Até aqui, apenas a Prefeitura garantiu patrocínio, no valor de R$ 400 mil. Mas falta muito.
“A prefeitura chegou, disse que vai patrocinar com R$ 400 mil, mas nesse momento faltam R$ 400 mil. Sou uma pessoa de classe média baixa, não tenho recursos. Estou que nem um louco correndo atrás. Já ofereci o clube para uma pessoa administrar e até agora não consegui”.
— Desistir da vaga? A verdade é que desde dois, três meses atrás, procuro solução para participar do campeonato. Eu já procurei federação, clubes amigos… Laércio, do Retrô, me garantiu emprestar cinco jogadores, o Ytalo, do Maguary, me garantiu dois jogadores, mas e as despesas iniciais? — , questiona.
Enquanto busca alternativas para superar tamanha crise, o Salgueiro busca inspiração em quem passou por caso semelhante de dificuldade: o Petrolina. A Fera Sertaneja montou um plantel em pouco mais de uma semana do início do Pernambucano desse ano e surpreendeu: foi até às semifinais, garantiu vaga na Série D e na Copa do Brasil em 2024.
— O Petrolina montou um time com 10, 12 dias, e deu, conseguiu. Não estou dizendo que vou conseguir igual ao Petrolina, é difícil, complicado, envolveu muitos fatores o Petrolina ter sucesso, deu liga, o time se uniu. Será que vou conseguir? Já tá começando errado. Porque era pra estar treinando. Então, a probabilidade de dar errado vai ser muito grande. A situação do Salgueiro é complicada, a Federação tem ciência disso — , finaliza José Guilherme.
Fonte: GE