Após ser vaiado em um encontro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com sindicalistas e militantes, o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, cancelou o ato que havia marcado para 3 de maio, quando anunciaria apoio oficial à pré-candidatura do petista ao Palácio do Planalto.
O dirigente partidário afirmou, na sexta-feira (15/4), que ainda tem a intenção de embarcar na campanha de Lula, mas quer saber agora se o PT realmente almeja uma aliança ampla para disputar a eleição contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Lógico que você fica incomodado, porque eu não estava em um evento com multidão, estava num evento com militância, com lideranças”, afirmou Paulinho, que é presidente de honra da Força Sindical. “Eu fiquei bastante incomodado porque, em nenhum momento, a direção do PT, nem o Lula nem a Gleisi foram ao microfone dizer que tinha de fazer uma aliança mais ampla, que envolvesse não só o Solidariedade, mas também outros partidos de centro.”
Paulinho enviou, sexta-feira, uma mensagem para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na qual expressou seu aborrecimento com a situação e informou que o ato do dia 3 estava suspenso. “Nós continuamos no intuito de apoiar o Lula, mas queremos rediscutir esse formato, saber qual é o pensamento do PT com relação a uma aliança mais ampla, se realmente o PT quer isso.”
Lula participou, na quinta-feira, de um ato político com representantes e militantes das principais centrais sindicais brasileiras, em São Paulo. Presente no evento, Paulinho foi vaiado ao ter seu nome citado. Alguns petistas costumam lembrar que o presidente do Solidariedade votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. No palco, ao lado de Lula, contudo, estava também o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), anunciado como vice na chapa do petista e que também apoiou, à época, a destituição de Dilma.
Fonte: Estado de Minas