Comissão do Ministério da Saúde contraindica cloroquina para pacientes com Covid

A comissão do Ministério da Saúde responsável por assessorar a pasta no processo de incorporação e exclusão de medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) contraindicou o uso da cloroquina, da hidroxicloroquina e da azitromicina no tratamento de pacientes hospitalizados com Covid-19.

A orientação dada pelo órgão vai na contramão da defesa enfática que o presidente Jair Bolsonaro faz do uso dos medicamentos sem comprovação de eficácia do chamado “kit Covid” para tratar a doença.

“Não há evidência de benefício seja no seu uso de forma isolada ou em associação com outros medicamentos”, disse relatório técnico da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

O documento destacou ainda que a cloroquina e a hidroxicloroquina não devem ser utilizadas, independentemente da via de administração: oral, inalatória ou outras.

O relatório abre a exceção para que pacientes que usam esses dois medicamentos devido a outras condições de saúde, como doenças reumatológicas e malária, mantenham-nas caso contraiam a Covid-19.

Por sua vez, a utilização da azitromicina pode ser feita na presença ou suspeita de infecção bacteriana, de acordo com orientações do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar local e/ou protocolos institucionais de uso de antimicrobianos.

O relatório da Conitec não fala do uso da cloroquina e dessas outras medicações em casa.

O relatório Conitec, de 101 páginas, servirá de base para uma decisão final do Ministério da Saúde sobre o uso dessas medicações para o tratamento de Covid-19.

A compra e a distribuição da cloroquina e de outros medicamentos estão no cerne da investigação da CPI da Covid-19 e de apurações que envolvem o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Ele foi convocado a depor nesta quarta na CPI.

O documento da Conitec também recomenda não utilizar a ivermectina em pacientes hospitalizados com Covid-19 ante o que consideram de “certeza da evidência muito baixa”. A ivermectina –um popular vermífugo– é outra medicação defendida pelo presidente como tratamento precoce contra a Covid.

O texto também sugere não usar o remdesivir em pacientes hospitalizados com Covid-19, citando, por exemplo, que essa medicação não reduziu mortalidade em pacientes nessa condição e tampouco “parece haver benefício nos pacientes em uso de ventilação mecânica”.

Fonte: IstoÉ

Doria diz que Butantan receberá da China 4 mil litros de insumos para CoronaVac em 26 de maio

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (17) que o Instituto Butantan deve receber um novo lote com 4 mil litros de matéria-prima para a produção da CoronaVac, vacina contra a Covid-19, em 26 de maio.

“Boa notícia! O Butantan recebeu nesta manhã da China a previsão do envio de nova remessa de insumos ao Brasil para produção da Vacina do Butantan. A chegada do novo lote com 4 mil litros de insumos, capazes de produzir 7 milhões de doses da vacina, está prevista para o dia 26/05”, disse o governador nas redes sociais.

Na última sexta-feira (14), o Instituto Butantan suspendeu completamente a produção da vacina por falta de matéria-prima após entregar o último lote com 1,1 milhão de doses prontas ao Ministério da Saúde.

Segundo o Butantan, há um lote com 10 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) aguardando a liberação do governo chinês para ser exportado ao Brasil, que seria suficiente para a produção de 18 milhões de doses da CoronaVac.

Doria não informou qual a previsão para a entrega dos 6 mil litros de IFA restantes, que completam o total em negociação.

Mais cedo, em coletiva de imprensa, o governador afirmou que mantém o contato direto com o governo chinês para a liberação da matéria-prima o mais rápido possível.

Fonte: G1