Em último ato, PGR interino diz que operação da PF contra líder do governo Bolsonaro era ‘imprescindível’

Em um dos seus últimos atos à frente do cargo, o procurador-geral da República interino Alcides Martins afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a operação de busca e apreensão em gabinetes do líder do governo no Senado,  Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), era “imprescindível” e que foram encontrados documentos relevantes para as investigações. Na manifestação, Alcides ainda fez críticas à sua antecessora no cargo, a procuradora-geral Raquel Dodge, por ter sido contrária à medida.

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na quinta-feira passada, na Operação Desintegração, no gabinete de Bezerra no Senado e na liderança do governo na Casa, assim como no de seu filho, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE), para apurar suspeitas de pagamento de propina de construtoras envolvidas em obras no antigo Ministério da Integração Nacional, pasta que foi comandada por Bezerra durante o governo Dilma Rousseff. A operação da PF foi alvo de críticas pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), que protocolou um pedido no STF para anular as buscas sob o argumento de que não se justificavam.

Em sua manifestação, Alcides rebateu essas críticas e disse que as medidas foram necessárias para a investigação. O PGR interino manifestou-se a Barroso “pela presença dos requisitos para o deferimento de todas as medidas requisitadas pela autoridade policial, que, cumpridas, revelaram-se imprescindíveis para a investigação em curso”. “Apesar da manifestação contrária da então Procuradora-Geral (Raquel Dodge), entendo que se faziam presentes os requisitos para o deferimento de todas as medidas requeridas pela autoridade policial”, escreveu Alcides.

O procurador-geral interino ressaltou que no gabinete de Bezerra e na liderança do governo do Senado Senado foram encontrados “documentos diretamente relacionados com os fatos investigados, como por exemplo, pagamentos à Construtora Barbosa Mello”. Essa é a uma das construtora suspeitas de ter repassado propina a Bezerra devido às obras do ministério. “A ferramenta de triagem identificou no computador de mesa que estava na estação de trabalho usado pelo servidor João Paulo Decco de Faveri, bem como em um HD localizado na estação de trabalho do servidor Marlon Foguel, arquivos que fazem referência a pagamentos destinados a pessoas jurídicas citadas na investigação e relação de doadores de campanhas políticas”, escreveu Alcides.

Dentre outros itens encontrados, o PGR interino afirma que no gabinete do deputado Fernando Bezerra Filho havia documentos sobre um operador financeiro do esquema e sobre empresas investigadas. Também foram encontrados em outros locais comprovantes de transferências bancárias e manuscritos contendo referências a valores.

Com base nesses argumentos, Alcides afirma a Barroso que não houve ilicitudes no cumprimento dos mandados e pede para ser rejeitado um pedido da defesa de Fernando Bezerra pela anulação das medidas. “Não houve ilicitudes no cumprimento dos mandados de busca, uma vez que as prerrogativas inerentes ao mandato parlamentar não afastam a possibilidade de realização de medidas cautelares no ambiente de trabalho”, escreveu o PGR interino.

Fonte: O Globo

Jorge Mussi nega pedido para suspender julgamento de apelação de Lula

Não é cabível a impetração de habeas corpus contra acórdão que julgou improcedente exceção de suspeição, pois isso desrespeita o sistema recursal vigente no âmbito do direito processual penal.

Com esse entendimento, o ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça, negou dois pedidos de liminares em HC feitos pela defesa do ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia (SP).

A defesa de Lula ingressou com os HCs após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região negar pedidos de suspeição dos desembargadores  federais Thompson Flores e Gebran Neto. Nas liminares, analisadas por Mussi, a defesa pedia a suspensão do processo. No mérito, que o STJ reconheça a suspeição.

Segundo Mussi, é inviável a utilização do habeas corpus para revolver questões que exigem a análise de fatos e provas. “É pacífico neste Superior Tribunal de Justiça que, para afastar o entendimento das instâncias de origem e concluir que estaria configurada a suspeição do magistrado, é necessário o revolvimento de matéria fático-probatória, providência vedada na via estreita do habeas corpus, circunstância que afasta a plausibilidade jurídica da medida de urgência”, afirmou.

Além disso, o ministro Jorge Mussi destacou que não houve ilegalidade flagrante nas decisões do TRF-4 que rejeitaram a alegação de suspeição dos dois magistrados feita perante aquela corte. De acordo com o ministro, a 5ª Turma do STJ fará análise pormenorizada da questão quando do julgamento do mérito.

O ex-presidente Lula está preso desde abril de 2018 em Curitiba, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). No caso do sítio de Atibaia, ele foi condenado em primeira instância a 12 anos e 11 meses de prisão.

Fonte: Consultor Jurídico

Senado aprova por 68 votos a 10 a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República

Em votação secreta, o plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (25), por 68 votos a 10, a indicação de Augusto Aras para chefiar a Procuradoria-Geral da República. Para ser aprovado, um indicado à PGR precisa de pelo menos 41 votos. Dos 81 senadores, dois faltaram e um se absteve.

Aras foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para ser o sucessor de Raquel Dodge à frente do Ministério Público Federal. Com a aprovação do Senado, Aras ficará no cargo pelos próximos dois anos.

Antes da votação no plenário principal do Senado, Aras passou por uma sabatina de mais de cinco horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. No colegiado, recebeu 23 votos favoráveis e somente 3 contrários.

Com a aprovação no Senado, será marcada uma data para a posse de Aras como chefe do MPF.

Logo após a votação, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), assinou mensagem que, segundo o senador, seria “imediatamente” encaminhada ao Palácio do Planalto, para comunicar ao presidente a aprovação do indicado.

Ao lado de Aras, Alcolumbre cumprimentou o subprocurador e desejou “êxito” ao aprovado. “Muita sorte na condução da PGR, para que possamos juntos pacificar o Brasil”, disse o presidente da Casa.

Aras deixou o Senado sem falar com a imprensa. No início da noite, ele foi à residência oficial do Palácio da Alvorada se reunir com o presidente Jair Bolsonaro.

Fonte: G1