Jovens criticam Brasil e outros países por omissão no combate à mudança climática

A adolescente sueca Greta Thunberg e outros 15 jovens ativistas apresentaram nesta segunda-feira uma queixa ao Comitê dos Direitos da Criança da ONU, alegando que a falta de ação de líderes mundiais, incluindo do Brasil, em relação à crise climática violou os direitos das crianças.

Os jovens, com idades entre 8 e 17 anos e oriundos de 12 países diferentes, choraram ao apresentar a queixa na sede do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e deram relatos pessoais sobre como suas vidas e lares foram afetados pela mudança climática decorrente da omissão dos políticos.

“Os líderes mundiais não cumpriram o que prometeram. Eles prometeram proteger nossos direitos e não fizeram isso”, disse Thunberg, que falou depois de fazer um discurso apaixonado nesta segunda-feira na Organização das Nações Unidas (ONU).

Argentina, Brasil, França, Alemanha e Turquia são os países acusados de saber do impacto de suas emissões de carbono sobre o clima e não fazer nada para mitigar seus efeitos.

Os acusados são alguns dos maiores emissores de carbono dos 45 países que assinaram um protocolo que permite que as crianças busquem reparação sob a Convenção dos Direitos da Criança de 1989. Outros grandes emissores de carbono como os Estados Unidos e a China não assinaram o protocolo.

A queixa é a mais recente ação liderada por jovens para denunciar a crescente ameaça das mudanças climáticas e extinção em massa. Na sexta-feira, cerca de 4 milhões de pessoas participaram do que se chamou de greve climática global, inspirada em Greta Thunberg, de 16 anos, que iniciou uma greve semanal na escola em agosto de 2018 para tentar aumentar a conscientização sobre o assunto.

“Não permitiremos que tirem o nosso futuro. Eles tinham o direito de ter o seu futuro; por que não temos o direito de ter o nosso?”, questionou Catarina Lorenzo, 12 anos, de Salvador, Brasil.

O aquecimento global já levou a secas e ondas de calor, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar e inundações, e cientistas dizem que a crise se intensificou desde 2015, quando os líderes mundiais assinaram o Acordo de Paris para combater o fenômeno causado pela emissão de gases estufa como gás carbônico.

Três das crianças que assinaram a petição e são provenientes das Ilhas Marshall pediram a líderes mundiais que visitem seu país para verem em primeira mão como o aumento do nível do mar está engolindo as ilhas do Pacífico central.

“Eu mostraria meu quintal”, disse Litokne Kabua, 16 anos, que afirmou que o oceano avançou sobre as propriedades de sua família nos últimos anos.

A presidente das Ilhas Marshall, Hilda Heine, disse na segunda-feira que buscará a aprovação do Parlamento para declarar uma crise climática.

Segundo Heine, seu país e Nova Zelândia, Suécia, Noruega, Dinamarca e outros, que formam o bloco Alta Ambição nas negociações climáticas da ONU, se comprometerão a zerar emissões de gases de efeito estufa até 2050.

Mais de 60 líderes mundiais e executivos de empresas devem participar da Assembléia Geral nesta semana e anunciar medidas de financiamento para ações climáticas e transição da energia proveniente da queima de combustíveis fósseis.

Fonte: Reuters

Confira o discurso de Sonia Guajajara na Cúpula do Clima da ONU

Sonia Guajajara, coordenadora da APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – falou na Cúpula do Clima da ONU em Nova York, e em seu discurso, reforçou a disposição dos povos indígenas do Brasil na manutenção do meio ambiente e como devemos todos encampar essa luta juntos “Nós vamos seguir lutando, e queremos lutar junto com vocês porque a luta pela Mãe Terra é a mãe de todas as lutas!”

Confira o discurso na íntegra:

“Estou contente por estar aqui e sei que milhões de pessoas no mundo inteiro estão ansiosas para ajudar a deter os incêndios na Amazônia, na Ásia e na Bacia do Congo.

Neste momento, a imagem da Amazônia em chamas está no mundo inteiro, essa imagem me aterroriza, tenho certeza que a vocês também. Quem queima não são só as árvores, o solo, o ar, os rios. Somos também nós, o povo da floresta. Queima a nossa história e as nossas formas de Viver.

Aqui está um esforço que acredito que pode ajudar.

Fiz parte do lançamento da iniciativa inter-religiosa pelas florestas tropicais no Centro do Prêmio Nobel da Paz em Oslo, há dois anos.

Eu também ajudei a apresentar a declaração e agenda de ação de « Fés pelas Florestas » na Assembleia Mundial das Religiões pela Paz, há algumas semanas.

E sou membro do Conselho Consultivo da Iniciativa Inter-Religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil.

Estou dedicando meu tempo a esta iniciativa porque vejo que ela tem um enorme potencial.

Tem o potencial de gerar um novo impulso para a proteção das florestas e dos direitos dos povos indígenas. As nações indígenas brasileiras desde o primeiro contato com a supremacia branca , foi uma história de resistência e 2019 é um ano de ameaças à sobrevivência indígena no Brasil: Corremos risco de vida com a visão integracionista e assimilacionista do Governo atual que aposta no confronto e no divisionisionismo entre os povos .

Trabalhando juntos, há tanta coisa que pode ser feita por líderes religiosos inicialmente em parceria com povos indígenas no Brasil, Colômbia, Peru, Congo e Indonésia, mas é um convite sem fronteiras para todos os continentes e juntos precisamos descarbonizar a mente dos chefes das nações, restaurar seus pensamentos e reflorestar o coração das pessoas para o bem-estar de toda a sociedade. Esta pode ser uma nova e poderosa aliança, e é ao mesmo tempo encorajador e energizante ver a crescente preocupação com estas questões.

Acolhemos líderes influentes de religião e fé para trabalhar conosco, para ajudar a chamar a atenção do mundo para os desafios que enfrentamos, mas também para estar ao nosso lado quando enfrentamos ameaças e perigos por causa da luta que fazemos em defesa da mãe terra  e de todos os povos do planeta.

No mês de Agosto a primeira Marcha das Mulheres indigenas chamada pelas mulheres indigenas do Brasil, convocou todas as mulheres pra marchar junto na construção do Bem viver para todas as sociedades e equilíbrio do Meio ambiente. Nós vamos seguir  lutando , e queremos lutar junto com vocês  porque a luta pela Mãe Terra é a mãe de todas as lutas!’

Fonte: Mídia Ninja

Alcolumbre adia votação da reforma da Previdência e surpreende governo

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), adiou de hoje (24) para quarta-feira (25), o início do primeiro turno de votação da reforma da Previdência. A decisão de Alcolumbre surpreendeu a Casa Civil e o Ministério da Economia, que não foram comunicados com antecedência e esperavam que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 6 de 2019 fosse votada na tarde de hoje.

Pelo Twitter, Alcolumbre anunciou que realizará às 15h de hoje sessão do Congresso Nacional para votar o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias). Ele também declarou que a sessão do Senado que iniciará o primeiro turno de votação da reforma da Previdência ocorrerá a partir das 16h.

Técnicos do governo se disseram surpreendidos com a decisão do presidente do Senado. Segundo dois técnicos ouvidos reservadamente pelo UOL o calendário original previa que a reforma da Previdência seria votada amanhã.

“Fomos pegos de calça curta. Não sabemos o que motivou esse adiamento. Estava tudo combinado para que a reforma fosse votada em plenário no dia 24 de setembro”, disse um dos técnicos do governo.

A decisão de Alcolumbre, entretanto, não adiará a votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. A presidente da comissão, Simone Tebet (MDB-MS), afirmou ao UOL que manterá a votação do relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para amanhã, às 10h.

Fonte: UOL

Witzel lamenta morte de Ágatha, culpa o crime organizado e defende a política de segurança do governo

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), culpou nesta segunda-feira (23) o crime organizado pela morte da menina Ágatha Félix, de 8 anos, e defendeu a política de segurança pública do governo do Rio de Janeiro.

Foi a primeira vez que Witzel falou a respeito, quase três dias depois de Ágatha ter sido baleada nas costas, na noite de sexta-feira (20), quando estava em uma Kombi na área conhecida como Fazendinha, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Moradores da região afirmaram que policiais militares atiraram em uma moto que passava no local, mas o tiro atingiu a criança. A corporação nega.

O governador lamentou a morte e pediu velocidade nas investigações.

“A dor de uma família não se consegue expressar. Eu também sou pai e tenho uma filha de 9 anos. Não posso dizer que sei o tamanho da dor que os pais da menina estão sentindo. Jamais gostaria de passar por um momento como esse. Tem sido difícil ver a dor das famílias que tem seus entes queridos mortos pelo crime organizado. Eu presto minha solidariedade aos pais da menina Ágatha. Que Deus abençoe o anjo que nos deixou”, disse Witzel, em entrevista coletiva.

“Liguei para os secretários de polícia determinando o rigor e a celeridade nas investigações. Eu confio no trabalho das polícias e do MP. E independente do meu pedido eu sei que eles vão fazer o trabalho que tem que fazer”, afirmou .

Fonte: G1