Maternidade vai custear internação da filha de noiva que morreu antes de casar

A história da grávida que sofreu um AVC pouco antes do casamento e morreu depois de dar à luz continua emocionando. A recém-nascida, Sophia, continua internada em uma UTI neonatal desde o parto. Com a repercussão da história, o hospital Pro Matre Paulista resolveu custear todas as despesas com a internação da criança, que terá que ficar por mais três meses na UTI da maternidade, segundo estimam os médicos.

Sophia nasceu com 1 kg, depois de uma gravidez de 29 semanas. A mãe dela, Jessica, passou mal quando chegou na cerimônia de casamento, no sábado (14). Jessica deu entrada na maternidade com morte cerebral por conta de um caso grave de pré-eclâmpsia.

O plano de saúde do noivo dela, tenente Flávio Gonçalves, não cobre o hospital particular, e um colega organizou uma vaquinha online parra arrecadar dinheiro e ajudar com os custos. A campanha ultrapassou a meta e já arrecadou mais de R$ 200 mil.

Em nota, a Pro Matre afirmou que o “compromisso é garantir que o Tenente Gonçalves possa exercer seu papel de pai e dedicar todo amor que a pequena Sophia precisa”. A instituição diz que se antecipou “para que os valores da internação não sejam impedimento para a permanência da Sophia na UTI Neonatal e, com isso, não implicará em qualquer ônus às famílias”.

O tenente usou o Instagram nesta quinta-feira (19) para escrever um texto refletindo sobre esse momento de dor, acompanhando uma foto de Jéssica. “Nossa história era tão linda que parecia filme, antes mesmo de acontecer tudo isso. Nesses últimos dias não paro se pensar como tudo isso pode ser real. Sabe quando você entra numa sala de cinema para assistir aquele filme muito comovente? Pois bem, você se sensibiliza tanto que começa a chorar. Mas quando esse filme acaba você dá graças a Deus que aquilo é ficção e todo contexto faz parte de uma dramaturgia para te deixar penetrado. Porém a minha é real. Obrigado a vocês por tudo”, escreveu.

Sofrimento
O tenente Gonçaves, pai da garota e noivo de Jéssica, diz que após o cancelamento do casamento a comida do buffet foi doada para crianças da comunicade Peri Alto, em São Paulo. Ele afirma ainda que perto do nascimento da primeira filha do casal, eles descobriram que o bebê tinha um problema de restrição de crescimento.

Em depoimento escrito para a Revista Crescer, Gonçalves conta que depois de sete anos de namoro Jéssica resolveu mudar o anticoncepcional. Foi quando ela parou por uns meses de tomar a medicação e acabou engravidando. “Foi inesperado, mas um momento de pura alegria, pois nosso objetivo era casar e ter filhos. Eu sabia que ela seria uma esposa maravilhosa e uma mãe mais ainda, pois era muito apegada a nossa sobrinha”, escreve o noivo.

A gravidez correu tranquila. Como enfermeira, Jéssica tinha as vacinas em dia e levava uma vida saudável, comendo bem, se exercitando e sem fumar ou beber.

O casamento inicialmente seria em 15 de novembro, mas por conta da gravidez não programada foi antecipada para o dia 15 de setembro, para que a filha nascesse só depois. Na última semana antes da festa, uma ultrassom apontou algo diferente. “A médica disse que a Sophia estava com restrição de crescimento e um exame que tinha que dar 10, estava 5 [o percentil teria que estar acima de 10]. Ela receitou algumas medicações e vitaminas e pediu para que voltássemos na sexta-feira; nosso casamento era no sábado”, lembra.

Ao voltar para a médica, o exame mostrava índice ainda mais baixo. A médica desconfiou que a tireoide poderia estar com problemas e a encaminhou para um endocrinologista. Também alertou Jéssica de que ela não poderia viajar na lua de mel, pois a reta final da gravidez precisaria ser acompanhada de perto. “O estado de saúde da nossa filha e o impedimento da viagem acabaram deixando a Jéssica emocionalmente abalada. Mas entendemos que era momento de cuidar da nossa pequena e a lua de mel ficaria para depois”, lembra o noivo.

O endocrinologista passou exames e medicamos para a tireoide, que, oscilante, poderia estar prejudicando o crescimento da bebê. Mesmo assim, Jéssica não sentia nenhum sintoma de que algo estava fora do normal.

No dia do casamento, ela acordou se sentindo mal por volta de 4 da manhã, com dor de estômago. O noivo levou Jéssica para o médico, mas a desconfiança era de que ela estava com problema na vesícula. Jéssica foi medicada e liberada, seguindo para se arrumar para a festa com as madrinhas. “O tempo todo eu ligava para saber como ela estava e, não contente em ouvir pela voz dela, também perguntava para as pessoas que estavam com ela. Tudo parecia ótimo. Eu passei o dia cuidando dos detalhes do salão de festa com meus amigos e me arrumei para ir à cerimônia”, lembra Gonçalves.

AVC

Jéssica chegaria à igreja de limousine. Gonçalves já estava lá esperando quando soube por familiares que a noiva não estava se sentindo bem. “O problema é que estava tudo pronto e nada de ela entrar. Foi então que uma prima dela saiu correndo e me disse que ela tinha desmaiado”, conta. 

O tenente foi até o carro, retirou Jéssica de lá e fez os procedimentos de primeiro socorro. Bombeiro por sete anos, ele tem muitos amigos paramédicos e bombeiros, que o ajudaram nesse momento. Quando o resgate chegou, ele seguiu com Jéssica, vestida de noiva, na ambulância. Ela estava viva e Gonçalves até então pensava que se tratava somente de um novo mal estar.

No hospital, uma médica afirmou que se tratava de algo complexo e Jéssica precisava ir para um hospital maternidade. “Me deram três opções e acabei escolhendo a Pro Matre Paulista (SP), sem saber se o convênio cobria ou não. Eu só queria salvar a vida da minha esposa e da nossa filha. Lá, já a levaram para o centro cirúrgico e me chamaram para dar os parabéns, pois a bebê havia nascido. Parece que, naquele momento, o mundo parou. Senti uma alegria e achei que estava tudo bem. Eu liguei para todo mundo e disse que a Sophia havia nascido e, apesar da prematuridade, estava bem. Só que ninguém me dava notícias sobre a Jéssica e eu comecei a ficar desesperado”, diz.

Quando foi finalmente chamado por um médico, soube que por conta da hemorragia Jéssica teria o útero retirado. O procedimento foi feito e a hemorragia estancada, mas Jéssica estava sem atividade no cérebro após sofrer um AVC hemorrágico. Ela foi transferida para o Hospital São Paulo. “Lá eu vivi momentos de pânico e angustia até que o médico me chamou em uma outra sala e disse que ela tinha tido morte cerebral. Pediu para eu entrar na sala para me despedir. Eu só conseguia chorar, rezar e pedir forças para Deus. Ela estava quentinha, tinha batimentos cardíacos e eu comecei a fazer massagem nos pés dela. A Jéssica sempre adorava as minhas massagens. Depois de conseguir me controlar e ficar lá por um tempão, eu tive coragem para avisar a todos que o pior havia acontecido”, relembra o noivo.

Gonçalves conta que sentiu o desespero bater, mas lembrou da filha para se controlar. A família decidiu doar todos os órgãos de Jéssica para ajudar outras pessoas. “A Jéssica era uma mulher muito especial, um ser de luz, me ensinava todos os dias como eu deveria tratar uma mulher e é isso que vou tentar fazer, agora, com a nossa filha Sophia, que é uma parte dela que ficou. Ela foi uma guerreira, lutou até o último minuto, era uma mulher fantástica, em todos os sentidos”, se emociona.

Fonte: Jornal Correio

PT vai processar Weintraub por comentários sobre vencedores da Mega-Sena

O PT decidiu processar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pelas declarações feitas no Twitter após o anúncio de que funcionários do Partido dos Trabalhadores ganharam R$ 120 milhões na Mega-Sena. 

Segundo o líder do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), as declarações foram não apenas invejosas, mas também ofensivas a pessoas que ele o ministro sequer conhece. Os vencedores são 49 funcionários do partido e entre eles não há nenhum parlamentar. 

Nas mensagens, publicadas nesta quinta-feira (19/9), Weintraub ironizou o fato de o bolão dos servidores da liderança e assessores do PT ter sido o vencedor da loteria. Questionou, na rede social, se os funcionários do partido já foram comprar cuecas extra-grandes. “Velho hábito”, ironizou. 

“Petistas na liderança do partido obtiveram R$ 120 milhões. Aparentemente, não há crime no episódio. Dúvidas: Será a primeira vez que a PF não vai investigar petista que fica milionário? O PT expulsa que fica milionário sem roubar?”, escreveu o ministro, na rede social.

Weintraub continuou: “Dois eventos praticamente impossíveis na mesma notícia: ganhar sozinho na mega Sena e petista ficar milionário sem roubar…estou com medo de ver um Saci Pererê hoje”, concluiu. 

Fonte: Correio Braziliense

Grupo de parlamentares pressiona por vetos ao projeto dos partidos

Um grupo de senadores e deputados contrários ao projeto dos partidos, aprovado nessa quarta-feira pela Câmara, pressiona o presidente Jair Bolsonaro para que ele vete a maior parte da medida. A ideia é que a caneta presidencial retome o texto costurado pelo Senado e mantenha apenas a brecha para aumentar o valor do fundo eleitoral, retirando as demais benesses, como as que podem facilitar a prática de caixa 2.

O bloco é formado por parlamentares do Podemos, Novo, Cidadania e PSL, que juntos reúnem 80 deputados e 11 senadores.

A Câmara “resgatou” quarta-feira dois pontos que, segundo analistas, podem facilitar a prática de caixa 2. Um deles é a anistia a multas por desaprovação de contas de campanha. O outro é o que permite que o pagamento de advogados não entre no limite de gastos de campanha e possa ser quitado por doações de pessoas físicas sem limite de valor.

A ideia de formar um grupo para pressionar o presidente começou a ser gestada no fim da noite de ontem, enquanto a votação do projeto ainda estava em curso, pela presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), que começou a convocar colegas para ir até Bolsonaro.

“Já conversei com parlamentares de diversos partidos e vamos pedir o veto. Queremos deixar só o que foi aprovado no Senado”, diz o líder do Podemos na Câmara, José Nelto (GO). “O principal é que os senadores tiraram a flexibilização que facilitava a prática do caixa 2”.

Segundo Nelto, esse mesmo grupo quer evitar o aumento do fundo eleitoral na tramitação da Lei Orçamentária Anual. “Vamos tentar manter o mesmo valor de 2018”, diz.

Entre as regras que beneficiam as legendas no projeto, estão ainda uma brecha para aumentar o valor destinado ao fundo eleitoral, a autorização para usar recursos públicos na construção de sede partidária, a contratação de advogados para defender filiados investigados, a volta do tempo de propaganda em rádio e TV e a permissão para que dinheiro do fundo eleitoral seja usado para pagar multas e impulsionar conteúdo na internet, o que hoje é proibido.

Para o líder do Novo, Marcel Van Hattem (RS), a decisão do Senado de rejeitar todas as alterações na lei de partidos políticos havia sido muito bem recebida pela sociedade. “A Câmara, infelizmente, acabou frustrando em grande parte a expectativa popular”, afirma Van Hattem.

“Esperamos que o presidente da República vete as alterações feitas na Câmara – até porque o próprio Bolsonaro sempre se manifestou contra a existência do fundo eleitoral, que não usou durante a sua campanha, e certamente é contra os demais usos do dinheiro público do fundo partidário propostos por esse projeto”, diz.

O líder do Cidadania na Câmara, Daniel Coelho (PE), diz que a bancada irá se reunir para decidir se o partido vai até Bolsonaro ou não pedir os vetos, mas afirma que o partido é a favor da derrubada do projeto. “Eu, particularmente sou a favor do veto total, mas se manter o entendimento do Senado já resolve 90% do problema”, afirma.

Fonte: Estadão

Senado questionará no Supremo ação da PF no gabinete de líder do governo, diz Alcolumbre

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta quinta-feira (19) que a Casa questionará no Supremo Tribunal Federal (STF) a operação da Polícia Federal no gabinete do líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Mais cedo, nesta quinta, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete de Fernando Bezerra e no gabinete do filho dele, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), na Câmara.

Segundo Davi Alcolumbre, a decisão do STF de 2018 que restringiu o foro privilegiado de deputados e de senadores a crimes cometidos no exercício do mandato é o que justifica o questionamento a ser apresentado ao Supremo.

“Do ponto de vista jurídico, institucional, o Senado vai procurar o instrumento jurídico, como Mesa do Senado, para entrar no Supremo Tribunal Federal para fazer alguns questionamentos”, afirmou Alcolumbre.

“Se há o entendimento majoritário dentro do Supremo que matérias que dizem respeito a outras instâncias devem ficar nas outras instâncias, por que nesse caso concreto, se o próprio ministro que deu decisão foi o que lá atrás constituiu maioria em relação à separação do foro? Além disso, tem outros questionamentos. Uma operação de 7 anos, para entrar no gabinete do líder do governo no Senado, levaram computadores documentos do gabinete sete anos depois? Um mandado de busca e apreensão? Então, o Senado vai se posicionar enquanto instituição”, acrescentou.

Alcolumbre deu as declarações ao participar do evento “E agora, Brasil?”, em Brasília, organizado pelo jornal “O Globo” em parceria com o jornal “Valor Econômico”.

O presidente do Senado disse ainda confiar em todas as pessoas até a condenação transitada em julgado, ou seja, quando não cabem mais recursos.

“Eu acho que a reflexão de uma operação da PF com essas características, e diante de tudo que o Senado tem feito, com certeza é a diminuição do Senado Federal. E não vou deixar que isso aconteça. O Senado é uma instituição forte e respeita todas as outras”, declarou. “Vamos fazer o que precisar fazer para defender a integridade do Senado”, emendou.

Fonte: G1