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Vacina da Pfizer é eficaz contra variantes britânica e sul-africana, mostra estudo

A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa americana Pfizer, em parceria com o grupo farmacêutico alemão BionTech, mostrou-se eficaz para três variantes do vírus. Os pesquisadores observaram que a resposta dos anticorpos de pacientes que receberam o imunizante foi alta diante de duas novas formas do patógeno que surgiram no Reino Unido, porém um pouco mais baixa para a que tem origem na África do Sul. A constatação foi divulgada segunda na revista Nature Medicine.

Na véspera, outro estudo — ainda não revisado por especialistas — evidenciou, porém, que a vacina criada pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca gera pouca defesa para casos leves e moderados da doença provocados pela variante sul-africana.

Os cientistas explicam que, para testar os efeitos dos fármacos nas novas formas do vírus Sars-CoV-2, é necessário identificar quais são as alterações genéticas de cada cepa. Nas análises feitas até agora na vacina da Pfizer, os pesquisadores encontraram duas mutações importantes: a primeira chamada de N501Y, presente nas três variantes escolhidas para o estudo, e a outra nomeada de E484K, vista apenas na sul-africana.

“Essas duas falhas de DNA estão localizadas na proteína principal do patógeno, e podem potencializar a capacidade de conexão com os receptores ACE2 do corpo, que ajudam o agente infeccioso a se espalhar”, explicaram os autores do trabalho, liderado por Pei-Yong Shi, pesquisador da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

No experimento, a equipe liderada por Pei-Yong Shi projetou combinações das duas mutações e testou o material com soros (sanguíneos) de 20 participantes que receberam a vacina BNT162b, desenvolvida pela Pfizer/BionTech. “Todos os analisados haviam participado do ensaio clínico publicado anteriormente e que testou a eficácia do imunizante. Eles receberam duas doses com um intervalo de três semanas entre elas, e portanto já tinham produzido anticorpos contra a doença”, detalhou o artigo da Nature Medicine.

Nas análises, os investigadores observaram que o vírus foi neutralizado nas três variantes testadas — porém, a resposta imune foi menor contra a mutação E484K. “São dados importantes, pois nos mostram que essa variante sul-africana precisa receber mais atenção dos especialistas devido a sua maior resistência”, frisaram os cientistas.

Os autores do trabalho defendem que a evolução contínua do agente da Covid-19 exige um monitoramento constante da eficácia da vacina para novas cepas. “Entender se os imunizantes atualmente desenvolvidos para Sars-CoV-2 também fornecem proteção contra essas mutações é uma prioridade urgente”, frisaram no artigo.

Fonte: Correio Braziliense