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Vacina contra o novo coronavírus testada em humanos tem resultado promissor

Um laboratório nos Estados Unidos anunciou resultados promissores nos primeiros testes em seres humanos de uma vacina contra o coronavírus.

Essa vacina usa uma tecnologia inovadora. Em vez de colocar o vírus enfraquecido no corpo, para que a gente crie anticorpos, os cientistas colocaram RNA, uma sequência genética, que manda a informação para o organismo produzir a proteína dos anticorpos.

Antes da pandemia, a empresa de biotecnologia chamada Moderna estava usando esta técnica para desenvolver oito tipos diferentes de vacina, para várias doenças. Mas nenhuma foi aprovada ainda.

Nesta segunda-feira (18), a empresa anunciou o resultado de testes da vacina contra o novo coronavírus em oito pacientes saudáveis.

Disse que todos desenvolveram anticorpos em nível equivalente a quem já teve Covid-19, e que os efeitos colaterais são tão leves que dá para concluir que a vacina é segura, o que abre o caminho para testar num grupo maior de pessoas.

A empresa já recebeu US$ 480 milhões do governo dos Estados Unidos e o presidente Donald Trump chamou um ex-integrante do conselho dessa empresa para liderar os esforços da Casa Branca pela vacina.

O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, comandado pelo doutor Anthony Fauci, colabora nas pesquisas do laboratório Moderna.

Enquanto isso, cientistas no mundo todo desenvolvem 110 tipos diferentes de vacinas; oito já estão sendo testadas em humanos. Além da vacina americana, uma chinesa e uma britânica lideram a corrida.

A vacina chinesa é da empresa CanSino, com ajuda do governo chinês. Já está na segunda fase de testes, com 508 pessoas. Deve divulgar os resultados ainda em maio.

A britânica faz parte da pesquisa da Universidade de Oxford com a empresa AstraZeneca. Também tem financiamento do governo e já está sendo testada em 1.100 pessoas saudáveis.

Encontrar uma vacina geralmente leva tempo porque é preciso fazer testes em pessoas de várias idades, etnias, com doenças pré-existentes. Por isso, a mais rápida já produzida demorou quatro anos para ficar pronta. A nova tecnologia de vacinas RNA nunca foi usada em larga escala, por isso o que preocupa os especialistas são os efeitos colaterais que poderiam ser descobertos no futuro. Além disso há a dificuldade de produzir e distribuir a vacina.

Nos Estados Unidos, a ideia é usar a infraestrutura militar. Ainda assim, analistas de um banco de investimento acreditam que as empresas vão conseguir produzir milhões de doses de vacina até o fim de 2020.

A revista “Nature” publicou, nesta segunda (18), um estudo que mostra que anticorpos de um paciente que se curou da Sars, em 2003, foram efetivos no combate ao novo coronavírus. Isso pode apontar um caminho para desenvolver um remédio.

Na sexta-feira (15), uma farmacêutica americana afirmou que identificou um anticorpo que combateu o coronavírus em laboratório com 100% de eficácia, e agora pretende desenvolver um coquetel que pode servir de escudo contra a infecção causada pela Covid-19.

A corrida pela cura trouxe inovações tecnológicas em tempo recorde. São ainda promessas, mas que podem mudar para sempre o jeito como combatemos as doenças.

Fonte: Jornal Nacional