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Sobe para 7 o número de crianças mortas no incêndio criminoso em MG

Subiu para sete o número de crianças mortas no incêndio criminoso na creche em Janaúba, no norte de Minas Gerais. Mais de 40 pessoas ainda estão internadas em quatro hospitais do estado e as crianças são a grande maioria dessas vítimas.

Um dia de despedidas em Janaúba, norte de Minas de Gerais. Nos bairros onde as vítimas da tragédia moravam, o clima era de comoção.

Foram enterrados nesta sexta-feira (6) os corpos de Ana Clara Ferreira, Juan Miguel Soares Silva, Juan Pablo Cruz dos Santos, Renan Nicolas Santos e Luiz Davi Carlos Rodrigues. No início da tarde, foram confirmadas as mortes de mais duas crianças: Cecilia Davina Gonçalves Dias e Yasmin Medeiros Salvino.

Um velório muito movimentado foi o da professora Helley. Testemunhas narraram à polícia que ela foi a responsável por tentar impedir Damião de riscar o fósforo e atear fogo na creche e nas crianças. Por isso, ela teve o corpo muito queimando. O Corpo de Bombeiros disponibilizou um carro para fazer o cortejo dela até o cemitério.

Uma multidão compôs o cortejo e seguiu pelas ruas de Janaúba. “A escola era uma extensão da casa, era parte da vida dela. Ela se sentia realizada na escola”, disse uma professora da creche.

A creche Gente Inocente amanheceu fechada. Os vizinhos ainda tentavam se recuperar da tragédia que viram de perto. O médico legista que avaliou o perfil de Damião Santos, de 50 anos, descarta, inicialmente, a hipótese de surto. Para ele, foi uma ação planejada.

“O sujeito adquiriu os frascos de combustível bem antes, três dias antes do acontecido, e também a data simbólica, que foi o dia da morte do pai dele, há três anos”, disse o médico legista Davison Antônio Amilton.

A avó de Luiz Davi lembra que o neto adorava brincar na internet: “Tem um ditado que diz que se a gente soubesse que ladrão vinha, a gente logo fechava a porta, mas ninguém está esperando”, disse Ilda Maria da Conceição Rodrigues.

Mesmo quem carrega nos braços a alegria de ter o filho vivo, jamais vai esquecer o dia 5 de outubro de 2017. “Os meus filhos estão bem, mas estou me colocando no lugar deles agora, que perderam seus filhos. Sem palavras”, declarou o pai de um dos alunos da creche.

Fonte: Jornal Nacional