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Simepe diz que médicos cubanos são feitos escravos em Pernambuco

O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mario Jorge Lobo, informou na manhã desta quinta-feira (21), que o Simepe e o Conselho Federal de Medicina foram à Genebra, na Suíça, no dia 6 de novembro, para denunciar a condição de trabalho dos médicos cubanos no Estado, que é análoga à escravidão. As denúncias foram feitas à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De acordo com o presidente do Simepe, os médicos cubanos alocados em Pernambuco estão impedidos, por força de contrato, de saírem das cidades onde trabalham, não controlam o próprio salário (bolsa), além da estrutura dos hospitais não favorecerem a atuação profissional. As denúncias foram mais além, afirmando que o Programa Mais Médicos não tem capacidade de resolver os problemas da saúde pública brasileira.

As denúncias não foram protocoladas em nenhum dos órgãos. Foram feitas apenas oralmente às autoridades competentes. Mario Jorge informou sobre a ida à Genebra em coletiva de imprensa da Blitz Noturna, ação conjunta com o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), para avaliar a condição em que se encontram as unidades públicas de saúde no Estado. A vistoria foi realizada por uma comissão, das 20h do dia 18 às 2h do dia 19 de novembro.

As seguintes unidades de saúde foram vistoriadas: Hospital da Restauração (HR), Hospital Agamenon Magalhães, Pronto Socorro cardiológico de Pernambuco (Procape), Policlínica Amaury Coutinho e Unidade Mista Barros Lima.

A emergência de trauma do HR estava em reforma, no momento em que a Blitz passou pelo Hospital. A direção da unidade informou que a enfermaria pediátriaca estava sendo utilizada para atender os casos urgentes. A sala vermelha, local para atendimento de quadros de saúde estáveis, estava superlotado, com 11 pacientes, dos quais oito estavam entubados há mais de 10 dias. Esses oito deveriam estar em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

No Procape, 33 leitos eram ocupados por 89 pessoas. Na Policlínica Amary Coutinho, foi constatada a falta de médicos no quadro de plantão. No Agamenon Magalhães, haviam pacientes sendo tratados sentados, pela falta de leitos disponíveis, além da refrigeração estar defeituosa. Na Unidade Mista Barros Lima, a Blitz constatou que os leitos não ofereciam privacidade para as gestantes. Entre um leito e outro, havia apenas um biombo, o que impossibilitava, por exemplo, a realização de exames ginecológicos.

Em todos os hospitais, constaram-se erros na higienização, os banheiros sucateados. O anúcio foi feito pelo presidente do Simmepe, Mario Jorge Lobo, o presidente do Cremepe, Silvio Rodrigues, e o coordenador da Blitz, o médico Ricardo Paiva. Os organizadores da Blitz informaram, ainda, que haverão outras intervenções. Os dados recolhidos nas vistorias serão encaminhados ao Ministério Público e às autoridades competentes para obter uma solução.

Fonte: JC Online