Objetivando reafirmar que o dever dos presídios não é apenas afastar do convívio social pessoas que cometeram infrações, a Cadeia Feminina de Verdejante promoveu nesta quarta-feira (04) a comemoração pelo “Dia das Mães”, festejado em todo Brasil no segundo domingo de maio. Maridos e filhos foram fazer companhia às esposas e mães que estão pagando legalmente aquilo que de errado fizeram. No pátio da cadeia foi armado o cenário da festa, com bolo de confraternização, música ao vivo e lembrancinhas para as mães que estão detidas. Numa das salas a próprias reeducandas montaram um salão de beleza, oferecendo chapinha e escovinha para reclusas e visitantes.
Empunhando um microfone uma das reeducandas entoava um hino gospel de Bruna Karla cuja letra afirma “que atire a primeira pedra aquele que não erra”. Enquanto isso, outras presidiárias seguravam cartazes pedindo a não desativação da cadeia, projeto que está sendo estudado pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. A idéia é transferir as detentas para outras cadeias femininas e implantar em Verdejante um presídio de regime semi-aberto, com os detentos do Presídio de Salgueiro que cumprem esse tipo de pena. O sistema consiste em cumprir a pena em liberdade durante o dia e dormir na prisão.
A grande maioria das 43 reclusas que se encontram na cadeia em questão, assim como a população, a câmara de vereadores e a prefeitura de Verdejante, são totalmente contrários ao projeto. Reportagem do blog de Alvinho Patriota esteve no centro de ressocialização verdejantense nesta quarta-feira e ouviu 10 das 43 reeducandas. Todas disseram que não querem a desativação da cadeia, que consideram não como uma prisão, mas sim como uma escola, uma família. As detentas entrevistadas expuseram que contam com aulas de ensino fundamental, assistência médica, boa alimentação e enxergam a diretora da cadeia como uma amiga.
“Aqui em Verdejante a gente tem assistência da família, o tratamento daqui é ótimo. Em termos de saúde a gente tem dentista, tem ginecologista, alimentação nos horários corretos. Se desativar vai dificultar muito porque pra família da gente o lugar mais próximo que tem é aqui em Verdejante”, assinalou a reeducanda, Erineide Maria de Queiroz, 22 anos, natural de Petrolândia.
Já a reclusa Ana Claudia, 21 anos, proveniente de Ouricuri, ressaltou a amizade desenvolvida entre a diretora da cadeia, Delânia Tavares, com as reeducandas. “Sei que cadeia não é bom, mas essa cadeia é a melhor que tem, por causa das pessoas que a gente convive. Quando a gente tá doente a diretora fica em cima, pergunta se a gente tá bem, sai da casa dela, pergunta se a gente piorou, para tomar alguma providência, para levar a gente ao médico”, disse.
Seguindo o pensamento de Erineide, outras detentas também destacaram a proximidade do presídio de suas cidades, facilitando a visita de familiares. “Tem família que não tem condições de vim pra cá, quanto mais pra Petrolina e pra Buíque. Aquele dinheiro que seria usado para pagar a passagem para mais longe já vai servir para outra coisa, para nossos filhos que estão em casa, vai servir para um aluguel, para pagar a conta de uma água, até mesmo para a gente”, afirmou Ana Paula Rodrigues, 28 anos, de Salgueiro, lembrando que ela e suas amigas passam por cursos de capacitação Periódicos.
Emocionada, Josiane Amelina Leite, 19, natural da cidade de Floresta, externou que acha um absurdo o projeto de desativação da cadeia, caiu em prantos ao falar sobre a possibilidade de extinção da cadeia e sobre o convívio com a diretora do presídio. “Aqui não é uma cadeia é uma casa de recuperação. Aqui se a gente quiser falar com a diretora ela vem na hora. Tudo que a gente sente, manda procurar a diretora ou então quem esteja no plantão que a gente é imediatamente atendida (…). Eu sou de Floresta, há quatro meses que estou presa, não tenho visitas, mas sempre quando minha família pode manda coisas pra mim. Se eu for pra um presídio longe, como Petrolina ou Buíque, o que será de mim”, falou.
Também conversamos com detentas naturais de Juazeiro do Norte-CE, Cabrobó, Caruaru, Mirandiba e até de Recife. Como num coral uníssono, todas relataram e confirmaram o que Josiane, Erineide, Ana Cláudia e Ana Paula falaram. Embora o projeto ainda esteja em fase de estudos o poder público de Verdejante também está tomando providências para reprimir a idéia. Nesta terça-feira (03) o prefeito município, Haroldo Tavares, reuniu-se com os vereadores e, juntos, elaboraram um documento que foi levado hoje pelo Chefe do Executivo para cidade de Recife, onde foi entregue às autoridades competentes.
Da redação do blog de Alvinho Patriota por Chico Gomes
Ninguém, nem mesmo os Autor dessa idéia sem nexo, pensou no que querem fazer, no tocante ao possivel semi-aberto em verdejante:
1º- quem dara emprego a um amontoado de homens com uma vasta ficha criminal. Nada contra a quem der. Mas quem os empregará????????????????
2º- uma minoria que arrumar emprego, como irão e virão, pra estar de 18hr em ponto na cadeia??????Já que Verdejante é uma verdadeira contra-mão.
3º – se contruirá uma favelização, pois a maioria(grande maioria) nao tem casas pra morar e suas esosas e filhos querem estar pero do marido- o que é perfeitamete normal.
4º- querendo ou não, alguns deles, de mais alta periculosidade, vão deixar aos mradores atemorizados. Tem nao ficar atire a primeira a primeira pedra. Com dezenas de estupradore, por exemplo, quem vai confiar, deixar suas filhas sairem de casa???
Se o governo pode manter presos de pequeno potencial ofensivo, como ladrão de galinha, pq ele não deixa ele pagar prestação de serviços a comunidade? Assim, afrouxa os presídios e sobra dinheiro para construir um albergue destinado para este fim?????
SRS GOVERNOS, VERDEJANTE NÃO É UM DEPÓSITO DE SERES HUMANOS EXCLUÍDOS DA SOCIEDADE NÃO!!!
Parabenizo a Srª Ana carvalho, pelas críticas construtivas feitas em defesa da nossa população.Cidadã escrarecida que faz jus respeitar seus comentários,igualmente ao Sr.Carlos André que na qualidade de funcionário da justiça opina por melhores condições de vida aos nossos munícipes,comungando com os princípios pertinentes a sua função.Portanto, irmano me com a decisão e as exigências tomadas por todos estes pensadores, que contrariam de forma justa as intenções tomadas pelas autoridades que colocam em risco a população Verdejantense.
E mais, ao invés de transferir a população carcerária feminina de Verdejante, que seja construído ali um albergue para àquelas pessoas que ingressarem no regime de progressão de pena (semi aberto).
Outra coisa que não entendi, é que elas precisam comprovar que vão se ocupar durante o dia em trabalho lícito, então, havendo essa Unidade em Verdejante, a cidade teria condição de oferecer ocupação a tão elevado número de beneficiários? (Salvo engano, existem mais de cem pessoas somente em Salgueiro nessa condição).
Ou o Estado iria disponibilizar transporte (pago pelo povo) para levar e trazer de volta os apenados, diariamente, aos locais de trabalho?
Com certeza, não! Então ficariam perambulando pelas ruas, pedindo caronas? Não dá mesmo par entender.
Ponto de Vista XXI
Concordo que uma “bomba chiando dessa, presente de grego”, não se deve oferecer ao pior inimigo. Continuo insistindo na tecla de que se devem construir escolas anexas às unidades prisionais em todo país. Mudar a legislação para que apenas aqueles que façam adesão aos estudos e a uma profissão definida, possam contar com o regime de progressão de pena.
Se não educarmos a população carcerária, oferecendo-lhe condições reais de inserção no mercado de trabalho lícito, vamos sempre ter uma indústria de infratores da lei, tudo pago pelo povo.
Quanto ao local para o regime semiaberto, também se faz preciso que sejam construídos albergues contíguos aos presídios, fato que inclusive sugerimos recentemente ao governo do Estado (link), o qual nos respondeu através de ofício, como se vê abaixo:
Escrito por Alvinho Patriota – Vereador do PV
É verdade, estas autoridades e principalmente os grandes políticos(…), eu particularmente considero isso um abuso de poder eles decidem tudo sozinhos, se acham no direito de passarem por cima do povo como um trator, pregam uma tal democracia que na pratica, na verdade para nós não existe, as nossas opiniões não contam. Vejam só, quando eles querem se candidatar, fazem antes uma pesquisa para saber a aceitação da população não é? Por que na hora de tomarem uma decisão tão importante como esta, não somos consultados? A exemplo das detentas de Verdejante, que a maioria está lá por pequenos delitos e não oferecem tanto perigo, as mesma até consideram uma casa de recuperação, querem espalhá-las por outras Cidades, chamo isso de covardia senhores. Que mandem os homens do semi-aberto para os mesmo lugares que querem mandar as pobres mulheres.
Sou tbm funcionário da Justiça e percebo que ha uma década nunca houve nenhum evento de fuga,tentativa de fuga, rebelião na Cadeia feminina de Verdejante. Isso é prova que um trabalho bom anda sendo feito.
Sociedade, peçam um outro local para o semi-aberto do Presidio de salgueiro!!!
“Não é descobrindo um santo que se cobre outro”, já diz o ditado.
As autoridades deveriam se preocupar em construir uma colônia Feminina, ao invés de destruir, agregando homens presos sem nem consultar a sociedade.
Já tive uma parenta presa a qual passou por algumas cadeias femininas do Estado. Mas nada se comparou ao tratamento humano feito com dignidade feito a essa pessoa. Essa Cadeia soube educa-la. É modelo de ressocialização!
É importante saber que tem profissionais envolvidos na reintegração social das presas. Esta cadeia FEMININA deve permanecer. Seus trabalhos estão de parabéns. O Governo pode criar um abrigo para o semi-aberto e não acabar com o que tem pronto e eficaz.
Parabéns ao blog e ao repórter pela matéria in-loco, demonstrando em fotos e principalmente com depoimentos das pessoas envolvidas a real situação do estabelecimento, jornalismo verdade.
Nota 10 (dez) ao trabalho desenvolvido pela Delânia.
Nota 0 (zero) às pessoas do governo que querem acabar com este equilíbrio sem fazer ao menos uma consulta popular.