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Quem se torna ministro do STF tem couro para aguentar qualquer tipo de crítica, diz Toffoli

Um dia depois de milhares de brasileiros irem às ruas do País em defesa do governo, do ministro Sergio Moro e da reforma da Previdência, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, nesta segunda-feira, 1, afirmou que quem se torna ministro do STF “tem couro para aguentar qualquer tipo de crítica”. Os atos do último domingo, 30, também foram marcados por novos ataques ao Congressoe a ministros do Supremo Tribunal Federal. No Twitter, o presidente Jair Bolsonarocitou a “civilidade” e “legitimidade” dos movimentos.

Para Toffoli, as manifestações do último domingo fazem parte da democracia e diminuíram o tom dos ataques desferidos contra o tribunal, quando comparadas a outros protestos recentes. Segundo o presidente da Corte, também houve uma diminuição em 80% dos ataques desferidos contra o tribunal na esfera online, o que o ministro atribui à instauração de um inquérito para apurar ofensas e ameaças contra ministros e seus familiares. “Quanto for necessário, (o inquérito) vai ser mantido”, disse.

Nos atos de domingo, quatro bonecos foram inflados em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Dois deles simbolizando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Lula (ambos com roupa de presidiário), um de Moro vestido de super-homem e o último unindo Lula, o ex-ministro do PT José Dirceu e o ministro Gilmar Mendes, do STF. Na Avenida Paulista, lugar escolhido pelos manifestantes em São Paulo, bonecos e faixas também traziam críticas ao Supremo e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para Toffoli, os ataques ao Supremo foram algo “pontual” e não “generalizado”.

“Quem vem pro Supremo Tribunal Federal, quem se torna ministro do STF, ele está absolutamente, todos aqui têm couro suficiente para aguentar qualquer tipo de crítica e pressão”, disse Toffoli a jornalistas, ao participar de brunch com a imprensa para um balanço do primeiro semestre.

“Eu não me impressiono. Quem vem para cá tem couro e tem de aguentar qualquer tipo de crítica. O próprio processo de sabatina (no Senado, onde onde os indicados pelo presidente da República a uma vaga no STF são sabatinados e precisam ganhar aval dos senadores) é um bom teste para isso”.

Ao comentar a pressão sobre os integrantes do STF, o presidente da Corte fez referência ao filme “Tropa de elite”. “Todo dia aqui é um ‘tropa de elite’, um ‘pede para sair’”, afirmou, em referência à celebre frase do Capitão Nascimento, protagonista do longa-metragem policial do cineasta José Padilha.

Fonte: Estadão