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Prometer indulto a Lula seria ‘uma loucura’, diz Ciro Gomes na Suécia

O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou nesta terça-feira, em Estocolmo, na Suécia, que a ideia de conceder indulto ao ex-presidente Lula, caso se eleja presidente, seria “uma loucura”. Parte do PT tem pressionado candidatos da esquerda a se comprometerem com um eventual perdão judicial ao ex-presidente caso vençam a disputa.

O comentário foi feito em resposta à pergunta de um brasileiro que assistia à palestra do pré-candidato na Câmara de Comércio Brasileira na Suécia (Brazilcham) sobre se Ciro se comprometeria em conceder indulto ao ex-presidente. Sobre isso, Ciro argumentou:

“Se eu prometesse indulto a Lula, eu estaria agindo contra ele, que é meu amigo há mais de 30 anos”, disse o pedetista em resposta à pergunta de um brasileiro durante uma palestra. “Indulto é apenas para aqueles que já foram condenados em todas as instâncias. E Lula ainda está recorrendo da decisão que o condenou. Portanto, se eu disser que daria indulto a Lula caso for eleito, Lula poderia me mandar para a p. que pariu. Ou seja, ele teria uma reação adversa, e diria, ‘Porque vai me indultar? Sou inocente’.”

Apesar da aparente defesa da inocência do petista, o pré-candidato criticou o fato de o nome de Lula ainda constar dos cenários eleitorais das pesquisas de intenção de votos para as eleições presidenciais de 2018.

“Qualquer pesquisa que comece colocando o ex-presidente Lula no universo pesquisado vai deformar tudo o mais. Enquanto não houver a possibilidade de se comparar aqueles que vão se apresentar na disputa eleitoral, as pesquisas vão continuar sendo apenas um retrato do momento”, disse Ciro à BBC Brasil, durante evento realizado na Câmara de Comércio Brasileira na Suécia (BrazilCham).

“Porque é pacífico, entre todos que estudamos Direito, que a Lei da Ficha Limpa o impedirá de ser candidato. E enquanto isso não for resolvido, uma das principais, senão a principal força do campo progressista, fica paralisada. E isso deforma tudo o mais”, acrescentou Ciro.

Na visão de Ciro, a insistência do PT com a candidatura de Lula segue uma “lógica perigosa”. No partido, a discussão sobre o plano B tem sido interditada por lideranças como Gleisi Hoffmann, que preside a legenda. Parte dos petistas, como o ex-governador da Bahia Jacques Wagner, tem defendido conversas com Ciro.

Fonte: BBC Brasil