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Projeto São Francisco intensifica trabalhos de salvamento de bens arqueológicos

photo4O Projeto de Integração do Rio São Francisco também é responsável pela identificação e catalogação de vestígios históricos encontrados ao longo dos 477 quilômetros de extensão dos dois canais. A iniciativa faz parte do Programa de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos e representa o trabalho de busca por respostas sobre a passagem do homem pela terra.

Com equipe composta por técnicos, arqueólogos e paleontólogos, o Instituto Nacional de Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semiárido – INAPAS, responsável pela execução do programa, percorre toda a obra acompanhando áreas a serem trabalhadas. Realizada em etapas, a ação consiste em identificar, catalogar e buscar as coordenadas geográficas de onde o material arqueológico ou paleontológico foi localizado, para que as peças sejam removidas e destinadas ao Museu do Homem Americano, no Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI).

A parceria do Ministério da Integração Nacional com o INAPAS permite o avanço de pesquisas sobre presença e evolução do homem durante milhares de anos. O trabalho também identifica a presença de animais extintos. Nos arredores do município de Salgueiro (PE), por exemplo, foram descobertos fósseis de uma preguiça gigante, medindo cerca de 7 metros.

Inscrições rupestres – Atualmente, uma das equipes encontra-se na Pedra da Letra do Coité, zona rural de Mauriti (CE), onde já foram localizadas peças pré-históricas e inscrições rupestres. Os técnicos do INAPAS realizaram escavações de sondagem no local para identificar possíveis materiais históricos, além de realizar mapeamento fotográfico que servirá de ilustração para futuros documentos e estudos científicos. Segundo a coordenadora de campo do INAPAS, Beatriz Paiva, os trabalhos das equipes obedecem três etapas, que são prospecção ou identificação de vestígio arqueológico, salvamento e resgate das peças e acompanhamento das máquinas nos locais onde há grande movimentação de terra.

De acordo com o arqueólogo, Carlos Lima, os trabalhos de resgate e identificação de peças de cerâmica confirmam a presença de povos primitivos com conhecimento de técnicas agrícolas. “Costumamos falar que todos os utensílios que o homem moderno possui em casa, os povos primitivos também tinham, mas eram produzidos de outra maneira, com argila e pedra. Em muitas peças conseguimos identificar inclusive adereços decorativos”, disse.

Ainda segundo o pesquisador, já foram identificados dois grupos de povos primitivos, com costumes agrícolas e também de caça. “Ao identificarmos peças de pedra, por exemplo, percebemos que em algumas regiões os povos tinham o costume de caçar animais para o consumo. Já em outras regiões as características de peças de argila apontam para outra atividade. Neste caso, a agricultura”, afirmou.

De 2010 até o momento, o Programa de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos registrou 450 sítios arqueológicos na área diretamente afetada e também na área indiretamente afetada nos dois eixos do projeto. (Da assessoria de imprensa)

Um comentário sobre “Projeto São Francisco intensifica trabalhos de salvamento de bens arqueológicos

  1. Edna Santos

    Parabenizo a todos os órgãos competentes pela recuperação da história.
    Continuo a reclamar que o Sítio Coité(hoje Distrito) deveria ter sua história preservada em todos os sentidos, inclusive com a digitalização de todos os documentos das famílias que aí viveram. Digo isso porque sou descendente da família Furtado de Lacerda e grande parte dos meus parentes viveram no Coité.Até mesmo os Registros de Óbitos,Livros do Cemitério de Maurití, Cartórios,Igreja não acompanham a modernização para fonte de pesquisa ou mesmo curiosidades.Tento resgatar a história como por exemplo qual a área do Coité,quantas pessoas viveram no século, XVII,XVIII e todos sabem que foi o berço desse Município.