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Ponto de Vista: Temos o Banco, mas não temos o dinheiro

Para uma empresa se estabelecer explorando qualquer atividade, se faz necessária autorização do ente público – alvará da Prefeitura, licença de funcionamento. Naturalmente essa licença abrange toda atividade do negócio, o que não vem ocorrendo com o Banco do Brasil em diversas cidades do nosso Estado, como Sertânia, Serrita, Cedro, Terra Nova, etc… Alegam que é devido aos constantes assaltos que vêm ocorrendo.

Ora, todo negócio tem o seu risco. Para isso existe o seguro. Se o banco não assegura seu numerário, mesmo num limite baixo, como pode exigir dos correspondentes bancários que o façam? Que os usuários não tenham a contraprestação dos serviços que lhe pagam?

E por falar em correspondentes bancários, foi uma forma que encontrou os agentes financeiros para terceirizar os seus serviços, praticamente sem nenhum custo para eles, reduzindo cada vez mais o seu quadro de pessoal, faltando com a prestação de serviços à sociedade, não cumprindo, consequentemente, com a sua função social.

Sabemos que o Banco do Brasil é uma empresa mista de capital aberto, tendo a União como maior acionária – 54%, o qual vem acumulando lucros recordes, não obstante a crise que assola o país:

2016 – Mais de 7 bilhões de reais de lucro.

2017 – Mais de 11 bilhões de reais de lucro (aumento de 55% em relação a 2016).

A Caixa Econômica Federal por sua vez, mesmo sendo uma empresa pública de capital fechado, também teve um lucro superior a 100% em 2017 em relação a 2016 – 8,6 bilhões de reais.

Enquanto os bancos têm lucros nas nuvens, nas alturas, sem freios, metade dos brasileiros tem renda menor de que um salário mínimo, colocando o Brasil como um dos países com maior desigualdade do mundo, especialmente no Norte e Nordeste onde a renda por pessoa em 2016 chegou a apenas 47,00 reais – 5% dos brasileiros com menor poder aquisitivo.

É preciso que o Poder Publico Municipal das cidades atingidas pelo problema, onde os bancos não atendem a população em sua plenitude, especialmente quando não disponibilizam dinheiro pelo menos para os pequenos negócios, forçando as pessoas recorrerem aos maiores centros, com elevados custos que deveriam ser evitados, além de praticamente falir o comércio local, provocando também grande desemprego, exija dos agentes financeiros que atendam os seus usuários.

Precisa também, caso não sendo atendida, que a população faça manifestações, pacíficas, mas permanentes, em locais apropriados para garantir seus direitos porque afinal de contas, todos somos iguais em deveres e direitos, o que não vem ocorrendo em relação a este último.

Escrito por Alvinho Patriota