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Ponto de Vista 05 – Integração das polícias

Sabemos da importância de um trabalho integrado, sobretudo quando se trata da difícil tarefa das polícias num mundo globalizado onde o desenvolvimento ocorre a passos largos e, por conseguinte, os problemas se acentuam na mesma velocidade.

Mas é preciso que essa integração não se dê à custa de desvio de funções, enfraquecendo o principal objetivo de cada corporação.

Indo direto ao assunto, em Salgueiro, há 30 anos a Polícia Rodoviária Federal dispunha de um contingente prestando serviços em escalas, com não menos de 08 policiais em cada turno, atuando com exclusividade na área de trânsito das rodovias federais, promovendo um trabalho preventivo e evitando acidentes; prestando socorro em viaturas equipadas para tal fim; fiscalizando o estado dos veículos, seus condutores, etc.

O Brasil cresceu, a frota aumentou, a cidade ganhou Delegacia da Polícia Federal, uma das mais importantes do país; foram ampliadas as funções da Polícia Civil; Militar; chegou o tão sonhado Corpo de Bombeiros – enquanto que à Polícia Rodoviária Federal, foram atribuídas outras funções, não apenas igualando-a as demais, lhe atarefando sobremaneira.

Contudo o número de agentes da PRF foi ficando aquém das necessidades, de forma que o exemplo de Salgueiro deixa bastante preocupação e um alerta às autoridades competentes: os policiais de plantão foram reduzidos a quantidade insuficiente, chegando ao ponto – pasmem, de fechar vários postos no Estado, a exemplo do de Salgueiro, quase cinquentenário, localizado na confluência das BR´s 116 e 232, cujo local passou a ser utilizado por andarilhos (vide foto abaixo).

Sabe por que isso está acontecendo, não apenas em Salgueiro, mas praticamente em todo país, a exceção dos grandes centros, especialmente no sudeste e sul? Porque o lençol ficou curto, ou seja, se cobre os pés e descobre-se a cabeça e vice versa. Isto é, já que não tem pessoal suficiente para o serviço, a administração pública em vez de promover concurso ou remunerar extraordinariamente os servidores, além de fechar as Unidades Policiais, impõe escalas de serviços absolutamente arbitrárias, ao ponto de exigir que o servidor que entre ou saia de serviço em horários inconvenientes, às vezes até pela madrugada, num faz de conta que está garantindo seu direito, quando na verdade ocorre o contrário, até mesmo quanto à sua segurança.

Enquanto isso, a Polícia Militar em vez de fazer o seu trabalho nos bairros, nas escolas, nos distritos, muitas vezes fica plantada na área federal (rodovias), também sendo atribuída carga de trabalho desumana aos seus membros, além de mal remunerados ao ponto de ter de se submeter a serviços extras dentro da própria corporação, “vendendo” seu indispensável descanso, fato que lhe prejudicará para sempre, ainda tendo de dar graças a Deus, pelo complemento da subsistência familiar.

Reconhecemos o esforço que tem dado cada policial na sua difícil missão, de todas as corporações, mas não podemos deixar de alertar as autoridades competentes, ou seja, os governos federal, estaduais e municipais (Salgueiro já suporta e precisa de uma guarda municipal), para que adotem as medidas necessárias a uma melhor prestação de serviços. Que haja uma melhor atenção ao setor de segurança das pessoas, com um trabalho conjunto das nossas polícias, visando o bem estar da população.

Alvinho Patriota é Advogado há mais de 30 anos, graduado pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Foi Vereador no Município de Salgueiro por cinco mandatos consecutivos, de 1992 a 2012.