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Polícia prende fiscal que estava ao lado dos seguranças que espancaram Beto

A Polícia Civil prendeu na tarde de ontem uma terceira pessoa suspeita de envolvimento na morte de João Alberto Silveira Freitas, 40, ocorrida na na última quinta-feira na unidade do Carrefour da zona norte de Porto Alegre. É a agente de fiscalização do Carrefour Adriana Alves Dutra, 51 anos, que nas imagens gravadas durante o espancamento de Beto, como era conhecida a vítima, está ao lado dos dois seguranças que o imobilizaram.

A informação da prisão temporária foi confirmada pela chefe da polícia, Nadine Anflor, durante entrevista coletiva no Palácio da Polícia, em Porto Alegre. Para a polícia, a agente de fiscalização foi omissiva em relação à morte de Beto, pois não tentou interferir. Adriana Dutra é acusada de ser coautora de homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, e também vai responder por uso de recurso que impossibilitou defesa e asfixia. Ela foi presa temporariamente e deve ficar detida por 30 dias.

Beto morreu após ser espancado por dois seguranças do Carrefour na última quinta-feira (19), na unidade localizada na zona norte de Porto Alegre. Os dois estão presos desde a noite do crime: Magno Braz Borges, 30, e o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, 24.

A fiscal teve “papel decisivo” na morte de Beto, segundo a diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Vanessa Pitrez. “Ela teria o poder de comando sobre os dois seguranças. Por ter posição determinante, a lei contempla como coautora do homicídio. Foi solicitada a prisão temporária e, no meio da tarde, se apresentou na delegacia e foi a anunciada prisão”, disse.

Pitrez afirmou ainda que a prisão só ocorreu após se confirmar que a mulher não votava em Porto Alegre, onde há segundo turno no próximo domingo — a lei não permite a prisão cinco dias antes das eleições, ou seja, a partir de hoje. Ela mora em Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, município no qual não haverá segundo turno.

A polícia informou que tentou prender Adriana Dutra durante o final de semana, mas ela não foi localizada. Na delegacia, a mulher disse que estava sofrendo ameaças e, por isso, deixou sua casa, de acordo com os investigadores.

Fonte: UOL