Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Planalto vive semana decisiva para definir a permanência de Temer

Foi mais um domingo de longas reuniões, intermináveis conversas e avaliações com aliados próximos. A crise que não esfria,o que impôs Temer a fazer dois pronunciamentos nas últimas 72 horas, ameaça a estabilidade.

Disposto a lutar pelo cargo com todas as forças de que dispõe o governo, o presidente Michel Temer tenta matar no nascedouro a investigação aberta contra ele pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com autorização do ministro-relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Temer pleiteia que a gravação clandestina feita pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, durante conversa privada no Palácio do Jaburu, seja desconsiderada, alegando que a mesma foi obtida de forma ilícita e os áudios foram fraudados. Se a prova for anulada, não haverá motivo para a investigação.

Essa é uma aposta decisiva para esvaziar a crise, pois uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal, na próxima quarta-feira, serviria para estabilizar a base de apoio do governo no Congresso. Ontem à noite, o advogado do presidente Michel Temer também protocolou um pedido para que a Polícia Federal esclareça 15 pontos sobre o áudio da conversa entre o presidente e o dono do frigorífico JBS, Joesley Batista. Segundo Gustavo Guedes, é preciso saber se há edições no áudio, como cortes, e saber se as frases foram alteradas da sequência. Laudos revelados pela imprensa sugerem que o áudio sofreu dezenas de edições. A defesa da JBS negou que o áudio da conversa tenha sido adulterado.

Os partidos vão aguardar a decisão do Supremo para tomar uma decisão, pois avaliam que a situação ainda é muito grave e somente o embargo das investigações pode estancar a crise. A posição da maioria dos ministros da Corte é uma grande incógnita. A votação dependerá da robustez das provas apresentadas pelo Ministério Público.

Reuniões

No fim de semana, houve muitas conversas e reuniões reservadas entre os caciques dos partidos aliados, que estão divididos quanto à permanência no governo. O Palácio do Planalto conseguiu impedir que  PSDB e DEM reunissem suas respectivas executivas para discutir o desembarque do governo. O PPS e o PSB já saíram do governo. No sábado à tarde, o secretário de Governo, ministro Antônio Imbassahy (PSDB), chegou a convidar ministros e líderes dos partidos para um jantar na noite de ontem no Palácio da Alvorada, mas o que seria um gesto formal de apoio dos aliados virou uma reunião informal. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, minimizou o encontro: “Não tem jantar, nem solenidade. Quem estiver aqui em Brasília vai passar pelo Palácio da Alvorada para conversar.”

Temer formou um estado-maior para gerenciar a crise, com Padilha e Imbassay e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Henrique Meirelles (Fazenda) e Raul Jungmann (Defesa). Ontem, no Alvorada, também recebeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Rogério Rosso (PSD-DF) e Carlos Marun (PMDB-RS); e os líderes do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Discutiu a agenda da Câmara, onde pretende manter a iniciativa política, aprovando medidas provisórias. “O jantar foi ótimo, Temer demonstrou muita confiança”, disse Rosso.

A votação da reforma da Previdência, porém, continua em suspense. Também dialogou com o presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), para manter na pauta de votação do Senadod o segundo turno do foro privilegiado. “Ele disse que não renuncia e vai até o fim do governo”, assegurou o líder na Câmara, Agnaldo Ribeiro (PP-PB).

Fonte: Correio Braziliense

Um comentário sobre “Planalto vive semana decisiva para definir a permanência de Temer

  1. Marcos Aurélio Marins

    Momento de crise
    Mãe, o que temos pra comer?

    – Nada, meu filho!
    – E por que não compramos?
    – Acabou o dinheiro.
    – Então mãe, por que não comemos o papagaio com arroz?
    – Porque não tem arroz, meu filho!
    – E papagaio ao forno?
    – Não tem gás!
    – E papagaio no grelhador elétrico?
    – Cortaram a luz, filho!
    O papagaio não aguenta e grita:
    – Ôôô governo bom!

    TEXTO COMPARTILHADO