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Pesquisadores alertam para impactos que podem ser causados por usina nuclear no Rio São Francisco

Com objetivo de discutir impactos socioambientais às comunidades indígenas, quilombolas e agricultores caso uma usina nuclear seja instalada em Itacuruba, uma reunião foi realizada nessa segunda-feira, 17, na sede da Arquidiocese de Olinda e Recife, no bairro das Graças.

Representantes de organizações sociais e sindicatos, além de parlamentares, debateram o assunto com o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. Oportunamente, professores de universidades públicas apresentaram dados técnicos sobre os impactos às comunidades locais.

O professor e doutor Heitor Scalambrini falou sobre os riscos de acidentes. “Não existe obra com desastre zero. Falar que um vazamento não pode acontecer não é verdade. Eles falam que o acidente é quase nulo. Não é verdade. Quando acontece acidente nuclear ele perdura por vários anos, a contaminação penetra no lençol freático”, alertou.

Já a professora e doutora a UFPE e UPE, Vânia Fialho, ressaltou que a área escolhida para construção da usina não é desabitada. “Estamos falando de uma região com grande complexo étnico, com relações de parceria e troca. Ao invés de baixa densidade temos rica rede se presença indígena na região”, ressaltou.

O deputado estadual Doriel Barros (PT) se engajou na luta contra a usina em Pernambuco e se colocou à disposição do movimento. “Não podemos pagar o preço para ver as consequências de uma usina como essa. Me coloco à disposição para discutir junto com a população e trabalhadores. Me coloco nessa luta com a Igreja e junto a todos que defendem a vida.”

Estudo elaborado pela Eletronuclear, dentro do Plano Nacional de Energia 2050, indica um potencial para construção de até 6,6 mil megawatts (MW) de usinas nucleares em Itacuruba. Movimentos sociais, Igreja Católica, sindicatos, ONGs e outras instituições pernambucanas são contra, apontando outras fontes de geração de energia limpa, como a solar e a eólica.

Da redação do Blog Alvinho Patriota