As palavras do papa Francisco, que disse nesta segunda-feira a jornalistas que não julgava os gays, foram recebidas com satisfação por associações nos Estados Unidos como um “passo na direção certa, ainda que simbólico”.
“Durante anos, houve uma crise de comando na Igreja, com os membros da hierarquia equivocando-se de prioridades”, indicou em um comunicado a Catholics United, uma organização católica progressista americana, muito crítica à hierarquia.
As “declarações do Papa sobre os homossexuais, embora em grande medida simbólicas, são um grande passo na direção certa”, acrescentou.
O papa Francisco condenou o “lobby gay”, mas disse que não julga os homossexuais, incluindo os da Igreja, em uma entrevista coletiva à imprensa na noite de domingo no voo entre o Rio de Janeiro e Roma.
“Mesmo que as palavras do papa Francisco não sejam acompanhadas de uma mudança na política da Igreja, a mudança de tom é significativa”, indicou a Human Rights Campaign, uma das principais associações pró-gays.
“A resposta esmagadoramente positiva que surgiu ao seu redor no mundo mostra que os católicos estão sedentos de mudanças”, acrescentou.
No entanto, “sempre que os milhões de católicos e casais homossexuais ouvirem dizer nas igrejas que vivem em pecado (…) a Igreja os enviará uma mensagem que fere”, indicou a organização, que acredita que “é tempo de enviar mensagens positivas”.
A Catholics United reconheceu a necessidade de se “fazer mais em relação ao papel da mulher na Igreja”.
“As declarações do Papa sobre o papel da mulher na Igreja nos comovem, mas esperamos que suas palavras sejam acompanhadas de uma reforma real”, acrescentou no comunicado a organização, que defende a ordenação de mulheres.
Durante a mesma coletiva de imprensa no avião, o Papa disse que o papel das “mulheres que trabalham na Igreja”, deve ser mais aprofundado, mas, apesar disso, rejeitou categoricamente sua ordenação.
Fonte: AFP
