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Operação Lava-Jato do Rio prendeu até agora 31% dos réus

Na semana em que os olhos da população ficaram voltados para a Cadeia Pública de Benfica, na Zona Norte do Rio, para onde foram levados os políticos que, por duas décadas, estiveram à frente do poder no Rio, incluindo três ex-governadores e o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), um levantamento inédito da 7ª Vara Criminal Federal revela que a cadeia não tem sido o destino final da maioria dos envolvidos em suspeitas de corrupção no estado. 

Os dados, obtidos pelo GLOBO, mostram que 69% dos réus da Lava-Jato do Rio estão fora da prisão: 27 foram soltos, oito cumprem prisão domiciliar e 14, recolhimento noturno. São 23 os que estão de fato atrás das grades. Ao todo, 74 pessoas respondem a processos na primeira instância da Justiça Federal do Rio. A relação não incluiu os presos da Operação Cadeia Velha. Os deputados estaduais Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo acabaram em Benfica por decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

Os números da 7ª Vara reforçam o desabafo do procurador Eduardo El Hage, coordenador da Lava-Jato no Rio. Na semana passada, ele rebateu críticas feitas ao Ministério Público Federal e à Justiça por juristas de que há um abuso das prisões preventivas nos últimos anos, notadamente nos processos da operação. Segundo o procurador, não há abuso de prisões preventivas. O professor Thiago Bottino, da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV-Rio), concorda com a análise:

— Na minha opinião, 31% de prisões na Lava-Jato do Rio não é um número absurdo. Se fossem 80%, aí sim haveria alguma coisa errada, mas o número demonstra que a prisão preventiva não é a regra para o desenvolvimento da Lava-Jato no Rio.

A operação no Rio tem um único réu foragido: o empresário Arthur César Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur”.

Fonte: O Globo