Debater o sistema carcerário brasileiro é o principal objetivo do “I Fórum de Direitos Humanos do Sertão Central”, que será realizado pela Subseção Salgueiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nos dias 30 e 31 de agosto. O evento, que tem apoio da ESA-PE e da OAB-PE, acontecerá no Salgueiro Plaza Hotel e terminará com a festa ‘Sabadou da OAB”. Quem quiser participar pode se inscrever até o dia 28 de agosto na OAB Salgueiro, localizada na Praça Benjamin Soares, ao lado da Fundação Altino Ventura (FAV). O investimento é de R$ 40,00 para estudantes, R$ 50,00 para advogados com carteira da OAB e R$ 60,00 para o público em geral.
Segundo o presidente da OAB Salgueiro, Darlyson Torres, representantes de diversos órgãos foram convidados a participar. “A gente está procurando a discussão não só com aqueles que cometeram atos ilícitos, mas também com as autoridades, como uma forma de a gente diminuir a criminalidade, ressocializar e inserir novamente [na sociedade] aquela pessoa que cometeu um ato ilícito na vida”, destacou, citando participações de integrantes da diretoria do Presídio de Salgueiro, do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco e da Gerência Regional de Educação (GRE).
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Subseção, Luiza Sobreira explica que o Fórum é a segunda fase de um amplo projeto que começou com um acompanhamento de três meses no Presídio Feminino de Verdejante e termina com palestras em várias escolas da região. “A nossa segunda parte do projeto é pegar esse resultado, advindo dessa pesquisa empírica, desse contato com as presas, para promover um debate com a sociedade, até mesmo sobre a importância da sociedade no processo de ressocialização”, assinala.
“Não adianta a gente falar sobre o fim da criminalidade, se a sociedade não participa dessa discussão e ativamente tem conhecimento sobre o que acontece dentro do presídio e o que de fato o criminoso é. Às vezes a sociedade tem a visão de que o criminoso é um ser caricato, que tende a ser um monstro e que se resume a homicidas e estupradores. A realidade é que esse público [presidiários] vai muito mais além […]. Infelizmente é uma realidade que precisa ser discutida, de que esse preso não é um monstro e em algum momento ele vai voltar pra sociedade”, acrescenta.
As palestras nas escolas serão promovidas entre os meses de setembro e novembro, através de parceria com instituições de ensino de Salgueiro e cidades vizinhas, como Belém do São Francisco, Cabrobó, Parnamirim e Verdejante. “Nós vamos montar uma comissão itinerante para fazer essas palestras nas escolas, incentivando o debate, com o material que a gente colheu e produziu diante das nossas visitas e também com o Fórum”, conclui Luiza.
Da redação do Blog Alvinho Patriota
