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Marina anuncia saída do PV e diz que é hora de ser ‘sonhático’

7711marina620A ex-presidenciável Marina Silva anunciou nesta quinta-feira, em ato público, sua saída do PV e afirmou que é preciso haver um grande debate nacional sobre o futuro do país.

“Não é hora de ser pragmático, é hora de ser sonhático e de agir pelos nossos sonhos”, afirmou a ex-senadora durante o seu discurso no evento.

“É essa a causa que nos move e nos faz reconhecer que o propósito de levar adiante por meio do PV, na forma em que foi estruturado, não foi possível. Vamos nos reencontrar com nosso potencial para mudar o que precisa ser mudado e preservar o que precisa ser preservado”, disse.

Ela negou ser uma saída pragmática, com olhos postos no calendário eleitoral. “O que está sendo feita é uma tentativa de botar remendo novo em roupa velha. Não tem nada de messianismo, é enxergar a realidade. Messianismo é negar a realidade e achar que ela vai se transformar com um passe de mágica. Ainda que o calendário seja importante, ele é parte de uma trajetória, é um ponto em uma reta. Não cabe orientar nossa ação de eleição em eleição. Ele é parte, não é o todo.”

“Nosso debate não pode ser 2014. Quando me perguntam: E aí 2014? Eu digo não sei, estou sendo sincera. Para mim a política é um processo vivo, nasce da relação entre os agentes políticos, não é fruto de engendramentos a priori, onde as pessoas ficam na cadeira cativa de candidatos, atitudes, tudo já direcionado para o próximo passo político. Também estou pensando qual é a melhor forma de contribuir para a construção do mundo que queremos.”

Marina também falou sobre sua eventual candidatura em 2014. “Vou dizer a priori que não sou? Se digo que não sei, não posso dizer que não sou. Mas digo com certeza que esse projeto de uma nova forma de fazer política esteja tão forte e poderoso que tenha um candidato à altura. Se for outro que não eu, e espero que não seja, pode contar com o meu voto. Agora é a hora de ir mais fundo, a hora da verdade para nós e para a sociedade.”

A ex-senadora destacou que os partidos continuam sendo importantes. “Sabemos de sua importância, de seu papel, mas não podemos fechar os olhos para seus desvios. Devemos exigir que saiam de suas velhas práticas e acordem para o presente. Espero que esse movimento possa ajudar nessa transformação. Quando me perguntam o que vou fazer com os 20 milhões de votos, eu dizia que os votos não são meus. Não é uma herança, é um legado.”

Marina afirmou ainda que as políticas sociais e econômicas que estão dando certo “devem ser mantidas sem medo de dar crédito ao Fernando Henrique [Cardoso], Itamar [Franco], que já não está entre nós, ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma”.

“A gente começa os processos com grandes ideais, o problema é que a gente põe o ideal na popa, como um efeito, um adorno. O ideal tem que estar na proa, a nos guiar. Não é um símbolo. Símbolo é coisa morta, usada por qualquer um de acordo com seus interesses. O ideal tem que estar dentro de nós, a nos mover.”

Fonte: Correa Neto