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Lava Jato descartou grampo sobre tríplex por receio de ajudar tese de Lula

A força-tarefa da Operação Lava Jato não incluiu em denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um diálogo captado em grampo telefônico que poderia dar voz à tese do político de que ele não tinha envolvimento com o apartamento tríplex em Guarujá (SP).

Procuradores do MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná) conversaram, em 13 de setembro de 2016, sobre a inclusão de um trecho obtido por meio de uma interceptação telefônica de Mariuza Marques, funcionária da empreiteira OAS, encarregada da supervisão do edifício.

“Pessoal, especialmente Deltan [Dallagnol, coordenador da Lava Jato], temos que pensar bem se vamos utilizar esse diálogo da MARIUZA, objeto da interceptação. O diálogo pode encaixar na tese do LULA de que não quis o apartamento. Pode ser ruim para nós”, escreveu o procurador Athayde Ribeiro Costa.

Os diálogos, apresentados ontem pela defesa de Lula ao STF (Supremo Tribunal Federal), foram extraídos de mensagens obtidas por meio de um ataque hacker, alvo da Operação Spoofing.

Procurado, o MPF-PR reiterou não reconhecer a autenticidade das mensagens, feitas em grupo no aplicativo Telegram. Sobre o diálogo abordado pela defesa de Lula, a procuradoria diz que ele incrimina o ex-presidente sem explicar contudo por que o uso do grampo foi rejeitado na denúncia. O MPF-PR diz ainda que a defesa de Lula “repete sua a estratégia de deturpar o conteúdo das supostas mensagens para criar uma narrativa de ilegalidades que nunca ocorreram”.

Fonte: UOL