Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Indio da Costa é preso pela PF em operação que apura fraude de R$ 13 milhões nos Correios

O ex-deputado federal Indio da Costa foi preso na manhã desta sexta-feira pela Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. Relator da Lei da Ficha Limpa e candidato à vice-presidente em 2010, na chapa derrotada de José Serra (PSDB), Indio foi alvo da Operação Post Off, deflagrada para apurar fraudes de pelo menos R$ 13 milhões nos Correios. A informação foi antecipada pelo blog do jornalista Lauro Jardim.

O superintendente dos Correios do Rio, Cléber Machado, indicado por Indio para o cargo, também foi preso. O ex-superintendente de SP Marcos Venicio também é citado na ação, mas não foi confirmado se teve a prisão decretada. No total, 12 pessoas foram presas e 25 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro, em São Paulo (nas cidades de Tamboré, Cotia, Bauru e São Caetano) e Minas Gerais (na capital, Belo Horizonte).

O processo corre em sigilo na 7ª Vara da Justiça Federal em Florianópolis, em Santa Catarina. Os nomes dos presos não foram divulgados. A PF informou apenas que foram detidos agentes dos Correios, empresários e funcionários de empresas que eram utilizadas como “laranjas” pela organização criminosa.

O objetivo da operação foi desarticular esquema de fraudes junto à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT). De acordo com o Ministério Público Federal, o grupo pagava propina altos funcionários dos Correios para facilitar o transporte de grandes volumes de cartas e encomendas comerciais sem o devido faturamento, gerando evasão de receita e prejuízos aos cofres da estatal.

As investigações também revelaram a participação de políticos, que indicaram nomes para superintendências da estatal de modo a viabilizar a fraude mediante o pagamento de altas quantias.

Com o esquema montado, o grupo procurava grandes clientes dos Correios e ofereciam preços melhores para que rompessem seus contratos com a estatal e passassem a ter suas encomendas postadas por meio de contratos mantidos entre as empresas do grupo criminoso e os Correios. Pelo menos 10 empresas participavam do esquema criminoso.

De acordo com o delegado Cristian Luz Barth, responsável pela investigação em Santa Catarina, o esquema era tão intrincado que até mesmo cargos nos Correios tinham um preço.

– Havia cargos que custavam de R$ 200 a R$ 250 mil – explicou.

O delegado, porém, não explicou quais cargos seriam e como eles agiam.

A investigação começou em novembro de 2018, após pessoas ligadas ao esquema tentarem iniciar a atuação do grupo em Santa Catarina. “O contato inicial foi intermediado por funcionários da ECT integrantes da organização criminosa e ocupantes do cargo de superintendente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo”, informou o Ministério Público Federal (MPF).

Para garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos Correios, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e o arresto de bens móveis e imóveis, incluídos carros de luxo e duas embarcações, sendo uma delas um iate avaliado em R$ 3 milhões. “Com as medidas, espera-se que seja efetivado o bloqueio de R$ 40 milhões dos investigados”, afirmou a PF.

Por meio de nota, os Correios informaram que estão colaborando “plenamente” com as autoridades e que a empresa permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos. “Os Correios reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência”, diz o comunicado.

Os presos poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, estelionato, concussão, além de organização criminosa.

Fonte: O Globo