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Governo defendeu interesses das corporações na reforma da Previdência, diz Maia

O presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ser preocupante que o governo não tenha uma agenda no Congresso que de fato vise combater a fome, a pobreza e a crise econômica do país.

Para o demista, a liderança do governo no Congresso não tratou dos interesses dos mais pobres na reforma da Previdência e sim das corporações que ajudaram a eleger o presidente Jair Bolsonaro. Para ele, o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), “é uma representação corporativa no caso das polícias”.

“Espero que eles comemorem até domingo e na segunda-feira eles comecem a pensar em como vão cuidar dos vulneráveis. Porque o governo, através de seu líder, só tratou das corporações na reforma da Previdência”, disse em entrevista ao jornal O Globo após ser questionado se há preocupação sobre o clima de comemoração no Planalto. A reforma foi aprovada na Câmara em 1º turno.

“A gente quer que eles cuidem dos brasileiros mais simples, é para isso que a gente aprovou a Previdência, é uma reforma de Estado. Ele é o presidente, eu não posso esperar até 2023 para fazer a reforma da Previdência, porque isso ia gerar 20 milhões de desempregados, 1 incremento dos brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza que já são quase 10 milhões. O lugar que representa de forma mais legítima toda a sociedade brasileira é o parlamento, não o poder Executivo”, completou.

Segundo Maia, “Bolsonaro sempre representou corporações, que têm estabilidade no emprego”.

“Esse é 1 eleitor que não passa fome, não fica desempregado. Quando a gente vai em uma comunidade, saímos de lá com 30 currículos, porque o desemprego só aumenta no Brasil nos últimos 5 anos. É para essa parte da sociedade que a gente está querendo falar. Ótimo que o governo seja beneficiado, mas que ele saiba usar o benefício da responsabilidade do parlamento, que ele saiba usar o benefício daquilo que a gente está fazendo. E rápido”, completou.

Em discurso na Câmara, antes de anunciar a aprovação do texto-base da reforma na última 4ª feira (10.jul.2019), Maia defendeu o protagonismo dos congressistas na tramitação da proposta na Casa e disse que o Centrão (o sindicato de partidos sem definição ideológica clara) “é que está fazendo a reforma”.

Fonte: Poder 360