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Governo Bolsonaro reduz tarifa de importação de bicicletas

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reduziu a tarifa de importação de bicicletas de 35% para 20%. Segundo resolução publicada nesta quinta (18) no Diário Oficial da União pela Camex (Câmara de Comércio Exterior), a tarifa cairá de 30% em 1º de março para 25% a partir de 1º de julho. A partir de 31 de dezembro, o percentual será reduzido para 20%.

A mudança foi antecipada na noite de quarta-feira (17) pelo presidente em suas redes sociais.

O patamar de 20% é previsto na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC). No entanto, desde 2011 a tarifa estava em 35% após o Brasil incluir as bicicletas na lista de exceções à TEC. Segundo a Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicleta), esse patamar é o mais alto permitido pelas regras da OMC (Organização Mundial do Comércio).

A redução da tarifa foi criticada pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Bicicletas e Similares). De acordo com o presidente da entidade, Cyro Gazolla, que também é presidente da Caloi, a medida não deve resultar em preços menores para o consumidor final e pode comprometer até 4.000 empregos diretos.

Segundo Gazolla, o setor esperava que a redução da tarifa de importação fosse feita de forma gradual até 2023, e não em nove meses, conforme anunciado pelo governo.

Já Daniel Guth, diretor-executivo da Aliança Bike, afirma que a alíquota anterior, de 35%, fazia parte de uma política protecionista que privilegiava o polo produtivo de Manaus desde os anos 1970.

Guth afirma que o volume total de bicicletas importadas nunca ultrapassou o equivalente a 8% da produção nacional —em sua visão, nao haveria, portanto, justificativa para defender uma tarifa de importação mais alta para proteger a indústria nacional.

“O objetivo central [da redução da tarifa] é o consumidor final, e temos que fazer ações para viabilizar a chegada das bicicletas”, defende.

Segundo ele, a geração de empregos no setor de bicicletas está concentrada no comércio varejista, que empregaria mais do que o dobro do setor industrial.

Fonte: Folha de S.Paulo