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‘Gol contra’, diz secretário sobre ação de Bolsonaro contra CoronaVac

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse em entrevista para a CNN neste sábado que a ação do governo de Jair Bolsonaro contra a CoronaVac foi como um “gol contra”. “Quando isso acontece, é como ganharmos um gol contra no primeiro tempo. Nós estamos indo ainda para o segundo, tem muito jogo pela frente”.

A CoronaVac é uma vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan (SP) para combater o novo coronavírus. Na última quarta-feira, Bolsonaro afirmou que ordenou o cancelamento do acordo feito pelo Ministério da Saúde com o governo de São Paulo para aquisição de 46 milhões de doses da vacina.

A vacina se tornou uma peça central de um novo conflito entre Bolsonaro e o governador João Doria (PSDB), ex-aliados que se tornaram desafetos e possíveis concorrentes na eleição presidencial de 2022.

“A Coronavac é a vacina [contra o coronavírus] que está mais avançada. Já se mostrou a mais segura das vacinas em todos os testes”, defendeu Gorinchteyn. O secretário disse também que a Coronavac é a concorrente mais barata.

Na sexta-feira, a Anvisa autorizou a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac da China. Segundo Gorinchteyn, a expectativa é que, até dezembro, outras 40 milhões de doses sejam processadas e envazadas pelo Instituto Butantan, a partir de insumos recebidos da China.

O número total, de 46 milhões de doses, equivale à população estimada do estado de São Paulo. Porém, Gorinchteyn disse que o objetivo do governador paulista João Doria é “vacinar o Brasil”. “Essa vacina é para brasileiros do Brasil, não só brasileiros de São Paulo”.

O secretário de saúde disse ainda que o governo de São Paulo pode ir para o STF para defender que a CoronaVac seja distribuída em todo o país. “Se for necessário judicialização, através do STF, isso será feito. É claro que estamos tendo outras vias de discussão, seja com Congresso Nacional, com o Senado. Várias vias vão ser tratadas”.

Para Gorinchteyn, “a Anvisa é [um órgão] indepentende, técnico e ético. Ela vai acompanhar de forma competente, ética, isonômica, sem qualquer viés político para análise dos dados”.

Fonte: UOL