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Glenn responde Bolsonaro: ‘Não tem poder de ordenar prisões’

O jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, respondeu neste sábado à declaração do presidente Jair Bolsonaro de que “talvez ele poderia pegar uma cana aqui no Brasil”. No Twitter, o jornalista afirmou que o presidente “não tem poder” para ordenar prisões e que “ainda existem tribunais em funcionamento”.

“Ao contrário dos desejos de Bolsonaro, ele não é (ainda) um ditador. Ele não tem o poder de ordenar pessoas presas. Ainda existem tribunais em funcionamento. Para prender alguém, tem que apresentar provas para um tribunal que eles cometeram um crime. Essa evidência não existe”, publicou.

Greenwald também comentou que o governo não tem prerrogativa para deportá-lo e que ele não irá deixar o Brasil. “Eu tenho o poder de sair do Brasil, voluntariamente – e tinha esse poder o tempo todo. Mas não fiz e não vou, apesar dessas ameaças. Por quê? Porque sei que não tem nada contra mim. Vou defender a democracia do país dos meus filhos”.

À frente do Intercept, Greenwald tem publicado desde o início de junho reportagens baseada em conversas vazadas do procurador Deltan Dallagnol com o ministro da Justiça, Sergio Moro, e com outros integrantes da força-tarefa da Lava Jato.

Em evento no Rio de Janeiro, Bolsonaro falou sobre a portaria baixada por Moronesta sexta-feira que prevê a “deportação sumária” de estrangeiros considerados perigosos. “Ele não se encaixa na portaria. Até porque ele é casado com outro homem e tem meninos adotados no Brasil. Malandro, malandro, para evitar um problema desse, casa com outro malandro e adota criança no Brasil. Esse é o problema que nós temos. Ele não vai embora, pode ficar tranquilo. Talvez pegue uma cana aqui no Brasil, não vai pegar lá fora não”, disse Bolsonaro.

Sobre os comentários sobre o seu casamento com o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), Greenwald afirmou que a ilação de Bolsonaro é “nojenta”. “Sugerir que alguém adotaria – e cuidaria de – 2 filhos para manipular a lei é nojenta. O Brasil tem 47.000 crianças em abrigos. A adoção é linda e deve ser encorajada, não zombada”, escreveu ele.

Fonte: VEJA