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Funeral de oposicionista assassinado é o maior desde 2000 na Tunísia

Dezenas de milhares de pessoas participaram nesta sexta-feira do funeral do opositor assassinado Chokri Belaid, convertido em uma manifestação contra o poder islamita, e onde ocorreram confrontos, apesar do grande dispositivo policial e militar. O funeral foi o maior já ocorrido na Tunísia desde o do primeiro presidente do país e figura legendária do movimento pela independência, Habib Bourguiba, em 2000.

O partido islamita no poder na Tunísia, Ennahda, foi acusado de estar por trás deste assassinato sem precedentes nos anais contemporâneos, e da crise política que o país vive há meses.

A polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo contra vândalos que incendiaram carros diante do cemitério, no sul de Túnis, onde o opositor foi enterrado. O incidente provocou um breve movimento de pânico, segundo a polícia.

Em outro ponto da capital, na avenida Habib Bourguiba, em pleno centro, a polícia perseguiu com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo dezenas de jovens manifestantes hostis ao poder, que gritavam “Vão embora, vão embora!”, o grito utilizado na revolução que em janeiro de 2011 terminou com o regime de Zine El Abidine Ben Ali.

Durante o funeral deste opositor assassinado com três tiros na frente de sua casa na quarta-feira em Túnis, o país estava paralisado por uma greve geral convocada por partidos políticos e pela União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT).

Belaid, de 48 anos, era um firme opositor aos islamitas e dirigia o Partido dos Patriotas Democratas, que se integrou na aliança “Frente Popular”. Até o momento não se sabe quem foi o autor de seu assassinato.

Fonte: AFP