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FAB: pilotos de Campos não tinham formação adequada

aviaocaiuEm relatório divulgado nesta segunda-feira, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), apontou que os pilotos que guiavam o jato do então candidato à Presidência da República Eduardo Campos não tinham a habilitação adequada para guiar a aeronave, de prefixo PR-AFA. No dia 13 de agosto do ano passado, o avião deixou o Rio de Janeiro em direção a Santos (SP) quando caiu sobre uma área residencial do litoral paulista, após arremeter. Conforme o laudo, o avião colidiu a uma velocidade de 600 km/h.

Os investigadores apontam que embora estivessem habilitados, os pilotos não tinham a formação adequada para conduzir aquele modelo de aeronave, conforme está previsto em regras de transição estabelecidas pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês). O piloto Marcos Martins tinha experiência no modelo CE560XLS e transitou para um mais moderno, o CE560XLS+, o que implicaria em treinamento, experiência e verificação de proficiência. Já ao copiloto seria exigida não apenas os requisitos de transição, e sim a formação completa nesse tipo de aeronave.

O tenente-coronel aviador Raul de Souza, chefe da investigação, ponderou que cabe à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fiscalizar se os pilotos estavam formalmente habilitados para conduzir a aeronave. “Para a investigação, o que mais importa é saber se os dois pilotos estavam em condição de treinamento e qualificação compatíveis com aquela aeronave. A questão de estar habilitado formalmente é mais administrativa. Para a gente é importante saber se eles estavam com qualificação e treinamento adequados para enfrentar aquela situação”, disse.

O Cenipa segue analisando os dados e ainda não há previsão para a conclusão das investigações. “Um acidente complexo como esse demanda bastante tempo e temos de tomar todo o cuidado para que a gente identifique os fatores contribuintes para se eliminar os fatores de risco”, disse o brigadeiro do ar Dilton José Shuck, chefe do Cenipa.

Os investigadores descartaram cinco possibilidades que poderiam justificar o acidente: colisão com animais, colisão com veículo aéreo não tripulado (Vant) – popularmente conhecido como drone -, aeronave no dorso (de cabeça para baixo), incêndio durante o voo e colisão com algum obstáculo. Com base nos destroços, também foram descartadas as hipóteses de problemas técnicos nos sistemas hidráulico e pneumático, de pressurização e combustível e no piloto automático.

Fonte: VEJA