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Especialistas criticam os quatro meses de intervenção no Rio: ‘Resultado micro’

Há quatro meses, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro foi decretada e, segundo o balanço crítico divulgado nesse sábado, 16, pelo Observatório da Intervenção – feito por grupos independentes para monitorar o projeto -, o número de tiroteio e de mortos em confronto aumentou na cidade. Eles destacam ainda a falta de investimento em ações de inteligência, detalhes das ações, definições de responsabilidade e integração ao longo dos meses.

— Nunca se viu tantos agentes, a custos tão altos, mobilizados para obter tão pouco. E o pior: essas incursões, além de produzir efeitos negativos, como tiroteios e mortes, não são eficazes. Para desarticular redes criminosas, é preciso investigação, baseado em inteligência. E, para melhorar a segurança pública, precisamos de medidas estruturantes, de integração das forças, de combate à corrupção e diálogo com a sociedade. A intervenção prometeu tudo isso. Mas só está entregando operações, tiroteios e mais mortos em confronto, inclusive policiais. Até quando? — explicou Sílvia Ramos, coordenadora do Observatório da Intervenção e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania.

De acordo com o aplicativo Fogo Cruzado, desde 16 de fevereiro ocorreram 3.210 tiroteios. Nos quatro meses anteriores à intervenção, o número foi de 2.355, indicando um aumento de 36% após o modelo ser implementado.

O Observatório da Intervenção destaca ainda a maior operação realizada até então: em 7 de junho, em seis comunidades de Jacarepaguá, Zona Oeste, que reuniu 5.370 agentes, entre as forças estadual do Rio e federal. O resultado foi um morto, 13 presos, além de pistolas e granadas apreendidas.

— Operação mega, resultado micro. Quanto custou esta operação? Dados do Ministério da Defesa mostraram que, em fevereiro e março, os custos variaram de R$ 472 mil e R$ 1,7 milhão por operação.

Fonte: EXTRA