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Em meio a divergências, Guedes vai insistir na ‘urgência’ da reforma da Previdência

As divergências públicas na campanha de Jair Bolsonaro (PSL) sobre o melhor modelo de reforma da Previdência levaram o economista da campanha, Paulo Guedes, a atuar nos bastidores para afastar dúvidas do mercado sobre o apoio do eventual governo à proposta.

Na quarta-feira (10), após o deputado Onyx Lorenzoni ter dito a interlocutores ser contra a votação da reforma proposta pelo presidente Michel Temer, Guedes conversou com o deputado. Político, Onyx quer deixar o tema para depois da campanha eleitoral.

Na prática, quer poupar Bolsonaro do tema espinhoso com a campanha em curso.

Já Guedes repete nos bastidores que vai continuar como começou a sua relação com Bolsonaro: insistindo na “urgência” da reforma. Se possível, ainda em 2018, após a votação do segundo turno.

Na primeira conversa que teve com Bolsonaro, quando se conheceram, Guedes disse ao hoje candidato do PSL que a reforma era prioridade zero – e que, sem a reforma da Previdência, não tinha teto de gastos.

Para tentar costurar algum acordo ainda neste ano, Guedes tem conversado com a equipe econômica de Temer. Esteve recentemente com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e outros assessores da equipe do emedebista.

Inclusive, ele, apontado como futuro ministro de Bolsonaro, tem dito que gostaria de aproveitar alguns integrantes do governo Temer, a quem chama de “extremamente competentes”.

A Guedes, Guardia disse que, se houver garantias da equipe de Bolsonaro de que o futuro governo – se eleito – manterá a agenda econômica do governo Temer (reforma da Previdência, principalmente), os principais assessores de Temer poderão, sim, ficar na pasta.

O ministro da Fazenda atual espera que, assim que a eleição terminar, o presidente eleito- Haddad ou Bolsonaro- defenda a proposta da reforma da previdência para que eles tentem uma votação ainda neste ano- mesmo sabendo da dificuldade na aprovação.

A estratégia dele, no entanto, é defender a votação ainda neste ano para que, mesmo não conseguindo a aprovação, “preparar o terreno” para o Congresso do ano que vem.

E quanto ao seu futuro? Guardia repete a quem pergunta que “não sairá da fazenda”- numa brincadeira com a sua fazenda no interior de São Paulo, de onde pretende desfrutar sua quarentena pós-governo.

Fonte: Blog da Andréia Sadi