Dilma Rousseff falou na tarde de ontem a uma plateia ilustre em Harvard no seminário Brazil Conference, organizado pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), sobre o seu tema predileto — o “golpe” — mas não só. Falou também sobre Lula, democracia, eleições, crise, Lava-Jato e governo Temer.
Foi aplaudida (pouco) e vaiada (também pouco). E se disse preocupada com uma eventual prisão de Lula.
— Ele tem 38% nas pesquisas, depois de tudo o que fizeram com ele. Não me importa se ele ganhará ou perderá. Deixem ele concorrer para ver se ele não vence…
Seguiu o script esperado. Criticou a terceirização e o corte de gastos do governo Temer.
Sobre a Lava-Jato considerou que o governo Temer não está conseguindo contê-la. E, repetindo um discurso que já fazia enquanto presidiu o Brasil, afirmou que o seu governo viabilizou a delação premiada e a punição de corruptos.
E que jamais interferiu na Lava-Jato. Mandou um recado também: não é admisível que um juiz fale fora dos autos e que seja amigo do réu.
Dilma recusou-se, porém, a responder perguntas da plateia sobre Sergio Moro. Prudente, disse:
— Vocês estão doidos que eu responda sim ou não sobre as atitudes dele. Mas passo a pergunta.
Dilma condenou a criminalização da política, que “só favorece a direita atrasada”. Aplaudida moderadamente, complementou:
— Em 2018, o Brasil tem um encontro marcado com a democracia.
No meio da palestra chegou a reclamar dos organizadores por causa do tempo da palestra (neste sentido, está sendo a Dilma de sempre). Tempo curto para ela. Nem tanto para a plateia.
Na plateia, gente como Jorge Paulo Lemann, José Eduardo Cardozo, Fernando Haddad, Gilberto Gil, Eduardo Suplicy, Luciano Huck, Oskar Metsavaht e Nizan Guanaes.
Houve espaço também para autocrítica:
— O erro gravíssimo que cometi foram as desonerações. As empresas lucraram mais e não repassaram para investimentos o que ganharam.
Fonte: Blog de Lauro Jardim