Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Doze anos de privatização da CELPE

*Heitor Scalambrini Costa

Professor da Universidade Federal de Pernambuco 

No dia 17 de fevereiro de 2000, a Companhia Energética de Pernambuco – Celpe foi comprada, em leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro com um único concorrente, o Consórcio Guaraniana (formado pela Iberdrola Energia, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do

Brasil-Previ e BB Banco de Investimentos S.A), por R$ 1,7 bilhões. O contrato de concessão, com validade por um período de 30 anos, foi assinado em 30 de março de 2000.

Mesmo o atual grupo, agora chamado de Neoenergia, ter como acionistas fundos de investimentos com participação societária é a companhia espanhola Hiberdrola quem controla 100% administrativamente a Celpe. A Neoenergia também é controladora da Companhia Energética da Bahia

(Coelba) e da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern). Possui forte concentração vertical, e atua nos segmentos de geração, transmissão, comercialização e distribuição, praticando contratos de

self-dealing (auto-contratação). Como é o caso em Pernambuco, onde um quarto da energia comprada pela Celpe vem da TermoPernambuco (termelétrica do grupo Neoenergia) cujo preço é superior ao da hidroelétrica, sendo a diferença repassado para o consumidor.

Ao justificar a venda da Celpe os gestores do Estado de então e seus opositores (os mesmos de agora, pois nada mudou, somente mudaram de lado: o que era situação virou oposição, e o que era oposição virou situação) prometiam a opinião pública, que as tarifas diminuiriam e que os serviços oferecidos à população iriam melhorar através da gestão privada. Ao completar 12 anos da venda da Celpe, alguns comentários e observações merecem destaques sobre estas assertivas.

Clique aqui e leia o artigo completo