Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Dólar dispara e fecha em R$ 3,81, maior valor em mais de 2 anos

Apesar de o Banco Central ter ampliado com força sua atuação, o dólar saltou e fechou no patamar de 3,81 reais nesta terça-feira, o maior em mais de dois anos, em meio à piora da avaliação dos investidores sobre a cena política local e com o exterior pesando sobre os ativos. O dólar avançou 1,78%, a 3,81 reais na venda, maior nível desde 2 de março de 2016.

“As perspectivas são muito ruins. A crise fiscal é séria”, afirmou o economista e sócio da NGO Corretora Sidnei Nehme. “A economia não anda, nem vai andar, porque empresários não vão investir com esse elevado grau de incerteza. Todo o cenário ficou ruim”, acrescentou ele.

A moeda americana já vinha operando com elevação desde a abertura do negócios, influenciada pelo cenário político local, a poucos meses das eleições presidenciais, e pelo movimento no exterior, que ganhou força após dados mais robustos sobre a economia americana.

No exterior, o dólar subia diante de divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.

A atividade do setor de serviços dos Estados Unidos acelerou em maio, indicando crescimento econômico robusto no segundo trimestre, enquanto outros dados mostraram que a abertura de vagas de trabalho atingiu máxima recorde em abril, superando as contratações.

Outros indicadores fortes de emprego dos Estados Unidos divulgados recentemente já haviam reavivado apostas de que o Federal Reserve, banco central do país, pode aumentar a taxa de juros mais três vezes neste ano. As expectativas do mercado, por enquanto, são de mais dois aumentos até dezembro.

Juros elevados têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro. Com isso, o dólar disparou no mercado brasileiro também, desencadeando um movimento conhecido como “stop loss”, quando os investidores desfazem suas posições rapidamente diante de sinais que consideram mais negativos. Segundo o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, não houve saída de recursos do mercado, apenas esse movimento técnico.

Fonte: VEJA