Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Deputado teve assinatura fraudada em votação dos royalties

A Polícia Legislativa concluiu que houve fraude na votação dos vetos presidenciais ao projeto que trata da divisão dos royalties do petróleo, há seis meses. A assinatura do deputado Zoinho (PR-RJ) foi forjada, o que significa que alguém votou em nome dele. O deputado provou que, durante a votação, estava no Rio de Janeiro.

Por tratar de veto presidencial, a votação de 6 de março não ocorreu pelo sistema eletrônico: em vez disso, os parlamentares precisavam assinar o nome em uma lista, pegar uma cédula de papel e se dirigir a uma cabine fechada para finalizar o voto.

A comprovação da fraude não resolve a dúvida a respeito da autoria do crime. A Polícia Legislativa, que não chegou a uma conclusão sobre os responsáveis pela farsa, encaminhou o caso ao Ministério Público Federal.

Anulação – Há a suspeita de que a fraude tenha sido intencional – uma forma de induzir à anulação da votação. Zoinho é ligado ao deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), um dos que mais se mobilizaram contra o projeto de lei. “Sempre tive a convicção de que aquela votação havia sido fraudada”, disse, nesta sexta-feira, Garotinho – que nega, claro, a hipótese de armação para favorecer os estados produtores de petróleo, como o Rio de Janeiro. O líder do PR foi o autor da denúncia de fraude, já no dia seguinte à votação.

Apesar da oposição dos estados produtores, não havia qualquer chance de o projeto ser derrubado, o que tira força da tese de que houve uma fraude para registrar o voto do deputado fluminense. Na Câmara, os vetos foram derrubados com o voto de 84% dos parlamentares.

Zoinho é o mesmo deputado que apareceu recentemente no Fantástico, da TV Globo, admitindo que pratica irregularidades com a verba de gabinete: “Honesto é só Jesus Cristo. Santo aqui em Brasília não existe”, disse ele.

A derrubada dos vetos ao projeto significou uma derrota para os estados produtores de petróleo porque alterou o regime de divisão desses valores e retirou parte dos recursos de Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.

Fonte: VEJA