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Comentário em destaque

Comentário feito na matéria Marcones Libório afirma que primeiro ano do mandato de Clebel Cordeiro foi de retrocesso.

Antonio T. Pereira

PARA MIM, ESCREVER É UMA DIVERSÃO, MEU PASSATEMPO FAVORITO – apesar de não o fazer por ofício, gosto de vez ou outra expor meu pensamento. Portanto, vou fazer um “textão” para responder ao falastrão, o acusador-mor, dizendo que ele não olha para si. Portanto, se aplicaria alguns conceitos de Jesus sobre a condição do ser: sepulcro caiado e hipócrita da trave no olho.

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Ficaria extremamente impressionado se a opinião desse sujeito fosse diferente – ou de qualquer outro ao falar do seu algoz político. Porém, é hipocrisia e demagogia fazer tais acusações, quando, há muitas coisas que não foram explicadas em sua gestão.

Porém, gostaria de ponderar algumas coisas e encaminhar minha percepção pessoal (mesmo que distante), de que, nestas palavras proferidas, não encontro nada além de oportunismo barato. Tal como o PT de hoje, junto com os asseclas, criticam o “Temeroso” pela nossa realidade econômica. Sendo que as bases desta situação são bem pregressas.

Pessoalmente, Marcones me dá asco (sempre deu!), assim como boa parte do PSB de Salgueiro. Desde minha época de militância no PCdoB, sempre pautei uma cisão deste bloco político e uma maior aproximação de outras forças mais ideológicas à esquerda, por exemplo, o PT (tinha bom trânsito entre correntes internas); recordo-me quando em plenária na biblioteca municipal tentei convencer, à época, meus correligionários discursando com todas as minhas forças para não fecharmos questão para uma coligação (apesar das conversas estabelecidas pelos caciques antes mesmo da minha entrada no partido). Este episódio se deu bem antes da convenção ocorrida em meados de agosto de 2008 (portanto, antes mesmo destes déspotas ganharem/permanecerem no poder) e, mesmo assim, continuei insistindo para fazermos outras construções. Fato é que eu propus, na referida ocasião, até uma candidatura própria. Admito que seria totalmente contraproducente para a conquista e/ou ocupação do espaço público, mas ficaríamos numa posição clara. Oposição à esquerda seria bem melhor do que participar da “ditadura” da pombinha (símbolo do partido). Fui voto vencido – quem gostaria de largar a boquinha do serviço público? – mas, acolhi a decisão do partido e até fiz campanha para a chapa focada no público jovem, campo onde havia a maior rejeição à sua pessoa. Também, a antipatia de jaleco.

Enfim, quem conhece a política local pelas suas mais sórdidas entranhas, sabe dos desmandos e coronelismo desta gente. Tente construir algo fora da cartilha e interesses deles para ver o que acontece!

Prefiro não descrever todos os adjetivos que tenho para este sujeito e sua laia, mas tentando ficar dentro do escopo da notícia, ele sabe que foi a turma dele que deliberou o orçamento até o ano de 2017 (o penúltimo PPA); o qual resultou em atar as mãos de Clebel nos primeiros meses – até ano – de 2017 (poderia ser herança para o candidato da “pombinha” que assumiria, porém, se o fosse, os últimos meses de gestão seria para entregar tudo dentro dos conformes, sem dificultar as coisas – não haveria uma transição tão tensa, ao ponto de conservar opositores no governo até ter um domínio exato da situação).

Mas, pior foi não ter sancionado a LOA no devido tempo. Uma gestão que gasta quase 52% no primeiro quadrimestre de suas receitas líquidas em folha de pagamento pode falar em gestão? Dá-lhe FG’s e CC’s para tudo quanto é lado! Para defender sua gestão, ele falou em cortes de gastos, contingenciamento, crise, tudo isto por causa da redução do ISS e dos repasses por parte do estado e União ainda em 2015 e para os próximos anos. O prognóstico era de condições ruins – e estava certo. Mas, não diz que surfou na boa onda do GF enquanto tinha dinheiro em caixa e as commodities estavam em alta. Quais os índices fora do período da entrada da China no comércio internacional e que tornou o Brasil ligeiramente empanturrado de saldo positivo na balança comercial?

A nova matriz macroeconômica da Dilma baseada em impressão de dinheiro (expansão monetária através de crédito barato, sem lastro em poupança), consumo desenfreado e um consequente aumento dos gastos públicos por causa do populismo ou em obras de infraestrutura para rodar o tal do multiplicador keynesiano, só gerou inflação e déficit, prejudicando diretamente o emprego, aumentando os juros, prejudicando a arrecadação e fazendo até que estados (tal como o Rio Grande do Sul, onde eu resido) fossem à bancarrota.

A projeção do orçamento de Salgueiro era de R$ 110 milhões em 2014, em 2015 R$ 130, 2016 era de R$ 155. Não tenho os dados de 2017, apesar de tentar fazer uma breve pesquisa nos sites institucionais, não os encontrei. Segundo projetado pela atual gestão, o orçamento para 2018 seria de R$ 135 milhões. Quer fazer as contas? Pense que seu salário caiu e seu poder de compra também caiu e as despesas aumentaram. Como seria sua vida neste quadro?

A inflação oficial (não é a real, qualquer pessoa que vai ao mercado ou gasta em algo sabe disto) em 2016 foi de 6,29% e em 2017 foi de 2,21%. Estima-se uma inflação de 4% para este ano.

Por que o bravateiro não falou isto? Por que ele não usou o mesmo argumento – até correto – que usou na justificativa do freio de 20% na gastança do orçamento em sua gestão, não é usado para a gestão do atual prefeito?

No fundo, só confirma e aumenta as minhas concepções pessoais sobre este sujeito: é anti-humano! Visitei Salgueiro ao final de 2016 e começo de 2017. Eu vi o caos que tomou conta da cidade por picuinha (como dizem meus queridos conterrâneos – “menino buchudo”, birrento), porque perdeu a eleição e não aceitou que o povo fez outra opção. O coronel acha que pode mandar no povo, que sabe o que é melhor para o povo, ele é a exata expressão dos desejos e anseios do povo – ou ao menos se arroga (e arrogante também!) para tal condição. Deixar a cidade sem serviços essenciais só para prejudicar politicamente o seu adversário é nojento, asqueroso, desprezível, tanto quanto ele o é, assim também são suas atitudes.

Não estou por dentro de tudo que acontece aí. Porém, já ouvi e li muita coisa estranha, das quais cito algumas:

* e a luz do CAPS cortada em janeiro de 2017? E a falta de remédios psiquiátricos básicos?

* não sei se foi concretizado, mas e a ameaça da Compesa em cortar a água de uma escola por falta de pagamento (não me recordo bem se foi assim mesmo que se deu)?

*e ter contas aprovadas com ressalvas pelo TCE? E ser condenado a pagar R$ 200 mil?

*e o tal decreto que tirou direitos dos servidores por problemas com a LRF?

*ouvi dizer que a prefeitura não havia repassado em 2012/2013 os valores do PEMAQ para as ESF’s, é verdade?

* e as demoras para concluir os ESF’s do Divino e outras obras?

* onde estavam os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE que só deu para mandar melancia com baratas para crianças comerem na merenda? E as liberarem mais cedo por falta de merenda, procede?

* e a quadra depois da praça Elias subindo para saída de Salgueiro, foi rápida sua manutenção, não é? (desculpa, esqueci o nome da rua).

* e os medicamentos e carnes vencidas em janeiro de 2017?

* ouvi que uma vereadora foi acusada por outra de dominar o transporte escolar… havia até um pedágio, segundo a denunciante, e, ao que parece, pertencia ao seu partido, gente próxima sua, execrável ex-prefeito. Ora, não é acusação, mas apenas rumores que foram ventilados e trazidos ao público.

* e sabendo da enxurrada que a cidade iria receber de veículos no trânsito, por que a demora em responder à demanda?

* e o transporte coletivo municipal que operou por três meses? Por que eu tive que procurar a gestão municipal para atender uma demanda de gratuidade para PCD’s? Será que ninguém sabia das previsões legais sobre o tema? Foi legal conversar com outro salgueirense que morou aqui no Rio Grande do Sul.

* não sei dizer se é verdade, mas falam algumas línguas que havia um pedágio para alguns comunicadores locais para fazer uso de espaço público. O mesmo cidadão que se negou a conceder o direito aos estudantes de meia-entrada quando de um evento. Alegou-me que o artista era nacional, caro, tinha ido ao ‘Faustão’, etc. Mesmo eu apresentando a lei municipal com antecedência. Por ser amigo do partido e estar sempre fazendo a locução “Com Amor”, o senhor nem fez questão de mobilizar a bancada governista na câmara para fazer garantir os preceitos legais.

* e o lixo jogado no açude Novo?

* por que não fizeram uma concessão ao setor privado para resolver o problema da água no município? Ou por que não municipalizou o sistema? Ah, é porque a relação político-partidária é maior que as necessidades da cidade. O que a Compesa faz com o povo sertanejo é sub-humano. E tem do senhor toda a parcimônia possível. Claro, né, pode-se fazer indicações políticas para compor a estatal cara e ineficiente. Como pode aceitar com tanta tranquilidade 80% de taxa de esgoto sobre um serviço que praticamente não existe?

* e o acesso à UPE? Rápido, não é mesmo? Esperar o leite derramar para tomar uma atitude… que exemplo de planejamento!

* se um pobre coitado precisar de uma remoção urgente, será que ele terá um avião à sua disposição cedido pelo estado para leva-lo à capital ou outro centro médico? Ou só será que isto é apenas para os que tem, como dizem os conterrâneos, “peixada?” Meu pai precisou de ambulância, e se não fosse a de Nemédio, seria bem mais difícil, já que o município justificando a prerrogativa do estado, optou por não ter uma, mesmo com as cidades ao entorno terem.

* e um primo secretário e candidato? Não é nepotismo? Não é perpetuar um coronelismo moderno? São só perguntas naturais que brotam da cabeça de qualquer um.

* e a publicação do pregão presencial sobre o vencedor da licitação do transporte escolar?

* a casa da cultura foi um exemplo de celeridade, não é mesmo?

* e as cinco mil reclamações na ouvidoria POR DIA durante 2015???!!!

* e o uso pessoal dos bens públicos, tal como tratores?

* vai fazer quatro anos do encerramento das atividades da Casa de Saúde. Até hoje não entendi bem a treta… parece que amigos com amigos de poder conseguiram arrematar por uma pechincha e revender por um preço maior… especulação imobiliária; até aí tudo bem! Mas, se envolve o poder público… daí a coisa muda de figura. Não estou dizendo que é caso.

Sobre o desemprego.

Deixe eu lhe explicar uma coisa, senhor ex-prefeito. O estado não GERA emprego, não cria riqueza, pelo contrário, ele prejudica a criação de emprego, expropria do cidadão aquilo que ele produziu. A melhor forma que o estado pode agir para isto, é não é – paradoxalmente – não agir propositivamente; ao contrário: diminuir burocracia, diminuir impostos, dar liberdade ao cidadão para empreender.

Segundo o CAGED, e se eu não entendi ou pesquisei errado, no ano de 2016 o saldo final foi de -386 empregos, o que equivale a -7,5% nas vagas formais de emprego. Já em 2017 o resultado foi de -43 empregos, o que dá -0,86%. Eu me lembro de uma empresa de reciclagem que foi para Juazeiro por falta de empenho da gestão da “pombinha.” Se não fosse o GF não haveria a “maior fábrica de dormentes do mundo” que praticamente só atende à demanda da Transnordestina. A glória de Salgueiro não tem mérito algum em vossa gestão.

Para encerrar, eu termino que a sua indicação de estagnação é muito bem explicada pela escola de economia da qual faço adesão, a chamada Escola Austríaca. Há uma teoria, que é a TACE, teoria austríaca dos ciclos econômicos, que ensina que após um “boom” vem o “bust.” E isto tudo advém da intervenção maluca do estado na economia e vida das pessoas. Repito, a expansão monetária sem lastro de poupança gera declínio econômico, o crescimento é irreal, uma espécie de bolha que um dia estoura. Não dá para ficar concedendo crédito infinitamente. Quando ele para de crescer, a economia retrai, e os índices tornam-se piores do que eram antes do “boom.”

Eu pergunto: o pacto federativo que prejudica a economia local só atingiu sua gestão?