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Bomba Chiando, era algo que faltava ao meu querido bairro da Bomba

blocoPor Machado Freire
 
Quando me veio a ideia de criar o bloco carnavalesco Bomba Chiando, que foi pra rua com o apoio dos companheiros Arnaldo Martins e Sebinha Sá e outras pessoas simples da nossa amizade histórica, o fiz cumprindo o pagamento de uma divida dos foliões para com o bairro. A Bomba precisava de um bloco de carnaval, há muito tempo!

Ora, o bairro da Bomba tem uma história extraordinária, sob todos os pontos de vista. Batizado pela Igreja Católica como bairro Nossa Senhora das Graças, a comunidade absorveu o nome Bomba, porque foi ali que Silvino Firmino de Lima, Antonio de Siqueira Campos, João Veras de Siqueira (Seu Anísio veras) que como eu não nasceram em Salgueiro mas escolheram a Bomba para movimentar postos de combustíveis e outros tipos de comércio para gerar emprego e renda para a comunidade.

Foi o lugar escolhido pelos comerciantes José Vicente, ´Felinto Sampaio, Celso Ferraz,Antonio Cirino, Caraciole Sampaio, Emidio Nogueira, Antonio José de Souza (Antonio Dedé), Antonio Cruz, Luiz Monteiro de Lima, Hermirio Ribeiro, entre tantos outros.

Eram donos de padaria, casas de peças, hoteis, restaurantes, hospedarias, sorveteria e muitos outros tipos de negócios que impulsionavam a economia do bairro que tinha uma grande festa dos motoristas, em 13 de junho.

Minha ideia não era apenas de criar um bloco carnavalesco. Era contribuir para o desenvolvimento da cultura popular. Precisávamos abrir espaço e dar oportunidade para muita gente que nunca acompanhou um bloco de rua. Ora, o bloco das Mulheres do Bairro Vermelho há muito tempo deixou de existir.

Há muito tempo eu já havia tomado a iniciativa de criar associações de moradores, com o objetivo de organizar a população dos bairros, não apenas pra reivindicar os seus direitos do poder público. Durante as reuniões para a criação dessas entidades, deixei bem claro que as lideranças tinham a obrigação de lutar com a população para desenvolver projetos culturais e esportivos, visando criar clubes de futebol, bibliotecas, movimentar a festa do padroeiro, criar blocos de carnaval, etc.

Foi assim que criamos a primeira associação, no Bairro do Prado. Depois vieram as associações do Cortume, Bomba, Planalto e até uma associação no meio rural, em Gravatá, no distrito de Umãs.

Eu já havia fundado o jornal o Estudante, no Ginásio Alberto Soares, dirigido pelo meu velho e saudoso amigo Padre Domingos França Dourado. Embora tenha trabalhado no Diário de Pernambuco, Folha de Pernambuco e Jornal do Commercio, fundei há 15 anos o jornal Folha do Sertão, que não serve apenas a Salgueiro. É um alternativo regional.

Como militante político, ajudei a fundar o MDB e o PMDB, partido histórico que hoje talvez não esteja sendo conduzindo por pessoas que não têm militância de esquerda (de verdade). Sou fundador do PSB no Estado e fui também fundador/criador do PSB em Salgueiro. O partido hoje tem donos que nunca lutaram em defesa do nosso povo durante os anos de chumbo, durante a ditadura. São meros oportunistas, cuja “grande militância” é a manutenção de uma oligarquia familiar”.

Bom, depois desses relatos, ainda teremos muitos carnavais pela frente. Hoje não estou no meu bloco, junto com meus amigos, por questão de saúde na minha família. Mas o meu pensamento e minha determinação estão presentes, com o compromisso de lutar sempre em defesa da população de Salgueiro. Não deixem a peteca cair!

Um bom e feliz Carnaval para Todos!