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“Bolsonaro vai derreter durante a campanha”, diz cientista político

Uma das principais surpresas que a nova pesquisa CNT/MDA trouxe para a corrida eleitoral de 2018 foi a possibilidade de uma disputa em segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). No cenário de intenção de voto espontânea para presidente, a pesquisa coloca o petista com 20,2% de apoio e o parlamentar com 10,9%, ao passo que os cenários estimulados indicam respectivas oscilações na faixa de 32% e 19%. A pesquisa ouviu 2.002 entrevistados em 137 municípios entre os dias 13 e 16 de setembro, e a margem máxima de erro é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo, com nível de confiança de 95%.

A despeito do crescimento observado em ambos os pré-candidatos, o professor Jairo Pimentel, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, especialista em eleições, não acredita que tal cenário indicado pela pesquisa se confirme no ano que vem. Para ele, cada vez mais se desenha a possibilidade de uma reedição da velha disputa entre azuis e vermelhos, que tem marcado a política brasileira desde a redemocratização. Esse é o cenário base para o especialista mesmo que Lula seja impedido de disputar o pleito e tenha que apoiar a candidatura de outro nome (neste caso, provavelmente Fernando Haddad ou Jaques Wagner). Do lado do petista, chamou atenção na pesquisa a resiliência mesmo depois dos efeitos do depoimento do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz federal Sérgio Moro.

Apesar do bom desempenho de Jair Bolsonaro nas pesquisas, o cientista político acredita que a falta de recursos e de tempo de televisão para a campanha poderão pesar ao final da disputa, anulando o que o pré-candidato tem construído de imagem relacionada à ordem, à moral e aos costumes. “Vejo o voto de Bolsonaro hoje muito como um recall. Na campanha, ele terá pouco tempo de televisão e irá derreter. Tempo de televisão e recursos de campanha continuarão sendo variáveis importantes do processo eleitoral”, observou o professor. “Bolsonaro é o [Celso]Russomanno para o Brasil”, afirmou, em alusão ao candidato derrotado à prefeitura de São Paulo. Para ele, o parlamentar cresce com força no eleitorado de classe média jovem com a mensagem de moralização da política, em um momento que também o Judiciário se apresenta em crise.

Contudo, na avaliação de Pimentel, não está claro como se dará o avanço de Bolsonaro sobre o eleitorado de menor renda. Ao contrário do que se especula, o especialista diz que ainda não enxerga uma herança de votos dessas classes pelo deputado caso Lula não dispute as eleições, embora seu posicionamento na agenda de segurança pública possa despertar interesse. Além disso, a rejeição de 45,4%, embora menor que a de muitos de seus adversários (Ciro Gomes, 54,8%; Geraldo Alckmin, 52,3%; Marina Silva, 51,5%; e Lula, 50%), preocupa, uma vez que se trata de uma nova figura nas disputas presidenciais — o que também vale para João Doria, com 42,9% de rejeição.

A pesquisa também apresentou dados mais favoráveis ao governador Geraldo Alckmin em comparação com João Doria, uma vez que não houve descolamento expressivo em favor do prefeito. “Apesar de não ter a mesma visibilidade hoje, o governador está no mesmo patamar que Doria. O prefeito vem sofrendo desgaste, gerando dissonância com a imagem que vendeu durante a última campanha eleitoral, como alguém de fora da política”, observou Pimentel. Sendo assim, cresce a possibilidade de a força intrapartidária de Alckmin fazer a diferença e ele ser o nome tucano no próximo pleito. Com maior estrutura de apoio, tempo de televisão e recursos de campanha, o professor acredita que o governador cresça na reta final.

“Se Ackmin vai chegar ou não, é outra questão. Mas não vejo um amplo favoritismo para que um candidato do PT e Jair Bolsonaro disputem o segundo turno, apesar da pesquisa indicar isso. O retrato de hoje é um pouco apressado”, projeta o analista. Ele acredita que a disputa será acirrada até a segunda ou terceira semana de campanhas televisivas, quando os tucanos levarão vantagem sobre Bolsonaro. Além disso, ele diz que o chamado “voto útil” jogará a favor dos nomes do PSDB.

Fonte: Infomoney

3 comentários sobre ““Bolsonaro vai derreter durante a campanha”, diz cientista político

  1. NISSOCA

    MACHADO,O NOSSO PAÍS CHAMADO BRASIL NÃO TEM DITADOR,E NUNCA TEVE DITADURA MILITAR,PORTANTO,VOTAR NULO É PURA IGNORÂNCIA,ALIÁS,VOTE EM BOLSONARO.

  2. Luis carlos

    Votando nulo você tá ajudando o ladrão do lula…mas você quem sabe se quer continuar essa zorra no Brasil…eu penso que É melhor JAIR se acostumando e votar numa pessoa honesta pra 2018.MIToooo!!

  3. Machado Freire

    Passei um longo tempo da minha vida -eu e outros companheiros de luta contra a ditadura militar de 1964, sem ter como votar .para presidente da República.

    Ano passado, votei nulo para prefeito pela primeira vez.

    Tudo indica que também votarei nulo para presidente em 2018.

    Se o cenário não mudar, votarei nulo, sim senhor. !