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Austrália arde em chamas

Os incêndios florestais, deflagrados em setembro, são os piores já registrados no país. Em torno de 5 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas; pelo menos 23 pessoas morreram, e mais de 1.400 casas foram destruídas, 448 apenas na semana passada em Nova Gales do Sul.

Várias cidades no sudeste da Austrália temiam condições ainda mais catastróficas neste final de semana, com o agravamento dos incêndios florestais devido à piora das condições climáticas, enquanto as autoridades reforçam os pedidos para que a população deixe a região.

Foi declarado estado de emergência numa região densamente povoada no sudeste australiano, e mais de 100 mil habitantes em três estados receberam ordens de evacuação. “Ainda há uma brecha para que as pessoas saiam”, disse a governadora de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian. “Se você não precisa estar na área, então precisa sair.”

O Serviço de Meteorologia alertou que as condições devem ser iguais ou piores do que as registradas durante a noite de Ano Novo. “Ventos fortes e secos vindos do Oeste farão os fogos se intensificarem mais uma vez, ameaçando comunidades que já vivenciaram ampla devastação”, alertou o meteorologista Jonathan How. A situação deve piorar também em razão das temperaturas altas, devendo ultrapassar os 40º em alguns locais.

Quase meio bilhão de animais mortos

Segundo um estudo da Universidade de Sidney, cerca de 480 milhões de animais podem ter morrido nos incêndios, apenas em Nova Gales do Sul, onde até esta sexta-feira havia mais de 150 focos de incêndio. O estudo se baseia em estimativas anteriores da densidade populacional de animais em áreas de remoção de florestas, multiplicados pela área de vegetação.

Em nota, a Universidade afirmou que os pesquisadores utilizaram estimativas “conservadoras” ao calcularem as perdas de vida animal. “A mortalidade real é provavelmente maior do que a calculada”, disse a instituição.

“Muitos dos animais provavelmente morreram diretamente pelo fogo, ou sucumbiram por falta de alimentos e abrigo, além da predação de gatos selvagens e raposas-vermelhas”. Os dados incluem mamíferos, aves e répteis, excluindo insetos, morcegos e sapos.

Em novembro, ambientalistas relataram ao Parlamento de Nova Gales do Sul que no mínimo 2 mil coalas teriam morrido nos incêndios, ressalvando tratar-se de estimativas eram extremamente cautelosas. A destruição do habitat desses animais aumentou o risco de extinção, que já era grande devido aos danos com a dizimação de florestas para a agricultura e desenvolvimento urbano.

Fazendeiros e pecuaristas perderam dezenas de milhares de animais. Muitos tiveram de ser sacrificados por estarem sofrendo de estresse térmico ou queimaduras. De acordo com Fiona Simson, presidente da Federação Nacional de Agricultores, o setor de laticínios foi um dos mais afetados.

A Ong Vida chama a atenção para as mudanças climáticas, muitos não acreditam, mas ela está aí, trazendo várias consequências para o mundo e algumas delas já podem ser sentidas em diferentes partes do planeta. Os cientistas já observam que o aumento da temperatura média do planeta tem elevado o nível do mar devido ao derretimento das calotas polares, podendo ocasionar o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas densamente povoadas. E há previsão de uma frequência maior de eventos extremos climáticos (tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca, nevascas, furacões, tornados e tsunamis) com graves consequências para populações humanas e ecossistemas naturais, podendo ocasionar a extinção de espécies de animais e de plantas. Vamos cuidar do nosso planeta antes que seja tarde.

Por Ong Vida com informações do CLIMATEMPO e DW

Um comentário sobre “Austrália arde em chamas

  1. Rilmar Cantarelli Feitosa

    Os números impressionam e podem ser ainda maiores, muitos desabrigados, até agora 23 mortos, mais de 480 milhões de animais mortos, muitos hectares de terra consumidos pelo fogo. Embora não seja um incêndio criminoso, ele têm a mão humana por trás, desmates, queimadas, poluição dos rios, das matas, os homens são responsáveis pelo desastre que se vê no continente australiano. Uma simples garrafa deixada na mata, pode ser o estopim para um incêndio dessas proporções, serve de exemplo para que todos se preocupem e tomem mais cuidado com o meio ambiente.

    Rilmar Cantarelli Feitosa
    Diretor da ONG Vida.