Prefeituras formam consórcio para adquirir vacinas contra a Covid-19

Depois do aval do Supremo Tribunal Federal (STF), cerca de 100 prefeituras formalizarão nessa segunda-feira (1º de março) a criação de um consórcio para a compra de vacinas contra a Covid-19. A decisão foi tomada neste sábado (27).

O grupo inclui capitais como Curitiba (PR), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Cuiabá (MT), Porto Velho (RO), Manaus (AM), Campo Grande (MS) e Aracaju (SE), além de cidades como Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP) e Petrolina (PE).

Segundo Jonas Donizetti (PSB), presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), cerca de 100 municípios confirmaram interesse. “Nossa primeira opção é que as compras de vacinas sejam feitas pelo governo federal. Mas não podemos ficar de braços cruzados”, afirmou à CNN.

A primeira medida do consórcio será preparar uma minuta – a exemplo do que já foi aprovado na Câmara Municipal de São Paulo – para liberar os municípios para fazer as compras. No Brasil, a compra de imunizantes cabe ao governo federal.

Também na próxima semana alguns representantes dos prefeitos devem visitar a fábrica da União Química, representante no país da vacina Sputnik V, desenvolvida na Rússia. A vacina russa teve seu pedido de uso emergencial recusado pelas autoridades sanitárias brasileiras por falta de documentos.

A iniciativa das prefeituras ocorre em meio à falta de doses para incrementar as campanhas de vacinação e ao avanço da pandemia, que está saturando os sistemas de saúde. A ocupação de leitos de UTI já supera 80% em vários municípios.

Além do consórcio, as cidades de São Paulo e Salvador negociam diretamente com a Pfizer, cuja vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vem sendo aplicada em cerca de 70 países.

Na sexta-feira (27), o secretário de Saúde da capital paulista, Edson Aparecido, disse ao âncora William Waack, do Jornal da CNN, que vai se reunir no início da próxima semana com os representantes da farmacêutica americana. Ele também entrou em contato com a Janssen.

Pfizer e Janssen vem negociando com o governo federal desde o ano passado, mas o Ministério da Saúde tem restrições a aceitar as condições das empresas americanas, que exigem que os governos se responsabilizem por eventuais processos por efeitos colaterais.

O tema vem sendo discutido no Congresso. Numa tentativa de resolver o impasse, o Senado aprovou na semana passada um projeto de lei que permite aos compradores assumirem a responsabilidade civil pela imunização. Agora o projeto será avaliado pela Câmara dos Deputados.

Fonte: CNN

Novo decreto define lockdown de 15 dias no Distrito Federal

O governo do Distrito Federal editou novo decreto que prevê lockdown com duração de 15 dias. A medida passa a valer a partir da próxima segunda-feira (1º),

O decreto editado na última sexta-feira (26) não estabeleceu prazo para o fim da suspensão de todas as atividades e o funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais considerados não essenciais.

“Esse lockdown não é como foi no passado. Temos agora um horizonte. Vamos colocar prazo para o decreto de 15 dias de suspensão das principais atividades e vamos fazendo a liberação”, afirmou o governador Ibaneis Rocha (MDB) em declaração à imprensa, após a reunião com sua equipe.

A medida foi tomada após a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) específicos para pacientes com a covid-19 atingir 98% no fim da tarde de sexta-feira.

Segundo Ibaneis, já foram feitas tratativas com o Ministério da Saúde para que haja uma ampliação na oferta de UTIs no DF. “Até sexta-feira (5), temos condições de abrir mais 100 unidades de UTIs, o que vai nos dar um determinado conforto. Vamos baixar para 85% de ocupação”, afirmou o governador.

Ibaneis informou ainda que, já a partir deste domingo (28), o Banco de Brasília (BRB) vai divulgar uma nova plataforma econômica, com investimentos de R$ 2,5 bilhões para socorrer o empresariado local. “Vamos dar resultado e rápido para que a sociedade sofra o mínimo possível”, disse o governador.

Segundo ele, agora, o DF tem toda a expertise no que diz respeito ao tratamento da covid-19. “Temos um número muito elevado de casos, mas a mortalidade é baixa”, disse o governador. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Distrito Federal acumulava até sexta 4.819 mortes em decorrência do novo coronavírus e 294.911 casos da doença.

Fonte: CNN

Nova variante têm 10 vezes mais carga viral no corpo de adultos, diz Fiocurz

Um novo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que a nova Cepa da Covid-19 descoberta em Manaus (AM) pode colocar uma carga viral até 10 vezes mais forte no corpo dos infectados adultos.

Até então a variante brasileira era vista como mais contagiosa que a padrão, mas não era possível ter uma noção exata disso. Quanto maior a carga viral, mais rápido o vírus se espalha.

A pesquisa já pode ser vista on-line, mas ainda não foi publicada em revista. “Esses dados fornecem uma visão única para a compreensão dos mecanismos que estão por trás das ondas epidêmicas de COVID-19 e o risco de disseminação de SARS-CoV-2 e potencialmente em todo o mundo”, diz um trecho do estudo.

Os cientistas analisaram durante praticamente toda a pandemia 250 códigos genéticos da Covid-19 para fazer a comparação entre suas respectivas cargas virias. A conclusão é de que a variante  P.1 tem cerca de 10 vez mais carga viral do que as outras versões da doença em adultos.

Esse resultado foi visto predominantemente em mais jovens, não sendo encontrado em homens acima dos 60 anos.

A comparação dos pacientes mostra claramente que infecção por P.1 gera maior carga viral em adultos. Em idosos a significância foi pequena ou nenhuma. Talvez porque nossa amostragem era menor nesse grupo ou porque esses indivíduos são igualmente vulneráveis a todas linhagens” escreveu no Twitter o pesquisador Tiago Graf, um dos participantes do estudo.

Fonte: RedeTV!

Fiocruz espera ter ‘protagonismo’ na vacinação contra a Covid em abril com a entrega de 30 milhões de doses

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou conversas com o laboratório AstraZeneca em busca de alternativas para superar eventuais atrasos na produção de vacinas da Covid-19 com o próprio ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e pode importar mais doses prontas ou insumos se necessário, disse nesta sexta-feira (26) o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma.

Em entrevista à Reuters, Zuma, que dirige a unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos, disse que a fundação perseguirá a meta de produzir 110 milhões de vacinas com o próprio IFA no segundo semestre, mas a complexidade dos processos de produção e a validação regulatória podem impedir que o objetivo seja alcançado, o que demandará a busca por alternativas.

“Produzir aqui a vacina é todo um processo. Tem que validar os lotes de IFA, validar o registro de local de fabricação do IFA. Acreditamos que em meados do segundo semestre vamos ter vacina pronta, agora, se vamos conseguir liberar vai depender das questões regulatórias. O processo é complexo e não dá para afirmar na ponta do lápis. Sabemos que vamos ter percalços em um processo que se fazia em anos”, disse Zuma.

“Se a gente demorar um pouquinho mais para conseguir liberar as doses de vacina nacional podemos acertar com eles, (AstraZeneca), podemos trazer vacina. São várias abordagens possíveis. O problema é complexo e vamos adaptando de acordo com a situação”, acrescentou.

O acordo firmado pela Fiocruz com a AstraZeneca prevê a transferência de tecnologia ao Brasil para a produção local de IFA. Tal acordo, no entanto, até agora não foi assinado devido à complexidade técnica, o que pode atrasar o cronograma de fabricação.

A Fiocruz já enfrenta um atraso para o envasamento de doses da vacina da AstraZeneca a partir do IFA importado. Originalmente, a entrega das primeiras doses ao Ministério da Saúde estava prevista para fevereiro, mas a demora na chegada do IFA adiou para meados de março.

Em contrapartida, a fundação viabilizou a importação da Índia de 12 milhões de doses prontas da vacina, das quais 4 milhões já foram repassadas ao ministério. No total, a Fiocruz prevê entregar mais de 210 milhões de doses para o Plano Nacional de Imunização.

Fonte: Reuters