Autoridades sanitárias regionais acusaram neste sábado (6) o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “invisibilizar” os mortos por Covid-19, depois que um secretário designado pelo Ministério da Saúde questionou a contagem de óbitos na pandemia do novo coronavírus.
“A tentativa autoritária, insensível, desumana e anti-ética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19 não prosperará”, manifestou-se, em nota, o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), que reúne os secretários regionais de saúde.
Na sexta, Carlos Wizard, nomeado para assumir a secretaria da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, disse ao jornal O Globo que a contagem de mortos na pandemia seria revisto, pois os dados atuais seriam “fantasiosos ou manipulados”.
O Brasil é o segundo país do mundo com mais casos e o terceiro com mais mortes pela COVID-19, totalizando, respectivamente 645.771 e 35.026.
“Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco”, diz a nota da Conass.
Em entrevista à AFP no sábado, Wizard disse que os números não serão revistos. “Nós não estamos interessados em desenterrar os mortos, nós não queremos rever o passado, estamos mais preocupados com o presente e o futuro”, disse.
Fonte: Yahoo