Doria muda o tom e admite rever protocolos da PM após mortes em Paraisópolis

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (5) que orientou o secretário da Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, a rever protocolos da Polícia Militar. Ele fez o anúncio depois de nove pessoas terem morrido pisoteadas durante operação da PM em Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista, na madrugada de domingo (1º).

Na segunda-feira (2), Doria havia dito que a “letalidade [as mortes em Paraisópolis] não foi provocada pela Polícia Militar, e, sim, por bandidos que invadiram a área onde estava acontecendo o baile funk”.

Na ocasião, o governador afirmou ainda: “Não houve ação da polícia, nem utilização de arma, nem ação da polícia em relação a invadir a área onde o baile funk estava ocorrendo”.

Já nesta quinta, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul da capital, Doria falou sobre a revisão de conduta por parte da PM.

“O secretário da Segurança Pública já foi orientado a rever protocolos e identificar procedimentos que possam melhorar e inibir, senão acabar, com qualquer perspectiva da utilização de violência e de uso desproporcional de força em qualquer acontecimento do estado de São Paulo”, afirmou, mudando o tom.

Ao comentar vídeos que mostram policiais militares agredindo pessoas durante bailes funk em Heliópolis e Paraisópolis, Doria disse que ação ostensiva dos agentes nas comunidades “não é rotineira”, apenas circunstancial.

“Não é rotineira. As circunstâncias pontuais que representam a falha do procedimento da polícia têm que ser corrigidas de imediato. Obviamente, aqueles que falharam, nessas circunstâncias, proporcionaram violência e uso desnecessário de força com vítimas, devem ser punidos”, declarou o governador.

Fonte: G1

Brasil assina acordos para facilitar comércio no Mercosul

Na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, encerrada nesta quinta-feira na cidade gaúcha de Bento Gonçalves, os quatro países-membros fecharam acordos de facilitação do comércio que, em alguns casos, representaram uma economia de US$ 500 milhões para o Brasil, confirmou uma fonte do governo Jair Bolsonaro.

O governo brasileiro também selou um entendimento com o Paraguai sobre intercâmbio de automóveis que prevê uma redução gradual de tarifas nos próximos dois anos e o livre comércio a partir de 2022. O Brasil já tem acordos sobre carros com seus outros dois sócios do bloco, Uruguai e Argentina, além de Colômbia e México.

Um dos acordos considerados mais importantes pela equipe comandada pelo ministro Paulo Guedes é o de facilitação do comércio — que, na prática, significa a eliminação de taxas às importações que, apesar da existência do Mercosul, continuam sendo cobradas e representam, para o Brasil, um custo de US$ 500 milhões anuais.

A Argentina, por exemplo, aplica taxas, em média, de 2,5% sobre exportações brasileiras.

— Só a retirada dessa taxa representa uma economia de US$ 400 milhões para os exportadores brasileiros — disse um negociador brasileiro.

O entendimento prevê prazos para sua entrada em vigência, que ainda dependerá dos Parlamentos de cada país: um ano para a Argentina, três anos para o Uruguai e dez anos para o Paraguai.

Também houve entendimentos sobre integração nas fronteiras e cooperação policial, destacados pelo presidente Bolsonaro em seu discurso. Na declaração final, os chefes de Estado afirmaram que “o diálogo, no marco das instituições e dos ordenamentos jurídicos nacionais, é a melhor maneira de atender às demandas sociais dos países da região”.

Fonte: O Globo